Da reportagem
Recentemente viralizou no Instagram um vídeo do vereador e enfermeiro tatuiano Maurício Couto trocando a bolsa de colostomia de um recém-nascido morador de Capela do Alto. O bebê ostomizado se chama Pedro e tem um mês.
Pedro nasceu no dia 29 de setembro e foi transferido para um hospital de Sorocaba, onde aconteceu a cirurgia de ostomia. Após complicação estomacal, foi entubado e operado novamente. Com melhora posterior, acabou transferido à maternidade de Tatuí.
Após isso, uma enfermeira da Santa Casa local entrou em contato com Couto, solicitando a doação de bolsas de colostomia, pois a entidade estava sem esse utensílio para o recém-nascido.
“Eu tinha ganhado bolsas de uma criança ostomizada que atendo às vezes em Tatuí, pois ela vem na casa dos avós, mas mora em São Paulo. Ganhei muitas de recém-nascido da mãe dessa criança”, explicou, acrescentando ter doado algumas à Santa Casa.
No dia seguinte à chegada de Pedro, uma médica do berçário entrou em contato com Couto, solicitando se era possível o repasse das bolsas e se ele poderia ensinar a mãe a trocá-las.
A médica informou que o bebê era de Capela do Alto, e Couto respondeu que não havia problema a respeito, iria ajudar e ainda tinha material de bolsa de colostomia de recém-nascido para doação.
O atendimento foi realizado dentro do Centro Integrado de Reabilitação (CIR de Tatuí), onde Couto passou todas as informações a respeito da bolsa de colostomia e os devidos cuidados, além de entregar mais desse material à mãe do bebê.
O atendimento foi realizado no dia 14 de outubro, e o retorno, agendado para o dia 22. Porém, na sexta-feira, 18, uma amiga de Daniele, mãe de Pedro, entrou em contato, informando que o recém-nascido tinha apenas uma bolsa e iria precisar de mais para o final de semana.
“Então, falei para ela avisar a mãe para não ficar nervosa e nem preocupada, que iria no sábado ver o Pedro, avaliar o motivo de não estar parando (a bolsa adequadamente) e deixar mais para ela”, relatou.
No sábado, Couto foi com um amigo enfermeiro que ainda não havia cuidado de criança e de bebê ostomizado e passou mais orientações para a mãe, trocou a bolsa de colostomia, informou sobre a troca, tirou dúvidas e incentivou a mãe a realizar o procedimento.
Nesse momento, o enfermeiro perguntou à mãe de Pedro se poderia fazer a gravação, para publicar nas redes sociais e, assim, pudesse propagar a informação.
“Para falar sobre ostomia, passar orientação, mostrar a importância do cuidado, a dificuldade que se tem com o bebê e prevenções”, explicou.
Ainda de acordo com Couto, a mãe autorizou a gravação e a postagem, “e o vídeo acabou sensibilizando as pessoas, pois muitas não têm noção de quantos tipos de pacientes usam as bolsas, que existem leis que garantem os direitos e a portaria 400, que permite o direito de elas adquirirem”.
“Foi algo que foi crescendo. Fui acompanhando as curtidas e visualizações, e pessoas mandaram mensagem relatando que são ostomizadas, que têm pessoas na família ostomizadas e transmitindo um carinho e empatia muito grande para a mãe de Pedro”, destacou Couto.
A ostomia
Segundo informado por Couto, o paciente ostomizado é aquele que passou por procedimento cirúrgico e precisa de uma comunicação do meio interno com o externo – no caso do intestino, através de um procedimento cirúrgico.
Nele, se faz a retirada de uma porção do órgão que foi prejudicada por doença ou trauma. Então, é desviado o intestino, fazendo-se uma abertura, chamada de estoma ou “boca”.
A ostomia pode ser temporária ou permanente. Quando temporária, é até a recuperação da “alça” do intestino. Nesse momento, é feita novamente uma intervenção cirúrgica, religando o órgão. O caso de Pedro, recém-nascido que foi atendido por Couto, é temporário.