Da reportagem
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a Apae de Tatuí, teve o projeto de estruturação do Núcleo Paradesportivo Educacional da entidade selecionado por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte.
Aprovado pela Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, a proposta tem como objetivo angariar recursos para a revitalização do espaço da quadra poliesportiva e da piscina aquecida da associação. Segundo a gestora executiva da entidade, Daliane Araújo Miranda, o projeto foi escolhido entre 5.700 inscritos.
O recurso disponibilizado será usado para a aquisição de equipamentos e materiais esportivos, para “proporcionar um ambiente seguro, inclusivo e favorável para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes com deficiência”.
Daliane explicou que o valor autorizado para a captação pela entidade é de R$ 292.258,70, os quais devem ser recolhidos até o mês de abril de 2025.
Conforme a lei de incentivo, as instituições contempladas pelo edital não recebem o valor diretamente do governo. Ele permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do que pagariam do Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pelo Ministério do Esporte.
Desta forma, a gestora esclareceu que 80% desse dinheiro já foram conseguidos, por meio de patrocínio do Itaú Esporte. Segundo Daliane, o apoio do banco significa “um momento de imensa felicidade, que representa a confiança no valor e na força do projeto apresentado”.
Segundo ela, neste ano, o edital do Itaú selecionou 41 organizações da sociedade civil (OSCs), de um total de 495 inscrições, tendo a entidade ficado na 13ª colocação.
“A parceria com o Itaú Esporte nos permite expandir nossas atividades e fortalecer nossos programas de paradesporto, oferecendo ainda mais oportunidades para crianças, jovens e adultos com deficiência em Tatuí e região. Juntos, estamos traçando um caminho de sucesso, inclusão e excelência no esporte”, declarou.
A gestora explicou, ainda, que, com o valor integralmente captado, a entidade beneficiará 300 alunos da instituição e 60 da rede de ensino municipal.
Desta forma, segundo o projeto, serão oferecidas aulas e práticas esportivas adaptadas, como atletismo, lançamento de disco, salto em distância, arremesso de peso, futebol de salão, basquete adaptado, iniciação na natação, judô e vôlei sentado, além de atividades educacionais complementares, como oficinas de dança e dama.
“Essas atividades contribuirão para o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas, comunicativas e socioemocionais, promovendo a autonomia, a inclusão e o bem-estar dos participantes”, esclareceu.
O projeto contará, ainda, com uma equipe multidisciplinar de educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos, os quais serão responsáveis pela orientação e atendimento especializado, em grupo ou individualmente, conforme as necessidades de cada beneficiário.
“Todas as atividades serão focadas em contribuir para a inclusão, o desenvolvimento integral e a melhoria da vida escolar de crianças e adolescentes com deficiência, proporcionando oportunidades de aprendizagem, socialização, crescimento pessoal e conquista de novas habilidades, contribuindo para sua plena participação na sociedade”, argumentou.
Além disso, ela contou que a concretização do projeto em ano de Jogos Paralímpicos será, para a instituição, “uma oportunidade para os alunos sentirem-se parte desse movimento, aumentando a autoestima e o engajamento deles”.
“Os familiares e a comunidade poderão assistir aos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 nos telões do Núcleo Paradesporto da Apae, valorizando o esporte e a participação dos filhos nas atividades educacionais e esportivas, com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares”, afirmou.
Daliane reforçou, ainda, que o projeto conta com diversas parcerias para a implementação e monitoramento dele, dando, como exemplos, a Escola de Educação Especial “Wanderley Bocchi”, da Apae Tatuí, a rede pública de ensino estadual e municipal e órgãos governamentais de defesa de direitos, além da parceria com o curso de mestrado em fisioterapia da Universidade de São Paulo (USP), o qual avalia e monitora o desenvolvimento dos participantes por meio de teste de tecnologia artificial.
Segundo a gestora, um outro projeto, voltado à educação, também foi selecionado por meio de um programa de captação de recursos.
O “Projeto Paradesporto Educacional 2023 – Esporte e Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes” com Deficiência está sendo patrocinado pelo Itaú Social.
De acordo com Daliane, o projeto será executado no próximo ano, com supervisão e acompanhamento do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). O valor disponibilizado para a captação de recursos é de R$ 500 mil reais
Pronas
Além do projeto de incentivo ao esporte, a Apae de Tatuí foi selecionada pelo Pronas. Daliane contou que, entre 483 iniciativas, a instituição foi contemplada entre 190 projetos, refletindo, segundo ela, “a excelência e o cuidado que a Apae emprega aos assistidos pela instituição”.
A gestora classificou a conquista como um marco histórico para a instituição, tendo o orçamento aprovado em R$ 1,67 milhão. Segundo ela, é o primeiro da instituição na área da saúde habilitado para atendimento via SUS.
“Esta conquista amplia nosso impacto na comunidade e nos capacita a suprir uma demanda essencial, abrindo novas vagas e reduzindo a lista de espera municipal para pessoas com deficiência”, esclareceu.
O Pronas também é um projeto de incentivo por meio de isenção de imposto do Ministério da Saúde, tendo como objetivo fortalecer as políticas de saúde voltadas à pessoa com deficiência e diagnosticada com câncer, por meio da ampliação da oferta de serviços e da prestação de serviços médico-assistenciais; do apoio à formação, ao treinamento e aperfeiçoamento de recursos humanos em todos os níveis de atenção; bem como da realização de pesquisas clínicas, epidemiológicas, experimentais e socioantropológicas.