Hematoma Subdural Crônico: Um panorama sobre causas, sintomas e tratamento

Gustavo Agra (Foto: Divulgação)
Dr. Gustavo Agra

A doença que acometeu o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que precisou ser operado em caráter de urgência, trata -se de um hematoma subdural crônico (HSDC), um tipo de hemorragia intracraniana, onde o sangue se acumula lentamente entre as camadas que recobrem o cérebro. Esta condição geralmente surge de um trauma leve na cabeça, especialmente em adultos mais idosos, e se manifesta gradualmente ao longo de semanas ou até meses.

A causa principal do HSDC é um trauma leve na cabeça, que pode parecer insignificante no momento do incidente. Esse trauma pode causar a ruptura de pequenas veias entre a superfície do cérebro e sua camada de proteção (a dura-máter) levando a um sangramento lento.   O que ocorre é que esse sangramento pode expandir lentamente pressionando o cérebro .

Alguns fatores facilitam o aparecimento deste hematoma e  incluem:

Idade: Os idosos são mais suscetíveis devido à atrofia cerebral.

Terapia anticoagulante e antiplaquetária: Medicamentos que impedem a coagulação do sangue podem exacerbar as tendências de sangramento.

Consumo crônico de álcool: O uso excessivo de álcool também pode levar a atrofia cerebral.

Vale ressaltar que os sintomas de um HSDC podem variar dependendo do tamanho do hematoma e da velocidade com que ele se desenvolve. Alguns dos sintomas comuns incluem: Dores de cabeça persistentes, enjoos e vômitos , confusão mental , fraqueza ou dormência nos membros, problemas de equilíbrio e coordenação, convulsões, e sonolência repentina.

O diagnóstico de um HSDC geralmente envolve uma combinação da história clínica, exame físico e exames de imagem. Os exames mais comuns incluem tomografia computadorizada (TC) e ou ressonância magnética (RM), que podem ajudar a visualizar o acúmulo de sangue.

Já o tratamento de um HSDC depende do tamanho e da gravidade do hematoma. As opções incluem: Observação – para hematomas pequenos e assintomáticos que podem ser monitorados com exames de imagem regulares para garantir que não haja aumento do sangramento  até finalmente serem absorvidos; Medicamentos – em alguns casos, podem ser usados para reduzir o tamanho do hematoma; e Cirurgia – hematomas grandes ou sintomáticos geralmente requerem intervenção cirúrgica para drenar o sangue e aliviar a pressão sobre o cérebro. Os procedimentos comuns incluem a trepanação ou a craniotomia.

O prognóstico para pacientes com HSDC varia amplamente dependendo da rapidez do diagnóstico e tratamento, assim como a idade e a saúde geral do paciente. Com o tratamento adequado, muitos pacientes recuperam completamente.

Dr. Gustavo Agra, Neurocirurgião do Biocor/Rede D’Or

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