Aqui, Ali, acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
Frase do Dia: “Pior cego é o que não quer ver”.
O maior prejuízo de entrar no sono hipnótico de ler apenas mensagens de WhatsApp, curiosidades e vídeos de notícias (muitos deles falsos) é que nos privam das grandes e geniais obras do presente e do passado, que só podem ser achadas nos livros, sobretudo antigos.
Constitui, pois, uma privação ao bem, ao belo e ao verdadeiro, abandonar a leitura dos grandes artistas, filósofos e sábios, do passado principalmente, embora haja também obras primorosas do presente, para se dedicar às futilidades da tela de um celular.
Mas nem tudo é ruim na tecnologia, e de igual modo é privação deixar de assistir, pela internet às belíssimas óperas, balés e filmes inspirados nas grandes obras da literatura.
Posso listar alguns desses manjares imortais da arte, com os quais os leitores poderão se deliciar nos fins de semana e horas desocupadas.
Começo pelos filmes “Lucíola” e “Senhora” baseados em dois belíssimos romances de José de Alencar, películas essas produzidas com grande qualidade artística e fidedignidade às histórias originais.
Algo muito prazeroso e salutar é assistir a esses dois filmes e, em seguida, ler os romances, apreciando as qualidades literárias do escritor cearense.
Quanto às óperas, sugiro assistirem a “O Guarani”, encenada em Campinas, cuja montagem parece um sonho. As personagens emergem de um grande livro no palco, nascidos do romance do mesmo Alencar.
Depois vejam o filme “O Guarani”, e em seguida leiam o romance. Vocês nunca mais esquecerão o beijo dessa beleza eterna, que é a arte pura, feita não por dinheiro, mas para elevar e encantar o gênero humano.
Como assistir? É só entrar no Youtube e digitar “Ópera Guarani – Campinas”, ou “Filme O Guarani completo”, ou “Filme Lucíola”, ou “Filme Senhora de José de Alencar”. Façam a pipoca e assistam confortavelmente a estas fitas inesquecíveis.
No momento leio do escritor alemão romântico E. T. A. Hoffman (1776-1822) um livro de vários contos enfeixados na obra “O Castelo Mal-Assombrado”, publicada pela coleção Histórias Inesquecíveis, da Global Editora, sediada em São Paulo. Este mestre do conto fantástico inspirou filmes, óperas e o famoso balé “Quebra Nozes”, que todos os fins de ano é apresentado tradicionalmente em quase todos os países da Europa.
Este bailado, fidedigno à obra de Hoffman, mostra uma criança que na noite de Natal dorme e sonha que seus brinquedos ganham vida, saem das caixas e se envolvem em muitas aventuras.
No próximo artigo trarei mais joias da arte que podem ser degustadas pelos leitores.
Finalizo com uma dica de português: O verbo “intervir” significa “vir entre”. Trata-se, portanto, do verbo “vir” e não de “ver”. De modo que constitui erro dizer: ele interviu, nós intervimos, sendo o correto ele interveio, nós interviemos. Portanto, conjugue-se desta forma: eu intervim, tu intervieste, ele, ela interveio; nós interviemos, vós interviestes, eles intervieram.
Até breve.