Da reportagem
Entre os dias 2 e 6, a prefeitura promoveu a Virada Inclusiva em Tatuí, com uma programação de conscientização que contou apresentações, palestras e exposições.
Estava no cronograma do evento, na manhã do dia 3, apresentações de assistidos pela Apodet (Associação das Pessoas com Deficiência de Tatuí), o que foi cancelado devido à chuva.
Entre as atividades, a reportagem do jornal O Progresso de Tatuí acompanhou Vade Manoel Ferreira, secretário-geral do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Tatuí e coordenador da Apodet, em visita à associação.
No local, Ferreira explicou a importância de se apresentar para quem é portador de deficiência visual, fazendo uma autodescrição de características físicas e de vestimenta.
Segundo o coordenador, “eles vão criar uma imagem de como você é e, depois, todas as outras vezes que você for conversar com eles, não precisará fazer essa autodescrição, a não ser que esteja em um outro evento e vá conhecer pessoas novas”.
Falando sobre a semana da Virada Inclusiva, o secretário explicou que ela acontece no estado de São Paulo, geralmente na semana do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3), com o objetivo de levar conscientização sobre os temas relacionados à pessoa com deficiência.
“Sempre falando sobre a questão do respeito, de respeitar as diferenças, levando a população a entender que a pessoa com deficiência, primeiramente, é uma pessoa, um ser humano. Trabalhamos muito para que sejam todos tratados com essa questão do respeito e da empatia”, destacou ele.
A proposta da semana também é levar as pessoas com deficiência para outros lugares, pois “a inclusão acontece quando você traz a pessoa que não tem deficiência para o meio das pessoas com deficiência e vice-versa”, defende Ferreira.
“E aí acontece essa inclusão. Então, a gente procura sempre levar eles para fora da associação, para que a cidade venha a se familiarizar cada dia mais e se torne uma coisa comum a pessoa com deficiência ocupando os espaços nos mais diversos lugares”, relatou ele.
O coordenador também contou sobre o trabalho da associação, que recebe pessoas com deficiência de segunda-feira a sexta-feira, com diversas atividades ao longo da semana. “Sempre procuramos mostrar o valor que eles têm e o quanto eles podem desenvolver”, ressaltou.
A instituição conta com aula de confeitaria, pilates no Espaço Vivaz, equipe de goalball treinando no Nebam, sala de tecnologia e aulas de orientação e mobilidade, onde as pessoas com deficiência visual aprendem a ter mais autonomia e “mapear” espaços.
O coordenador explicou que a Apodet trabalha de “portas abertas”, onde todas as pessoas podem ir. Contudo, quando é uma pessoa com deficiência, é feito um pré-cadastro. “Depois, ela é encaminhada para assistente social e, lá, é feito um formulário completo”, detalha.
O coordenador conta que a associação se mantém através do bazar de roupas, doações mensais, parcerias e eventos. “E, no ano passado, conseguimos a inscrição do Conselho Municipal da Assistência Social, participando de um edital onde fomos contemplados com ajuda mensal”, informa.
“Mas o edital sempre tem uma contrapartida. Precisamos pegar esse recurso e utilizá-lo para alguma nova atividade na associação, e uma das atividades que trouxemos com este recurso foi o curso de orientação e mobilidade, além de um trabalho com uma psicóloga nas quartas-feiras à tarde”, enumerou Ferreira.
Programação da Virada Inclusiva
A 14ª edição do programa teve como tema “Superamos barreiras, protagonizamos mudanças!”, contou com uma série de atividades, com um setor educativo montado no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, com jogos universais adaptados para promover a inclusão das pessoas com deficiência.
Na semana, também foi realizado o projeto “Integrante”, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), com uma performance de dança. Já na quinta-feira, 5, Ferreira realizou uma palestra com temas relacionados aos direitos e à inclusão das pessoas com deficiência.
Por fim, na sexta-feira, 6, na Biblioteca Municipal “Brigadeiro Jordão”, a Virada Inclusiva 2024 teve encerramento com o projeto “Biblioteca Itinerante – Intervalo Literário” na PEI E.E. “Barão de Suruí”, com o tema “Inclusão e acessibilidade”.
O secretário-geral compartilhou com os alunos a experiência dele e reflexões sobre “a importância de construir uma sociedade onde todos, independentemente de suas habilidades, possam participar plenamente”.