Falta do uso do cinto de segurança em Tatuí gera mais de 4 mil multas

Irregularidade é a maior causa de autuação pelo terceiro ano consecutivo

Falta do cinto gera multa de R$ 195,95 e 5 pontos na CNH (Foto: Divulgação)
Da reportagem

Pelo terceiro ano consecutivo, deixar de usar o cinto de segurança em Tatuí é a maior causa de multas no trânsito. Os dados são apontados pelo Departamento de Mobilidade Urbana.

De acordo com o órgão da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana, o qual administra e fiscaliza o trânsito local, em 2023, o município registrou entre janeiro e dezembro 4.406 autuações pela não uso do dispositivo de segurança.

No entanto, o resultado do ano passado representa recuo de 12,49% em comparação a 2022, quando a irregularidade rendeu 5.035 autuações. O número do ano passado ainda é 10,93% maior em relação a 2021, quando foram aplicadas 3.972 multas pelo não uso do cinto.

Conforme o Código de Trânsito Brasileiro, deixar de utilizar o cinto de segurança é considerado infração grave. Quem for flagrado nessa situação está sujeito à penalidade de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e pagamento de multa de R$ 195,23.

Mesmo assim, nos últimos três anos, a falta do uso do dispositivo ficou em primeiro lugar no ranking das infrações de trânsito em Tatuí.

Os dados consideram o acumulado de ocorrências flagradas pelos fiscais de trânsito, tanto de condutores como de passageiros, nos bancos dianteiros ou traseiro, sem a utilização do equipamento.

O secretário da Segurança de Tatuí, Miguel Ângelo de Campos, informou que o DMU realiza campanhas, focando no assunto, em escolas e empresas da cidade. Entretanto, a pasta tem intenção de intensificar o tema durante este ano.

Além da multa, que pode até fazer o condutor perder a CNH, o secretário apontou que o uso do equipamento de proteção (obrigatório desde 1977) faz a diferença e pode salvar vidas na hora de um acidente.

Estudo da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) mostra que o cinto de segurança no banco da frente reduz o risco de morte em 45% e, no banco traseiro, em até 75%.

Já um segundo estudo, do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), aponta que, se o passageiro não estiver usando os cintos atrás, o risco de se machucar ou morrer é maior do que estar no banco da frente.

Outras infrações, no ranking das principais causas de acidentes de trânsito fatais e não fatais, estão relacionadas ao uso do telefone móvel ao volante, como segurar o celular, manusear e utilizar o aparelho.

Nos 12 meses de 2023, o órgão registrou 3.477 infrações de motoristas segurando o telefone ao volante. A ação foi a segunda maior causa de multas.

Em comparativo com o ano retrasado, a irregularidade cresceu 7,98%. Em 2022, o órgão registrou 3.320 autuações.

O número do ano passado ainda é 12,16% maior em relação a 2021, quando foram aplicadas 3.972 multas.

Pela classificação do CTB, o uso do celular como telefone, segurado com uma das mãos e o manuseio para ler ou enviar mensagens de textos, postar em redes sociais, consultar aplicativos, entre outros, é considerado infração gravíssima, com R$ 239,47 de multa, além de sete pontos na CNH.

Já o uso do celular como telefone, mas sem usar as mãos (usando fone de ouvido, por exemplo), é considerado infração média, com multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH. O acúmulo de 20 pontos ou mais, em um período de até 12 meses, implica na suspensão da CNH.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o uso do aparelho ao volante já é a terceira maior causa de fatalidades no trânsito do Brasil. Anualmente, o trânsito tira a vida de mais de 37 mil pessoas no país.

Estudos internacionais indicam que manusear o celular durante a direção é tão perigoso quanto conduzir sob o efeito de álcool. Estima-se que teclar ou atender ligação ao volante amplia em 400 vezes a chance de acidentes.

Até 2016, o uso de celular ao volante era uma infração média. O crescente número de acidentes fez com que uma alteração no CTB o transformasse em infração gravíssima. Mesmo com maior rigor, os números sugerem que a prática segue ocorrendo.

“É importante lembrar que os agentes de trânsito não fabricam, e sim constatam as infrações cometidas pelos motoristas”, enfatizou o secretário.

No acumulado do ano passado, o DMU aplicou um total de 16.131 multas. O terceiro maior registro de autuações foi o de se estacionar em local proibido, seguido por avançar o sinal vermelho e escapamento com descarga livre.

Estado

De acordo com levantamento realizada pela Arteris, especialista em gestão de rodovias em sete concessionárias, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina cresceu em 29% o número de veículos leves com vítimas de acidentes que não utilizavam o cinto de segurança. Já em veículos pesados (ônibus, carretas e caminhões), esse número aumentou 19%.

Os resultados referem-se aos meses de janeiro a dezembro de 2023. Sendo que, no primeiro semestre, das 67 fatalidades envolvendo veículos leves, 50 vítimas (75%) não utilizavam o cinto de segurança. Já em relação aos veículos pesados, houve registro de 48% de fatalidades por falta do uso do dispositivo de segurança.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em 2022, a Polícia Rodoviária Federal multou 250 mil motoristas, 20% a mais que em 2021. No mesmo ano, dirigir sem cinto de segurança foi a quarta infração mais cometida no trânsito no estado de São Paulo.

A multa aplicada por dirigir sem cinto é superada apenas pelas multas por não transferência de veículo, por uso indevido de celular ao volante e por veículo sem licenciamento.

2 COMENTÁRIOS

  1. Quer que eu explique o motivo de forma objetiva e simples? É a maquina pública geradora de recursos. Esse tipo de infração JAMAIS deveria ser aplicada sem o flagrante e o conhecimento do condutor. Fica muito fácil gerar a multa onde o condutor não tem como provar em um recurso que ele estava utilizando o cinto, pois é a “palavra” do condutor contra a “palavra” de um agente servidor público, a serviço do estado e não do cidadão, um estado cada vez mais corruto e sujo. Quando eu falo em estado corrupto e sujo não estou me referindo ao estado de São Paulo, estou direcionando minha revolta ao Brasil num contexto geral.
    Porque da minha revolta? Sou natural de Curitiba, Paraná e vim morar em Tatuí faz 01 ano e OBVIAMENTE já fui presenteado com uma multa por circular sem cinto de segurança, na praça da Matriz. Eu tenho 44 anos de idade, sou habilitado há mais de 25 anos e exerço a profissão de motorista profissional há mais de 20 anos. Já viajei por muitas cidades, já circulei por muitas rodovias desconhecidas, cidades desconhecidas, já trabalhei como motorista de aplicativo por 2 anos e nunca levei uma multa dessa. Exijo que todos os ocupantes, seja em meu carro particular ou nos carros ou caminhões da empresa coloquem o cinto de segurança sob o risco de eu nem acionar o motor. Maaassss, em Tatuí fui premiado. No mínimo sinistro, pra não dizer fraudulento.
    Vamos a alguns números (de acordo com a reportagem)?

    Multas de cinto:
    2023 – 4046 infrações x R$195,23 = arrecadação de R$860.183,38
    2022 – 5035 infrações x R$195,23 = arrecadação de R$982.983,05
    2021 – 3972 infrações x R$195,23 = arrecadação de R$775.453,56
    Total de 13.413 infrações, gerando uma receita de R$2.618.619,99.

    Multas de celular ao volante
    2023 – 3477 infrações x R$239,47 = arrecadação de R$832.637,19
    2022 – 3320 infrações x R$239,47 = arrecadação de R$795.040,40
    2021 – 3972 infrações x R$239,47 = arrecadação de R$951.174,84
    Total de 10.769 infrações, gerando uma receita de R$2.578.852,43

    Apenas nestas 02 infrações, onde o que vale é a “PALAVRA” do agente nos últimos 03 anos o município de Tatuí arrecadou pasmem, R$5.197.472,42.
    Lembrando que as multas geradas pelos agentes do DMU – Trânsito são receitas da cidade e ficam nos cofres do município.

    Lamentável!!!!

  2. Porque meu comentário não foi publicado?
    Moderação parcial?

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