O drama ‘Hiroshima, Meu Amor’ está na lista de trabalhos franceses que compõem programa do Cine Sesi Mundo trazido ao município
Documentários, romances, dramas, aventura e comédias são gêneros de produções francesas que integram mostra de cinema a ser exibida em Tatuí pelo Sesi (Serviço Social da Indústria). Integrantes do projeto Cine Sesi no Mundo, os longas e curtas-metragens serão exibidos gratuitamente na cidade a partir deste mês.
A mostra trazida para o município segue até setembro, sendo realizada no CAT (Centro de Atividades) “Wilson Sampaio”. O espaço fica na avenida São Carlos, 900, na vila Dr. Laurindo. O contato é feito por meio do telefone 3205-7910.
A mostra é fruto de parceria firmada entre o Sesi de São Paulo e a Embaixada da França no Brasil, com apoio do Institut Français. Ela contempla clássicos de alguns dos mais importantes autores da história do cinema francês, com obras de diferentes gêneros e períodos. Ela acontece de 5 de agosto a 20 de outubro em 20 unidades do Sesi espalhadas pelo Estado.
Em Tatuí, o romance “35 Doses de Rum”, com direção de Claire Denis, abre a série de exibições. A obra será apresentada na próxima quinta-feira, 7, às 15h, e tem entrada gratuita.
Com duração de cem minutos e classificação indicada para 12 anos, o longa-metragem conta a história do viúvo Lionel, um condutor de trens que vive num complexo habitacional com sua filha Josephine, a qual criou sozinho. Os dois têm fortes laços e passam muito tempo na companhia um do outro.
A rotina de pai e filha muda quando um taxista aparece e começa a rodar pelo bairro. O motorista flerta com Josephine, passando a sair com ela. Lionel, por sua vez, atrai a atenção de uma mulher de meia-idade, com quem tenta marcar um encontro.
O enredo “esquenta” quando o namorado de Josephine aceita um trabalho no exterior e se muda, deixando a moça balançada. Lionel percebe que a filha está ficando independente e que talvez seja hora de eles confrontarem seus passados.
Também em agosto, o Sesi exibirá “Curtas Contestatórios e Parisienses”, de Agnès Varda. Com 123 minutos de duração, o documentário é composto por nove curtas que discutem questões do feminismo e do movimento negro; e trabalhos que abordam amor, arte e percepção, como ícones da capital francesa.
Os vídeos são dirigidos por Agnès Varda e, conforme material de divulgação, não se encaixam no sentido convencional de curta-metragem. São classificados como ensaios de cinema, protótipos em que são invetados forma e conteúdo.
Agnès é uma das primeiras autoras do cinema francês moderno. Em suas obras audiovisuais, ela registra autorretratos indiretos, cartografia de sua vida e seus gostos. O resultado é um esboço de uma filosofia pessoal, testemunhos sem barreiras de uma experimentação permanente da liberdade de criação.
O documentário tem classificação indicativa para pessoas a partir dos 12 anos. Ele será exibido no Sesi no dia 28, também uma quinta-feira, a partir das 14h30.
No dia 14, o projeto segue com drama dirigido por Jacques Doillon. O filme “O Primeiro a Chegar” será exibido às 14h30, e é sobre Camille, uma jovem de 20 anos que já se sente sobrecarregada pela dura realidade do mundo.
Como a vida não tem a intensidade que deseja, ela tenta desesperadamente achá-la em algum lugar – e com qualquer pessoa que apareça. O primeiro a cruzar seu caminho é Costa, um vagabundo, malandro, mau pai, filho e amante.
Mesmo após um começo violento, Camille liga-se a Costa, pois tem a ilusão de que salvá-lo pode trazer algum sentido e alguma alegria à sua vida. Porém, quanto mais ela e Costa se envolvem, mais se metem em confusões.
Também neste mês será exibido “Mulheres Diabólicas”, dirigido por Claude Chabrol. Lançado em 1995, o drama gira em torno da vida da discreta e calada Sophie. Ela é escolhida pela rica família Lalièvre para tomar conta de sua mansão e faz amizade com a curiosa e intrometida Jeanne, dona do correio local.
O problema começa quando Jeanne demonstra ter inveja dos Lalièvre e arquiteta um plano para prejudicá-los. A trama tem sessão agendada para as 19h30 do dia 21, com entrada gratuita e classificação indicada para maiores de 16 anos.
Em setembro, a mostra contempla o documentário “O Fundo do Ar É Vermelho: As Mãos Cortadas”. O trabalho versa sobre esperanças e decepções suscitadas pelos movimentos revolucionários de 1968 no mundo inteiro. A sessão está agendada para o dia 4, às 14h30, sendo indicada para maiores de 14 anos.
No documentário, Chris Marker retrata constantemente “que não se pode simplificar o que nada tem de simples: as manifestações populares, os movimentos da política e os rumos incertos da história”. Para isso, apresenta compilado de informações que vão do regime chinês ao cubano. O vídeo também passa pela Primavera de Praga e movimentos estudantis e operários franceses.
“Pele de Asno” é o título da comédia romântica que terá exibição no dia 11 de setembro. O filme tem classificação livre, cem minutos, direção de Jacques Demy, e se passa em “um reino distante”, no qual a rainha, em seu leito de morte, fez o rei prometer que só voltaria a se casar com uma mulher mais bela do que ela.
Ocorre que, em todo o reino, apenas uma pessoa era dotada de tal beleza: a filha da rainha. Desesperada, a princesa, interpretada por Catherine Deneuve, pede ajuda à sua fada madrinha para retardar a união. Ela consegue escapar do triste destino escondida sob uma pele de asno e passa a viver numa modesta cabana na floresta.
O filme é baseado no conto homônimo de Charles Perrault (1628-1703), com sessão prevista para as 14h30, em cores e legendada. A entrada é gratuita.
Dando sequência à mostra, o Sesi exibirá no dia 18 de setembro, a partir das 19h30, o drama “Hiroshima, Meu Amor”. Dirigido por Alain Resnais, o vídeo tem como enredo um relacionamento amoroso entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês. Os dois se conhecem nos anos de 1950, durante a participação da atriz em um filme sobre a paz em Hiroshima, no Japão.
Os amantes passam a noite às margens do rio Oda. Por ocasião do momento, a atriz tem de volta lembranças da juventude, quando vivia em Nevers, na França, no período da Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, ela havia sido perseguida e, por conta do destino, se apaixonado por um soldado alemão.
“Hiroshima, Meu Amor” tem 90 minutos e entrada gratuita. O drama não é recomendado para menores de 16 anos e será exibido legendado e em preto e branco.
Ainda em setembro, no dia 25, o Sesi exibirá um curta de 13 minutos e um documentário, de 65. O primeiro, denominado “Viagem à Lua”, conta como o professor Barbenfouillis convence seus colegas a participar de uma viagem de exploração à Lua. O segundo, “A Viagem Extraordinária”, aborda o clássico da ficção científica realizado por Georges Méliès, “Viagem à Lua”, de 1902.
A sessão tem início previsto para as 19h30 e entrada gratuita. Tanto o curta-metragem como o videodocumentário têm classificação livre para o público.
Já em outubro, o Sesi traz o espetáculo teatral “Shakespeare Amarrotado”. Encenada pelo Grupo Caso de Matraca, a peça será apresentada em Tatuí no dia 25, às 16h.
Focada no universo de William Shakespeare, a montagem consiste em um espetáculo de “clown” (palhaço, da tradução do inglês para o português) educativo, com música e interação com a plateia. A peça gira em torno de “estudos de palhaçaria” que sugerem que Shakespeare pode ter plagiado o clássico Romeu e Julieta.
A trama do espetáculo propõe um debate entre palhaços a respeito dessa que é uma das mais conhecidas e universais histórias de amor. Nessa versão, a tragédia dá lugar à comédia, despertando no público o interesse e o prazer em conhecer a obra do dramaturgo mais conhecido da história do teatro.
O grupo Caso de Matraca nasceu do encontro de artistas que nutrem o interesse pelo “clown”. Em seu primeiro concurso, foi premiado no 13º Cultura Inglesa Festival e, desde então, participa de importantes projetos culturais.
“Shakespeare Amarrotado” tem 50 minutos de duração e elenco composto por Bia Borin, Fabiano Amigucci, Luciana Ramanzini, Marco Aurélio Campos e Caio Salay. Os bonecos são criados por Fernando Gomes. Daniel Infantini assina figurino e adereços, Kleber Montanheiro, o cenário, e Fabiano Amigucci, a iluminação. A produção é do Grupo Caso de Matraca e Maria Gorda.