Polícia Civil faz novas buscas pela operação “Grãos da Terra” em Tatuí

Grupo de empresários é suspeito de causar prejuízo milionário

Dinheiro e armas de fogo são apreendidos (Polícia Civil/Divulgação)
Da redação

Na sexta-feira passada, 11, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão pela quinta fase da operação “Grão da Terra” em Tatuí, que investiga delitos como lavagem de dinheiro e outros crimes contra a ordem econômica.

Nesta quinta fase, 13 endereços do município passaram por inspeção, sendo oito casas e cinco empresas do segmento de cereais, securitizadoras e de fomento de crédito.

Os empresários são acusados de fazer parte de um grupo suspeito de causar prejuízo de quase R$ 500 milhões com a apropriação de toneladas de grãos de produtores da região e favorecimento de credores após recuperação judicial, prática considerada crime pelo artigo 173 da Lei de Falências.

“Elas serviam para dar uma aparência lícita desse dinheiro obtido mediante fraude, seja estelionato, furto ou crimes patrimoniais”, declarou Franco Augusto Costa Ferreira, delegado assistente da Seccional de Itapetininga.

Durante a operação, foram apreendidos dinheiro, documentos, passaporte, aparelhos eletrônicos e armas de fogo, que ainda passarão por perícia.

Além disso, em um dos endereços, foram encontrados vários exemplares da denúncia apresentada pelo Ministério Público, e, no veículo de um dos investigados, documentos rasgados.

“Isso nos chamou a atenção. É mais um indício de que eles estavam tentando se furtar a novos fatos que serão delineados”, acrescentou o delegado.

Segundo Cláudio Bonadia de Souza, promotor do Gaeco, “as novas fases vieram das buscas que ocorreram anteriormente. Fomos pegando esses materiais, analisando eles, e, assim, pedimos outras buscas, até estancar toda a organização criminosa e ver se os delitos que estamos apurando ocorreram ou não. A única coisa de que temos absolutamente certeza é o prejuízo de centenas de milhões (de reais)”.

Operação “Grãos da Terra”

Desde dezembro do ano passado, a Polícia Civil e o Gaeco investigam um grupo de empresários de Tatuí, Itapetininga e Pilar do Sul. Conforme a denúncia, eles compravam grandes quantidades de grãos e as revendia por preços abaixo do “normal”. Além disso, os suspeitos também emitiriam notas fiscais falsas.

Em julho, um empresário já havia sido preso por suspeita de participar de um esquema de fraude relacionado à operação, e, de acordo com a Polícia Civil, estaria tentando obstruir o inquérito, procurando vítimas e prometendo pagar o que era devido caso elas alterassem os depoimentos. Nesta segunda-feira, 14, ele foi solto após decisão da Justiça. Mais detalhes não foram informados, inclusive, os nomes dos acusados.