Da redação
Durante esta semana, a cidade seguiu em mobilização de ajuda humanitária às vítimas dos temporais no Rio Grande do Sul. No domingo passado, 12, três carretas com doações saíram da cidade rumo aos municípios de São Jerônimo e Triunfo. A primeira viagem, para Santa Cruz do Sul, aconteceu na segunda-feira da semana passada, 6.
Nesta sexta-feira, 17, foi o último dia de coleta de donativos a serem enviados ao Sul. Na tarde desse mesmo dia, houve o carregamento para transporte, o qual está previsto para acontecer neste domingo, 19.
No decorrer da semana, voluntários se reuniram na antiga loja São José (Lazinho Soares), situada na rua 11 de Agosto, 1.088, para a coleta e triagem das doações. De acordo com os ajudantes, entre os desafios enfrentados, houve a separação de peças, em razão de alguns produtos chegarem a ser considerados “descarte”, em razão das más condições para uso.
“Algumas pessoas acham que doação é descarte. Recebemos cada coisa que a pessoa deveria ter vergonha de doar”, relatou a voluntária, Renata Tarracha.
Para Soraia Rocha, ter doado o tempo dela em benefício ao povo do Rio Grande do Sul “foi uma virada de chave”. “Estava depressiva por ter perdido o meu pai recentemente. E, para não ficar em casa sozinha, uma amiga me convidou para ser voluntária. Foi a melhor coisa que fiz até então. Ajudar o próximo cura”, afirmou.
A coleta de doações continua a ser realizada na unidade do Poupatempo e nas agências dos Correios. No entanto, nos Correios não serão mais aceitas roupas.
Para doações nesses pontos, os voluntários pedem para que sejam levados itens pouco lembrados, entre os quais: peças íntimas e meias novas, roupas que aqueçam, como camisas de manga, casacos e pijamas de inverno, além de cobertor, lençol, manta e edredom.
Ainda pedem a doação de fronhas, por poderem ser usadas tanto por bebês quanto por animais; toalha de banho higienizada, comidas de preparo rápido, abridores de garrafa, cortadores de unha e roupas e sapatos sociais, em razão de haver pessoas que perderam todos os pertences e tiveram que retornar ao trabalho.
De acordo com o mais recente balanço, divulgado na tarde de sexta-feira, 18, pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, havia subido para 154 o número de mortos. Ao todo, havia 98 pessoas desaparecidas — dado que apresentava uma diminuição em relação a quinta-feira, 16.
As autoridades do estado estimam que a catástrofe tenha afetado a vida de 2,2 milhões de moradores de 461 municípios até agora — 93% do total. Havia 540.192 pessoas desalojadas e 78.165 em abrigos.
O balanço ainda informa que cinco dos sete principais rios do estado seguiam com níveis acima da cota de inundação. No Guaíba, a elevação diminuía gradativamente.