Da reportagem
A décima edição da Feira do Doce de Tatuí vendeu 426 mil doces e movimentou R$ 2,3 milhões nos seus cinco dias de duração. O evento começou na primeira sexta-feira de julho, 5, e terminou na terça-feira, 9, feriado da Revolução Constitucionalista de São Paulo.
A feira ainda gerou 869 empregos diretos e indiretos. Na edição de 2024, o total de pessoas empregadas foi de 615. Além disso, as empresas doceiras participantes – de acordo com uma pesquisa realizada entre elas – gastaram, neste período, no comércio tatuiano, um montante estimado em R$ 790,7 mil.
Conforme os registros feitos pela empresa de monitoramento, a feira somou o fluxo de 298 mil pessoas. A quantidade é próxima à esperada pela organização, que tinha projetado a passagem de 300 mil pessoas. O número deste ano é superior em 23% em relação à edição anterior, tendo 56 mil visitantes a mais.
Diariamente, foram 59 mil “passantes”, um crescimento de 23,07% em relação à edição anterior. O dia mais movimentado foi o domingo, com 82 mil pessoas; já o de menor fluxo foi na terça-feira, com 22 mil.
Esses números foram computados graças ao sistema de segurança e monitoramento instalado na infraestrutura. Ao todo, foram 21 câmeras com 2.520 horas de gravação.
O relatório final com os dados da décima Feira do Doce, realizada pela prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, em parceria com a Associação dos Produtores de Doces de Tatuí (Aprodoce), foi divulgado nesta quarta-feira, 17, no Centro Cultural, em reunião com os 65 expositores e mais o Fundo Social de Solidariedade de Tatuí (Fusstat).
Outros resultados
Durante a Feira do Doce de 2024, os 65 produtores também responderam a diversas questões, com os resultados: 68,7% acharam o evento “ótimo/bom”; 94% avaliaram como “bom” para fazer novos clientes; 95,5% participariam da próxima edição; e 92,5% personalizaram a apresentação dos produtos.
Para todos eles, as apresentações musicais foram importantes; para 76,1%, a decoração de seus estandes influenciou na venda de seus produtos.
Sobre os cinco dias de duração, 53,7% acharam “bom”; já para 40,3% são suficientes os quatro dias da edição anterior; e 6% fizeram outras considerações.
Com relação aos estandes, tendas, banheiros químicos para o público, parte elétrica e demais infraestruturas, 37,3% acharam “ótimo” e 40,3% consideram “bom”.
Sobre a sonorização e programação musical, 56,7% avaliaram como “ótimo” e 31,3%, como “bom”. A identidade visual foi “ótima” para 71,6%; e 25,4% consideraram-na “boa”.
Sobre a segurança geral do evento, 79,1% avaliaram como “ótima” e 19,4%, como “boa”. Os itens de acessibilidade e inclusão foram avaliados como “ótimos” para 73,1% e “bons” para 26,9%.
Referente ao cardápio, se algum doce havia acabado antes do término do evento, 80,6% responderam “não” e 19,4% disseram que “sim”. Em relação ao melhor dia de vendas, 74,6% responderam ter sido o domingo e 25,4% tiveram retorno maior no sábado.
Ainda, por pesquisa de demanda turística com os visitantes da feira, obteve-se os dados dos 387 entrevistados: 51% se consideravam do gênero feminino; 47% masculino; 1% outro; e 1% preferiu não se classificar.
Outros 24% dos que responderam eram menores de 18 anos; 66% tinham entre 18 e 30; 40%, entre 31 e 40, 30%, entre 41 e 50; 17%, entre 51 e 60; e 6%, acima de 60. Ainda; 81% das pessoas disseram que já conheciam o evento, enquanto 19% ainda não.
Dos turistas, 46% ficaram sabendo do evento pelas redes sociais; 29%, por meio de amigos; 18%, por outros meios; 3%, por jornal; 2%, pela televisão; e outros 2%, por rádio.
De todas as pessoas que responderam à pesquisa, 56% são moradoras de Tatuí, 36% vieram somente para a feira, 6% vieram para turismo, lazer e entretenimento e 2%, por outro motivo.
Também foi questionado o que acharam do evento de modo geral: 71% avaliaram como “ótimo”, 24% como “bom”, 4% “regular” e 1% “ruim”. Com relação à variedade de doces dos expositores, os turistas analisaram-na como: “ótima”, 79%; “boa”, 18%; “regular”, 2%; e “ruim”, 1%.
E, para finalizar, o público opinou sobre a programação musical, cujo resultado foi: 49% “ótima”, 25% “boa”, 21% “regular” e 5% “ruim”.
O Departamento de Turismo realizou pesquisa com 55 pessoas da área comercial de Tatuí, já que a feira impulsiona também o turismo de negócios e eventos no município.
Dos entrevistados, 89,1% trabalham no comércio local e 10,9% são proprietários. Destes, 50,9% disseram que a feira ajuda o comércio local, aumentando o fluxo de pessoas na cidade e, também, o faturamento de lojas, restaurantes, rede hoteleira e outros; 41,8% acreditam que não ajuda; e 7,3% não souberam dizer.
No entanto, 96,4% concordaram que o turismo é importante para o comércio da cidade. Eles também foram questionados se acreditam que a feira é o maior evento turístico da cidade, 92,7% responderam “sim” e 7,3%, “não”.
Panorama geral
A feira aconteceu na Praça da Matriz, com 65 expositores, o Fundo Social de Solidariedade e mais de 250 tipos diferentes de doces, além da programação do Festival Capital da Música “Maestro Antônio Carlos Neves Campos”.
Os cinco dias de evento – um a mais que no ano passado – também tiveram uma série de novidades, como ações inclusivas para autistas e pessoas com deficiência (PCDs), além do apoio reforçado para a chegada das caravanas de várias cidades do estado de São Paulo.
Outras iniciativas que aconteceram em paralelo foram: a distribuição gratuita da sétima edição do Guia Turístico e Gastronômico “Tatuí Cidade Ternura”, produzido pelo jornal O Progresso de Tatuí, e a segunda edição do concurso “Doce Harmonia”, promovido por meio de parceria entre a Faculdade de Tecnologia e a Associação dos Produtores de Doces de Tatuí (Aprodoce), com apoio da prefeitura.
Segundo o turismólogo Jean Vinicios Sebastião, a feira tem a preocupação de superar-se ano após ano. Por isso, todas as ações, inclusive o tempo de duração maior, foram pensadas para melhor atender aos turistas e apoiar os doceiros. Dessa forma, o evento se mantém com o foco turístico e empreendedor.
“A feira é uma receita de sucesso, e essa receita de um ano para o outro sempre tende a crescer nos dados estatísticos, mas sem descuidar da qualidade do evento”, argumentou.
Em relação aos dados estatísticos, o turismólogo especificou alguns que chamaram mais atenção. Para começar, falou sobre a expectativa de “passantes”.
“Percebemos uma coisa que já sabíamos, mas não tínhamos nenhum gráfico a respeito. Sempre falávamos que o melhor dia para os doceiros era o domingo. E a pesquisa confirmou, com 74% dos expositores afirmando isso”, revelou.
Outras surpresas foram sobre os resultados da demanda turística e ações inclusivas. “Entre os dados interessantes que avaliamos: 36% dos entrevistados vieram para Tatuí especificamente para a feira; e 73% avaliaram como ‘ótimas’ as ações inclusivas, e o restante, como ‘boas’”, concluiu.
Expositores
A seleção inicial dos doceiros foi anunciada no dia 24 de abril. Na época, dos 79 inscritos, foram selecionados, em um primeiro momento, 60 até passar para os 65 oficiais do evento.
Depois da fase classificatória, os doceiros participantes passaram por um processo de capacitação e qualificação, promovido pela comissão organizadora. Foram cerca de oito encontros, realizados uma vez por semana, antes do evento.
As reuniões semanais abordaram vários temas, como atendimento ao cliente, higiene e manipulação de alimentos, orientações sobre segurança e trânsito nos dias da feira, dicas de decoração dos estandes, entre outros assuntos relacionados ao evento.
Festival de música
Desde o primeiro dia, a partir das 11h, o público pôde acompanhar as apresentações musicais. Os primeiros que passaram pelo palco do coreto central foram os alunos do Projeto Guri de Tatuí. Às 13h, foi a vez da Big Band do Conservatório, com música instrumental.
Em seguida, às 14h, Ruzzo DJ Set promoveu uma apresentação com música eletrônica autoral e clássicos remixados. Às 19h30, aconteceu a abertura oficial, com o show da cantora Zizi Possi, ao lado da Orquestra Sinfônica de Tatuí (OST) da Associação Semear.
A programação musical aconteceu durante os cinco dias do evento, tanto no período da manhã quanto à noite. Ao todo, foram 30 apresentações musicais dos mais variados gêneros, como música instrumental, pop, rock, samba e choro.
Turistas
O evento também apoiou a chegada de caravanas oriundas de diversas localidades. Ônibus e vans realizavam o embarque e desembarque dos turistas na praça Manoel Guedes, do Museu Histórico “Paulo Setúbal”.
Além disso, a Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, como de costume, preparou um estande para recepcionar o público e fazer pesquisas de satisfação e comportamento. Lá, os visitantes encontraram tudo o que precisavam saber sobre o evento, desde a programação musical até o cardápio completo de doces.
Além desses materiais, também esteve à disposição o guia “Tatuí Cidade Ternura”, com indicações renovadas de bares, restaurantes, hotéis e estabelecimentos que prestam serviços voltados à orientação de visitantes. O guia tem seis capítulos, divididos em agenda cultural, patrimônios tatuianos, pontos turísticos, classificados, informações úteis e selo de qualidade.
Todas as informações são, anualmente, atualizadas, e também podem ser visualizadas na versão digital, no site “Tatuí Cidade Ternura” – www.tatuicidadeternura.com.br.
“Doce Harmonia”
Realizado um mês antes da feira, o concurso Doce Harmonia, segundo a organização, tem o objetivo de “aprimorar a arte culinária e gastronômica relacionada à fabricação de doces e confeitaria”, reconhecendo e premiando os melhores doces tatuianos em três categorias distintas.
Elas são divididas em: “tradicional” (doces que se enquadram nas tradições da culinária local ou regional), “gourmet” (com abordagem “refinada e sofisticada” em termos de sabor, apresentação e combinação de ingredientes) e “inovador” (que demonstrem criatividade e originalidade).
Nesta edição, os vitoriosos foram: na categoria tradicional, a trufa tradicional, da Dani Diniz Confeitaria; na inovação, o brigadeiro de cerveja, da Doce Lua; e, na “gourmet”, o donuts de curau, do Atelier Anna Botelho.