Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
Caros amigos,
Em 1997, desejoso de ensinar redação em São Paulo, criei um exercício chamado Expressão do Sentimento (bom) – amor, gratidão, perdão, o qual ultrapassou todas as minhas expectativas.
O objetivo era desbloquear os sentimentos bons reprimidos, para que pudesse aflorar a Reta Razão, que é fruto do amor.
Até então eu desconhecia exercícios desse tipo – o que havia normalmente era: descrição à vista de uma gravura, dissertação, narração…
Mas a atividade dos poetas, dos músicos com suas canções, que tratam de expressar o mundo dos sentimentos, nunca tive conhecimento.
Nestas aulas, que podem ser usadas por professores de Tatuí com crianças e jovens, tem havido resultados surpreendentes.
Vários professores do ensino fundamental e médio, que são meus alunos nos cursos de graduação das Faculdades Trilógicas, estão usando o método e reportando a mim os resultados.
Costumo usar quatro exercícios: 1. Escrever uma carta a alguém que ama, declarando seu amor; 2. Escrever uma carta de gratidão, agradecendo a alguém que muito o ajudou; 3. Redigir uma carta pedindo perdão a alguém que ofendeu ou magoou; 4. Uma carta perdoando um inimigo.
Uma aluna minha da Escola de Línguas Millennium, hoje Centro de Idiomas da Fatri (Faculdades Trilógicas) contou-me algo surpreendente.
Ela escreveu uma carta a seu irmão, agradecendo o tanto que ele a havia ajudado na vida, dizendo-lhe obrigado de muitas formas (do jeito que ela sentia).
Depois, deu a carta a ele, junto com um presente de aniversário. O rapaz desabou: “Eu não sabia que você sentia isso por mim!”, declarou admirado. “Nem eu sabia”, disse minha aluna. “Descobri apenas quando escrevi a carta!”
Normalmente, somos pródigos em extravasar maus sentimentos: basta alguém fechar nosso carro na rua para explodirmos em palavras rudes.
Mas temos enormes dificuldades em dizer a alguém: “muito obrigado por toda ajuda que você me dá”, ou “eu te amo muito”, ou “desculpe se o ofendi aquele dia”…
Os sentimentos mais genuínos de amor, de tolerância e de perdão, de gratidão, não queremos extravasar…
Uma aluna minha, que é professora no ensino fundamental, aplicou esse método na sua classe e ficou emocionada quando a aluna Márcia escreveu sua carta de perdão.
Disse ela: “Márcia, eu te perdoo por ser tão invejosa contra seus pais”, “eu te perdoo por ser impaciente com seu irmão” e por aí afora.
Baseei esses exercícios no Método Psicolinguístico Terapêutico Trilógico, de Norbeto Keppe, aplicado no ensino de outros idiomas, que apliquei ao lecionar redação.
Os resultados são benéficos e surpreendentes. Recomendo firmemente aos professores de minha cidade que experimentem usar este método, e verão os resultados.
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano