Grupo One7 celebra 5 anos de existência

Empresa coloca Tatuí no radar do mercado de crédito brasileiro e reforça valores

Hortência Marcari à frente do evento no Conservatório
Da reportagem

O Grupo One7 completa cinco anos de atividade em julho e, para comemorar, promoveu evento no teatro “Procópio Ferreira”, do Conservatório de Tatuí, na quarta-feira da semana passada, 17, com a presença de convidados que lotaram o espaço, entre funcionários, direção da empresa, clientes, investidores, autoridades e familiares.

A maior atração da noite teve à frente Hortência Marcari, ex-jogadora de basquete da seleção brasileira, campeão mundial e medalhista olímpica de prata. Ela se apresentou após João Paulo Fiuza e Everaldo Moreira, fundadores do Grupo One7.

Especializada no mercado de crédito para empresas de pequeno e médio porte com faturamento entre R$ 6 milhões e R$ 150 milhões por ano, a One7 oferece soluções em recebíveis por meio de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), capital de giro, gestão financeira e crédito consignado privado, entre outros produtos.

O grupo nasceu com o propósito de “criar e entregar soluções financeiras com praticidade, vislumbrando sempre ser reconhecido como o melhor parceiro”, conforme ressalta.

Atualmente, os sócios e fundadores da One7, João Paulo Fiuza e Everaldo Moreira, mantêm-se como acionistas majoritários, no controle e na governança do negócio, como CEO e presidente do conselho, respectivamente.

Com alcance nacional e sediada em Tatuí, além de escritório em São Paulo, no bairro da vila Olímpia, Zona Sul da cidade, a empresa possui sistema tecnológico próprio, que permite atender os mais de 10 mil clientes atuais na carteira, além de promover uma “alta escalabilidade do negócio”.

Em entrevista ao jornal O Progresso de Tatuí, Fiuza afirmou que o investimento em prover a própria tecnologia é estratégico, visando ao futuro da companhia e à “possibilidade de atuação sem barreiras geográficas, além de ser motivo de orgulho”.

“Toda parte de inteligência de tecnologia está dentro desse prédio (localizado junto à Praça da Matriz), na nossa cidade. E isso é um orgulho para nós. No segmento em que atuamos, as pessoas conhecem Tatuí porque a gente está sempre falando da cidade. A primeira coisa que gosto de fazer em uma reunião é apresentar o trabalho que vem daqui”, comentou.

A One7 conquistou um número expressivo de clientes nas regiões Sudeste e Sul, devido à maior concentração de empresas com potencial de acessar crédito. No entanto, “nada impede de expandir esse alcance”, observou Fiuza.

“Pela tecnologia que temos hoje, não existem barreiras para nós. Se chegar um cliente de Manaus, que entendemos que podemos ter um acompanhamento, vamos operar, como já fizemos anteriormente”, exemplificou.

Todos os clientes do portfólio da companhia também geram um alto volume de informações, que está sendo administrado com a ajuda de inteligência artificial.

“Com o tratamento de todos os nossos dados, conseguimos gerar mais negócios. Isso é bom comercialmente para nós, já que estamos criando cada vez mais produtos, e também para o nosso cliente, que procura uma solução real.”

“Dessa forma, é possível entregar mais valor para os clientes, indo além de suas próprias expectativas, que são basicamente: crédito rápido com menos burocracia e com uma taxa em conta”, detalhou o CEO.

“Dinheiro por dinheiro, na nossa visão, é uma operação de commodity. Temos a responsabilidade de fazer algo a mais, oferecendo para o cliente o que ele nem sabia que poderia acessar através do crédito em um primeiro momento”, acrescentou.

O esforço de “facilitar a vida” das empresas é fruto do aprendizado e organização conquistados nos últimos anos. “Se eu não tivesse processos bem estruturados, não conseguiria fazer as minhas reuniões aqui ou em São Paulo. Eu estaria no mesmo processo que o meu cliente na maior parte das vezes está. Mas, estamos lutando para resolver (os desafios). Eu sei disso, porque já estive nesse lugar. Por isso, consigo entender a ‘dor’ deles”, apontou.

Com essa visão, os fundadores evoluíram o negócio. “Resolvemos avançar com a One7 para criar uma empresa que seja maior do que todos nós aqui dentro”, pontuou.

“Se eu não me desafiar todos os dias para ser melhor, daqui a pouco, a empresa que eu mesmo criei me ultrapassa. Por isso, preciso saber: ‘Eu sou preparado para minha própria empresa?’ Se não, tem que contratar no mercado”, aconselhou.

E emendou: “Então, tudo passa por uma questão de desafio, porque empresas crescem exponencialmente, como é o nosso caso, mas pessoas, não”.

A posição alcançada pelo grupo foi conquistada e é norteada por valores éticos, frisa o CEO. Um deles é a “humildade”. Por isso, Fiuza reconhece o quão é importante destacar Tatuí na trajetória do grupo, ao mesmo tempo em que procura, no mercado, parceiros estratégicos para dar suporte às operações do dia a dia e alavancar ainda mais o crescimento.

“Gostamos muito de falar de Tatuí, porque temos orgulho e é a nossa referência. Também temos humildade de reconhecer as nossas limitações. Por isso, contamos com parceiros que dão suporte para as maiores empresas do Brasil, como é o caso da Falcone. No nosso início, era a Fundação Dom Cabral”, lembrou.

João Paulo Fiuza, COE do Grupo One7

De acordo com o CEO, a resiliência e a humildade para avaliar as oportunidades provocam o crescimento exponencial das empresas, permitindo que se mantenham – ou não – no mercado.

“Falo sobre humildade porque é com o que me desafio. Costumo afirmar: ‘Estou presidente, eu não sou o presidente’. A empresa é de sucesso? Ela está de sucesso. E, para continuar assim, ela não pode baixar a guarda”, elucidou.

“Quantas empresas vimos aqui em Tatuí sendo de sucesso, e hoje nem existem mais? Grandes empresas, inclusive. Temos que olhar esse cenário e pensar: ‘O que aconteceu?’, ‘onde erraram?’, ‘quais foram os problemas?’”, complementou.

Cultura e valores

Além da humildade, a One7 adota uma cultura organizacional baseada em um conjunto de valores e práticas que buscam inspirar e reger a conduta de todos os integrantes da empresa.

Como sugere o nome e exatamente da forma como foi idealizada, são sete valores: orientação para resultado, empreendedorismo, comprometimento, espírito de equipe, abertura e respeito à diversidade, sinceridade e reconhecimento.

Inspirar os funcionários no dia a dia a adotarem e respeitarem cada um desses valores o CEO confessa não ser fácil. No entanto, ele sustenta procurar liderar pelo exemplo.

“O ponto é ser genuíno e verdadeiro, eu não tento ser o que não sou. Isso gera confiança e credibilidade das pessoas. Por exemplo, não ando por aí desrespeitando ninguém”, revelou.

“O nosso maior atributo é ser correto, fazer o que é correto. Isso não é subjetivo. Estamos aqui para fazer a coisa certa dentro da nossa regra, o que também gera uma confiança muito grande”, acrescentou.

Transmitindo a confiança e a credibilidade necessárias para a equipe, “é possível praticar os valores na sua ordem de importância, tendo, justamente, como foco a orientação para resultados”, garante Fiuza.

“Não estamos aqui brincando: a empresa é legal e respeita, mas tem que ter resultado, tem que ter lucro, somos capitalistas. Só para não esquecermos, tem que dar lucro e bastante resultado. Sem isso, não conseguimos continuar provendo e gerando negócio, além de fazer outras coisas que entendemos ser positivas”, ressaltou.

Sobre o segundo valor, Fiuza comentou: “O que mais queremos são pessoas com autonomia e liberdade para empreender aqui dentro. Adoro quando escuto provocações bem colocadas sobre novas formas de fazer algo”, contou.

As expectativas em relação ao posicionamento dos colaboradores são desenvolvidas com incentivo à capacitação profissional, por meio dos treinamentos oferecidos internamente.

“Hoje, tem 300 mil treinamentos online; as pessoas têm acesso e vão buscar informação. Também temos dentro da nossa responsabilidade treinar as pessoas, inclusive, com treinamentos internacionais. Mandamos oito, dez executivos para os Estados Unidos. Eles ficaram um mês lá, recentemente”, lembrou.

Apesar do suporte e benefícios oferecidos, o CEO deixa claro que eles não são suficientes se não houver proatividade individual. “Se a pessoa não tiver a vontade, se ela não tiver o espírito aqui dentro de olhar e falar: ‘Eu visto essa bandeira, eu sou One7, eu tenho orgulho da companhia, eu acredito no propósito’, não vai fazer algo diferente.”

Tendo isso em mente, Fiuza entende ser possível manter os valores adotados e, ao mesmo tempo, continuar evoluindo. “Não queremos estar na média. Somos humildes, sim, mas isso é diferente de não querer se desenvolver. Até porque, humildade é respeitar as pessoas, cuidar e não perder a referência. Não sair nunca do que são os valores reais da vida”, reiterou.

Para sair da “zona de conforto”, o CEO diz que a One7 procura ser “provocativa” com seus funcionários, “extraindo o máximo de seus potenciais de entrega”.

“A produtividade média dos funcionários nas empresas não passa de 35% a 40% do que podem entregar. As pessoas não são desafiadas, e eu não quero uma entrega de 40% aqui. Quero 80% a 90%; 100% é impossível, é utopia,” destacou.

“Se você tiver as pessoas entregando dentro do seu potencial, sua empresa vai ser um lugar muito melhor. Todos vão entender que existe um propósito, porque, se não tiver um significado, você anda meio vazio, sem saber o que está fazendo”, avaliou.

Fiuza reforça a importância do cuidado com os colaboradores, sustentando que isso “norteia a confiança e cria um leque de oportunidades para os relacionamentos em construção”.

Por sua vez, diz ele, “quando existe a confiança e provamos que aquilo é algo sustentável, abrimos portas para vínculos melhores com os clientes e investidores”.

Fiuza também faz um contraponto refletindo como a individualidade de cada um pode influenciar no trabalho: “Vaidade sempre existe, ego tem que ser controlado. Não estou falando que as pessoas não têm que ter nenhum tipo de ego, mas ele mata se não for controlado”.

Apesar disso, o espírito de equipe e a orientação para resultados não deixam de ser prioridades. “Respeitamos a diversidade e o direito que todo mundo tem de pensar da forma que quiser. Mas, independentemente de tudo isso, se a pessoa não olhar para resultados, ela está contrária à empresa”, frisou.

Tatuí para o mundo

O início em Tatuí, os voos alcançados até agora e o futuro promissor esperado são motivos de orgulho e comprometimento para a One7. “Entendemos que a empresa cumpre uma função que vai além da parte capitalista. Por isso, temos que disseminar um pouco do que vivemos. Começamos municipal; depois, impactamos um estado; e, por fim, viralizamos”, avaliou.

“Por ter a origem tatuiana e entendermos que temos que impactar, nada mais satisfatório do que começar pela nossa própria sociedade, onde nos desenvolvemos. A partir daí, nos envolvemos com projetos, como o ‘Jovens Empreendedores’”, lembrou.

Promovido em 2020, em parceria com a prefeitura de Tatuí, o projeto selecionou 17 pessoas, com idade entre 18 e 25 anos, para um circuito de visitação em empresas de destaque na cidade, além de oferecer-lhes palestras exclusivas com empreendedores que são referência em suas áreas de atuação. Desses jovens, dois são executivos atualmente na One7.

Outra iniciativa lembrada foi o Programa Empreendedor Transformador, uma competição gratuita de negócios que premiou com R$ 25 mil, mais um curso Empretec do Sebrae, a microempresária Elaine Farias, criadora da Pethucos.

O concurso, realizado em 2020, em parceria com a prefeitura e o Sebrae, tinha o objetivo de estimular e desenvolver o empreendedorismo local. Na época, puderam participar todos os microempreendedores que possuíam empresas ativas, com CNPJ, registradas na prefeitura.

Além dessas competições, foi destacado o One7friends, um projeto que busca desenvolver e implementar ações com “influência positiva na sociedade e no ecossistema da empresa”.

Para isso, o programa atua em sete frentes: social, com ações de voluntariado, doações e benfeitorias de retorno à comunidade; educacional, buscando transmitir o conhecimento como o maior bem; ambiental, apoiando a reciclagem, consumo responsável e proteção dos recursos naturais.

Também fazem parte os pilares: financeiro, com contribuições monetárias diretas para apoiar causas beneficentes; cultural, apoiando artistas e estimulando cultura e lazer; esportivo, de estímulo à prática da atividade física para o bem-estar individual e coletivo; e emocional, contribuindo com o “amor ao próximo”.

No One7friends, qualquer pessoa ou instituição pode sugerir projetos e ações. Basta responder um formulário no site da instituição, detalhando o projeto e como a One7 pode colaborar.

De curto a longo prazo, o objetivo “é continuar discutindo e implementando um conjunto de ações com potencial para impactar a sociedade”, reitera o CEO. “A busca é incessante para despertar nas pessoas o que não é o trivial do dia a dia. Tatuí, obviamente, é o nosso alvo principal, com o apoio ao basquete e ao futebol, por exemplo”, sintetizou.

Em relação às ações futuras, ele admite: “Não temos um planejamento claro, porque seria irresponsável fazermos a promessa de algo. Mas, o que existe dentro da nossa essência, o que estamos fazendo e acreditamos é que vamos fazer muito mais”.

Empreendedorismo

O empresário de 45 anos reconhece que problemas existem e são inevitáveis. O “segredo” da superação está na forma como estão sendo tratados. “As dificuldades todo mundo tem e não dá para escapar. Todo dia tem problema para resolver, e você enxerga da forma que achar melhor”, apontou.

“Não tem como você se desenvolver e crescer sem dor. O que me faz ter uma adrenalina no bom sentido? Todo dia é puxado. Como eu administro? Primeiro, é gostar muito do que eu faço”, apontou.

O envolvimento com o trabalho, contudo, também precisa ser dosado com os compromissos pessoais. “Sou apaixonado pelo que faço, num nível que tenho que me equilibrar familiarmente inclusive, para não transpassar de um limite que possa atrapalhar minha vida pessoal”, conta.

A paixão e o comprometimento também demandam esforços extras, sustenta Fiuza. “Eu trabalhei, lutei, sonhei e pedi muito a Deus para que as coisas pudessem acontecer e dessem certo. Ele me atendeu, e não posso achar que não vou ter responsabilidades”, reconhece.

“Está um pouco atrelado também com a mentalidade, porque você acorda de um jeito em que você pode olhar duas coisas da mesma forma: isso aqui é um problema ou uma oportunidade? No meio de um problema, sempre vai ter uma oportunidade”, reflete.

Sobre criar e encontrar alternativas em meio aos desafios da vida, Fiuza também lembra das experiências ruins que viveu com bancos e como transformou isso em inspiração.

“Sempre fui muito a banco; eu mesmo que ia, rodava todos aqui. E não era gostoso. Eu ficava lá nas filas, esperando, com toda aquela confusão. Então, percebi: esse problema que estou sentindo, a população inteira sente. Dessa confusão, o que posso fazer, lá dentro do meu negócio, para criar uma oportunidade?”, lembra.

Por isso, além de gostar do que faz, é importante “entender o mercado”, aconselha Fiuza. “‘Quem eu vou atender?’ ‘Existe público para isso?’ Se não, eu vou me frustrar. Se eu lançar um produto em Tatuí que não tem ninguém para consumir, eu vou achar que o meu negócio é ruim e que o mundo é injusto”, analisa.

Outro exemplo da perspicácia diante de desafios para encontrar soluções oportunas é a pandemia. “Naquela época, todo mundo teve que mudar, reestruturar, entender que o mundo está cada vez mais tecnológico e que as empresas vão ter planos diferentes de cinco ou dez anos atrás. Então, é: ‘não vou fazer algo que eu acho, mas onde vou fazer e por que estou fazendo’”, aconselha.

A visão crítica permite um planejamento racional para adequações de uma empresa, segue o empresário. “Não tem problema nenhum mudar, muito pelo contrário: o problema é não mudar. Minha inteligência é saber que isso era bom na década passada, mas as coisas mudaram, o público já não consome mais assim”, explica.

Dessa forma, Fiuza acredita ser possível assumir responsabilidades sem depender de contextos favoráveis, tampouco enxergar-se como “vítima”. “O que é ser vítima?”, questiona e exemplifica: “Sou de Tatuí, nasci em uma cidade pequena”.

“Não dá para entrar nessa seara se você acha que o seu negócio não dá em Tatuí, a responsabilidade é sua em pensar onde ele dá. Porque, senão, é ir para casa e se lamentar todos os dias. Não podemos terceirizar problemas”, complementa.

Fiuza resume reforçando que, independentemente do contexto ou das dificuldades, os empresários “apaixonados pelo que fazem” aumentam suas chances de sucesso.

“Entendemos que os problemas existem e fazem parte do processo, não tem como fugir. Caso contrário, criamos a zona de desconforto. Só assim é possível se desenvolver”, conclui.