Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
Frase do dia: Todo progresso depende de condições favoráveis.
A analogia é simples: uma árvore plantada num solo fértil cresce integralmente e produz frutos a cem por um.
A mesmíssima árvore plantada num solo pedregoso, desértico, árido não cresce, ou cresce mirrada, o mais comum é morrer.
O Brasil é o solo, o povo e suas empresas são as árvores.
Desgraçadamente, o solo torna-se cada vez mais árido e pedregoso para o plantio das árvores nacionais.
Se verificarmos bem, o solo fértil, os incentivos, os juros baixos, a isenção de certos impostos geralmente favorecem algumas grandíssimas empresas multinacionais.
Elas se tornam frondosas, sugando da terra todos os seus nutrientes.
Já as empresas nacionais, pequenas e médias, enfrentam todo tipo de dificuldades, só heroicamente sobrevivendo.
A comparação é simples: chega ao Brasil uma multinacional e recebe todos os incentivos que as nossas deveriam receber; vai o seu pobre concorrente brasileiro, tratado como se fosse ele o estrangeiro, tentar construir igual empreendimento e enfrenta todas as dificuldades, em temos de juros mais altos de mercado, vê-se obrigado a pagar mais impostos, sem isenção, e, como tem dificuldades, frequentemente é acionado na Justiça por processos trabalhistas, muitas vezes fraudulentos.
Então estamos num país às avessas, como disse-me um empresário japonês: O Brasil é o único país no qual quem está na sala de visitas manda na casa.
Até quando persistirá essa situação? Quando finalmente o solo do Brasil vai se tornar fértil para seu povo brasileiro? Até quando essa situação invertida persistirá?
Espero que o Ano-Novo seja de fato Novo em nosso país. Que o brasileiro mande em sua casa. Que ele seja dono de seu país, como os outros povos são donos de seus países.
Que tenhamos igualdade de condições, firmas brasileiras e multinacionais estrangeiras.
Só assim o Brasil será um país de pleno trabalho.
Desejo, então, que o Brasil seja o solo fértil para as árvores nacionais, neste ano que se inicia.
Estamos precisando.
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano