Da reportagem
O Grupo BT/Clube de Campo, o Basquete de Tatuí, sagrou-se campeão da Copa São Paulo 2024 no sábado passado, 6. O time tatuiano venceu a LBS, de Sorocaba, por 62 a 32, no ginásio do Sesi Votorantim.
Essa foi a segunda vitória no playoff final, em série melhor de três jogos. No primeiro confronto, na quarta-feira da semana passada, 3, o Basquete Tatuí já havia vencido a LBS, por 65 a 62, jogando em casa.
Ao contrário da partida anterior, o time tatuiano não deu chance para a LBS, liderando o placar do começo ao fim. Destaque para o último quarto, em que venceu por 25 a 7, com o time da casa já sem poder de reação.
Os cestinhas da partida foram Aquiles Ferreira, que anotou 14 pontos, e Rafael Castellon, com 12 pontos. Já pelo time da casa, foi Lucas Marciel (o “Fumaça”), que, apesar da derrota, marcou um “duplo-duplo”, com 17 pontos e 10 rebotes.
O time tatuiano trouxe o troféu para casa depois de uma campanha com 14 vitórias em 17 partidas. A conquista é inédita para a equipe, que tem cinco anos de existência.
Em entrevista ao jornal O Progresso de Tatuí, o técnico e jogador do time, William Drudi, comentou sobre o ineditismo do título, os desafios superados e a importância do basquete para a cidade.
O Progresso – Qual a sua avaliação geral do campeonato?
Drudi – Começamos bem equilibrados. Tanto que Sorocaba ficou na primeira colocação, a gente, em segundo e o São Caetano, em terceiro, e todos com o mesmo número de vitórias e derrotas.
Então, mostra a qualidade que foi esse campeonato, e como foi disputado. Qualquer um dos três tinha total condição de sair com o título.
O Progresso – Como foi a preparação para os jogos?
Drudi – Estamos nos preparando desde janeiro. Eu deixava o time bem ciente de tudo que estava sendo treinado e seria utilizado durante toda a competição. Fomos agregando situações táticas e técnicas, sem nenhum planejamento especial exatamente, mas uma preparação ao longo desses seis meses visando à classificação para a final.
O Progresso – O momento é de descansar e comemorar ou já estão de olho nos próximos jogos?
Drudi – Dei cinco dias de folga para o time, que é o necessário não só pela questão física como também a mental dos atletas. Depois disso, voltamos a nos preparar para os Jogos Regionais, que acontecem na próxima semana.
O Progresso – Quais os próximos objetivos?
Drudi – Tem os Jogos Regionais, em que há uma disputa há dois anos contra a equipe de Sorocaba e na qual já saímos com o vice-campeonato. Então, almejamos estar nessa final de novo. Queremos a conquista desse título inédito.
O Progresso – Qual o significado da vitória na Copa São Paulo 2024 para o time como um todo?
Drudi – Estamos há anos disputando, praticamente, todas as finais dos campeonatos. Já conquistamos o bicampeonato paulista. Esse foi o terceiro ano que fomos para a final da Copa São Paulo e conseguimos esse título inédito. Então, tudo isso é importante para o projeto.
O Progresso – Quais aprendizados vocês tiram?
Drudi – Sempre deixo muito claro o trabalho em equipe. Teve jogadores que, durante a temporada, não estavam tendo tanto protagonismo, mas chegou a final e eles tiveram.
Por isso, falo para o time sobre a importância do preparo durante a competição, que é longa. Disputamos dois campeonatos brasileiros simultâneos com a Copa São Paulo. A qualquer momento, eles poderiam ser utilizados. E, quando aconteceu, eles foram bem aproveitados e renderam o que podiam. Na verdade, foram até além, dando sempre o melhor para o time.
O Progresso – Mesmo com a vitória, tem algo que vocês pensam que poderia ter sido feito diferente?
Drudi – Deixamos 100% na quadra, tanto durante a temporada como nas finais. Isso foi mérito total da equipe, que estava com a cabeça boa nesses momentos finais. Sabíamos da dificuldade que era jogar e decidir um título fora de casa, e nos portamos bem.
O Progresso – Como você vê a relação do time com a cidade? Há algo que poderia ser feito para o basquete continuar crescendo?
Drudi – Ano a ano vem crescendo. Hoje, temos a ajuda de alguns empresários da cidade, empresas grandes e apoiadores. Com a conquista do título, isso tende a melhorar.
O Progresso – Qual o significado desse título para a cidade de Tatuí, em sua opinião?
Drudi – É muito mais do que somente o ganhar ou o perder. Temos um projeto que o professor Miguel (Lopes Cardoso Júnior, prefeito) começou lá em 2006, 2008, que vem tomando forma, e, hoje, temos um espelho, que é a equipe adulta. Contamos com mais de 250 crianças por ter essa equipe como espelho.
Eles têm um sonho de um dia estarem participando dessa equipe. Por exemplo, temos um jovem de 17 anos que faz parte efetiva da equipe. Inclusive, entrou em jogos importantes da semifinal e final. É um menino que não tem pai e nem mãe. Onde ele estaria neste momento, se não fosse o basquete?
Hoje, ele tem todo o suporte da equipe, morando no alojamento. Isso é fruto do que o professor Miguel vem construindo ao longo dessa história. É importante para a cidade em si. E é só um exemplo, sem falar nos demais, que estão participando efetivamente das categorias de base, sonhando com o dia em que estarão na equipe adulta.
O Progresso – E para você, o título tem algum significado especial?
Drudi – Sempre tem. É o que eu costumo falar: independente do campeonato que vamos disputar, o objetivo do atleta e do técnico é conquistar títulos.
Somos uma equipe jovem, com apenas cinco anos. Olha quantas finais já foram disputadas: quatro no Campeonato Paulista, três da Copa São Paulo. Chegar em uma final é muito difícil; se manter e conquistar títulos, é mais ainda.
Isso mostra que estamos trabalhando firme e gerando bons resultados. Às vezes, não é o significado do título vencido, mas a competição com equipes tradicionalíssimas. É o caso do São Caetano, que tem anos e anos de projeto, entre outras equipes, com mais de 20 e 30 anos. E nós, tão prematuros, já trabalhando e disputando títulos de forma igual com essas equipes.