Câmara Municipal de Tatuí cobra reparo da escola “Accácio”

Vereadores ainda abordaram conservação do prédio da antiga estação ferroviária

Sessão na Câmara tem debate sobre reparo da escola “Accácio” (Foto: Câmara Municipal)
Da reportagem

Na noite desta segunda-feira, 18, em sessão ordinária na Câmara Municipal de Tatuí, a vereadora Cíntia Yamamoto Soares (PP) cobrou o Executivo sobre a escola “Profª Accácio Vieira de Camargo”, onde a estrutura da quadra caiu durante a tempestade da noite de 11 de outubro.

“Muitas crianças estão fazendo atividades em casa, e isso gera uma preocupação aos professores, que entendem que muitas das crianças estão em estado de vulnerabilidade e precisam do ambiente escolar para ter um desempenho melhor”, declarou a parlamentar.

“Eu e o vereador João Éder (Alves Miguel, União Brasil) fomos até a escola, e há mais de um mês eles esperam que a prefeitura retire as ferragens da quadra e não foi retirada. Eles foram atrás de um voluntário, que está ajudando aos poucos, mas, como ele é voluntário, também tem a empresa dele e não pode ficar lá todos os dias. Então, ele não está conseguindo ajudar de forma rápida”, alegou.

Alves Miguel fez coro ao questionamento de Cíntia sobre a escola. Segundo ele, o espaço não pode ser frequentado pelos alunos, o que traz “duas grandes dificuldades à população”.

“A primeira, logicamente, é a dificuldade na aprendizagem. Os alunos estão tendo que ir até a escola buscar as atividades para realizar na casa, só que o detalhe: sem a assistência dos professores como era, por exemplo, no período da pandemia, onde nós tivemos aulas remotas”, continuou.

“A segunda questão, muito preocupante, é que muitas crianças vão até a escola para comer. Então, a gente pede para a prefeitura que, enquanto não resolver essa situação, enquanto os alunos não puderem retornar efetivamente às aulas, arrume um jeito de oferecer alimentação para essas crianças”, completou

Eduardo Dade Sallum (PT) também subiu à tribuna para falar sobre a escola. Os questionamentos do vereador foram referentes à realocação dos estudantes enquanto a instituição de ensino ainda está comprometida.

Sallum argumentou que, “se o problema é dinheiro, a deputada ‘Professora Bebel’ (Maria Izabel Azevedo Noronha, PT) confirmou que vai mandar R$ 100 mil para Tatuí, para reformar a escola ‘Accácio’”.

Posteriormente, Renan Cortez (MDB) comentou sobre a situação: “Esse assunto é de extrema importância, que é a reforma, a reconstrução emergencial da escola. Vivenciei algum período nessa pasta tão necessária, tive reuniões junto à secretaria acerca dessa questão e, por ser a pasta da Educação, por estarem ali os nossos alunos, por ser uma faixa etária delicada, se torna mais complexo”.

Cortez ainda destacou aspectos como o cumprimento dos dias letivos, a área educacional, a segurança dos alunos, da sociedade local e do entorno da escola, bem como a questão financeira.

“Temos que cumprir a burocracia do empenho financeiro, dotação orçamentária, tudo aquilo que a lei prevê como necessário para executar um orçamento, mesmo que seja emergencial. E é isso que a secretária (da Educação) me passou”.

“Tudo isso está sendo pensado e realizado de acordo com a segurança, com a Educação, com os dias letivos, com o orçamento, com a dotação e com o planejamento para a execução, para que seja feito o mais rápido possível, prezando a segurança das nossas crianças e a parte educacional”, concluiu o vereador.

A assessoria de comunicação do Executivo, nesta sexta-feira, 22, informado que ainda havia parte da estrutura da quadra para ser retirada, pois “ela é muito grande e o estrago foi de praticamente 100%. O trabalho é extenso, mas já está sendo realizado”.

Ainda segundo a assessoria, os alunos do segundo e do quinto ano que fizeram o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) estão tendo aulas na Emef “Eunice Pereira de Camargo”, no bairro Jardins de Tatuí. Os outros estudantes estão tendo aulas remotas e os pais vão buscar as atividades na escola para que façam em casa.

Já referente à creche Emei “Yolanda de Castro Del Fiol”, ao lado da escola, segundo informado, ela está funcionando em outras unidades durante este período de obras.

O berçário e o maternal estão na Emei “Prof.ª Leila Salum Menezes da Silva”, no Residencial Nova Tatuí. Já as crianças da pré-escola estão tendo aulas no Cepem “Prof.ª Elsa Orsi Avallone”, na vila Esperança.

Sobre a previsão de término das obras, a assessoria informou que a retirada dos escombros e a conclusão de toda a reparação, dependem das condições climáticas.

“Devido às chuvas das últimas semanas, não foi possível realizar a retirada do material. Como a chuva cessou um pouco, esta semana eles já adiantaram o trabalho. A previsão é que, nos próximos dez dias, já seja feita a retirada total dos escombros e a limpeza do local”, destacou.

Diabetes

Ainda na sessão de segunda-feira, um pouco mais cedo, Maurício Couto (PP) destacou reivindicações sobre o atendimento aos alunos que sofrem com o diabetes. Ele lembrou que 14 de novembro é adotado como o “Dia Mundial da Diabetes” e explicou sobre os tipos da doença existentes.

“Diabetes tipo um é muito comum em crianças e adolescentes. Tem criança que já nasce com essa insuficiência no pâncreas e não vai ter como queimar o açúcar, precisando fazer o uso da insulina. E o tipo dois, no decorrer da vida, o corpo para de processar ou produzir a insulina”, detalhou.

O vereador alertou que casos extremos relacionados aos níveis de glicose, sejam altos (hiperglicemia) ou baixos (hipoglicemia), trazem riscos às pessoas, especialmente crianças, muitas vezes levando ao coma.

“O assunto é muito sério e conhecido por quem tem na casa, quem acompanha ou quem tem um filho que vai à escola. Estudar é direito da criança, e também é direito ter um bom atendimento. Você leva o seu filho e fica tranquilo. E quem vai atender essa criança? Porque o pai e a mãe estarão na casa, ou trabalhando, confiando que elas estão em um local seguro. Tem alguma estratégia de atendimento, como está sendo o atendimento a essas crianças?”, indagou.

Já os questionamentos de Márcio Antônio de Camargo (PP) foram referentes a melhorias de setores do funcionalismo público. Segundo ele, uma servidora permaneceu designada em um local desativado, onde foi retirado o sistema de monitoramento, o relógio de ponto, desativada a água e retirados os móveis, embora no qual ela teria sido deixada como vigia.

“É um local ermo, e eu conversei com a colaboradora. Ela teve que ir até um ponto de sucata, pegar um banco, uma carteira de escola, para poder ficar no local”, sustentou.

O vereador também falou sobre servidoras da varrição de ruas. De acordo com ele, foram retiradas funcionárias da área central, que ficavam próximas à Praça de Alimentação, e encaminhadas para o Lar São Vicente de Paulo, em um prédio locado pela prefeitura.

“Se olhar as fotos, os banheiros não têm portas. O local é inadequado para receber essas mulheres”, afirmou.

Paulo Sérgio de Almeida Martins (PSD) respondeu Camargo: “Concordo com ele na questão da Zeladoria, mas, segundo a secretária, já está resolvida a situação da porta do banheiro, que é muito triste isso e não pode acontecer”.

“A Zeladoria foi para o anexo do asilo, para dar um apoio. O aluguel que pagava em outro lugar, hoje, será em benefício ao asilo. Então, estamos também aqui para trazer a informação para a população e, mais uma vez, dizer que esse problema já foi sanado”, concluiu Martins.

Encerrando o debate de requerimentos, Valdir de Proença (Podemos) foi à tribuna para cobrar sobre a utilização do prédio da antiga estação ferroviária, que “atualmente está abandonado e não recebe os cuidados da empresa Rumo Malha Sul, concessionária responsável pelo trecho da ferrovia que passa por Tatuí”, apontou.

“Por qual razão não foram adotadas medidas de segurança em relação ao prédio da estação ferroviária de Tatuí? A antiga estação foi desativada há anos e nenhuma manutenção foi realizada, estando à mercê de invasões e depredações, situação preocupante que degrada o importante patrimônio histórico e cultural do município”, declarou.

“A empresa deve não só informar os motivos do completo abandono, como quais são as medidas e planejamentos para proteger o imóvel, pois a prefeitura de Tatuí já apresentou formalmente interesse no prédio para a manutenção, preservação e criação de um museu”, lembrou o vereador.

Em aparte, o Antônio Marcos de Abreu (Republicanos) afirmou que “o requerimento é de grande importância”. “Já fiz também e estou reiterando esse requerimento à Rumo Malha Sul. A prefeitura demonstrou interesse em fazer um museu ferroviário e a Rumo não fala nada em relação a isso”, contou.

“O que está acontecendo com o prédio? Patrimônio tombado está sendo depredado e usuários de drogas no local. Como é um prédio particular, a prefeitura, através da Guarda Municipal, e a Polícia Militar, ficam de mãos atadas”, explicou.

Abreu reiterou que a cobrança é no sentido de analisar a possibilidade da entrega do prédio da antiga estação ferroviária ao Executivo. “Que a prefeitura tome conta e zele por aquele prédio. O engraçado é o seguinte: muitos municípios conseguiram. Por que só Tatuí não consegue?”, questionou.

Os vereadores, durante a sessão, ainda aprovaram 28 requerimentos com questionamentos à prefeitura, 8 indicações e 19 moções de aplausos e congratulações.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui