Raul Vallerine
Na sociedade consumista de hoje, esta época (de Natal) é, infelizmente, sujeita a um tipo de poluição comercial que ameaça alterar seu verdadeiro espírito, caracterizado pela meditação, pela sobriedade e por uma alegria que não é externa, mas íntima. (Papa Bento 16)
Com a proximidade do Natal, começamos a refletir sobre o ano que passou, como está a nossa vida, a qualidade das nossas relações, nossas atividades de trabalho, como estudante, em família; mas, muitas vezes, nos esquecemos do principal: como tenho vivido a minha fé?
Com isso, aproxima-se a celebração do nascimento do Menino Jesus. Creio que deveríamos refletir sobre o sentido dessa festa, na vida pessoal, nas famílias e na própria comunidade de fé.
A simbologia da manjedoura transcende o nosso entendimento, ainda diminuto, em relação à grandiosidade de Jesus expressa na mais pura humildade.
O sentido do Natal, ontem, hoje e no futuro, para os cristãos, vai ser sempre o de celebrar o nascimento de Jesus, o Filho do Deus.
Percebemos que muitas pessoas estão absorvendo e celebrando o Natal sem saber por que celebramos essa festa.
Neste sentido, a celebração é puramente comercial, ou celebra-se porque é uma festa bonita, marcada pelas luzes e pela troca de presentes etc. Neste caso, o centro ou o motivo da celebração não é lembrado; é o Natal sem Jesus.
O primeiro passo para bem viver o Natal em Cristo é a oração. Orar em família pode ser uma boa oportunidade para reunir e vivenciar a espiritualidade que essa época do ano pede. Há valores que devemos resgatar e precisamos transmitir às próximas gerações, para celebrar um Natal cristão.
Além de todo o clima de preparação exterior, é um tempo propício para revermos a nossa vida interior, para sermos mais solidários, abrirmos o nosso coração à reconciliação e estendermos as mãos, desejando aos outros a paz e recebendo a paz.
Se tirarmos do Natal a celebração da vinda do Filho de Deus entre nós, isto é, Jesus Cristo, a festa do Natal passa a ser uma festa entre tantas outras que temos.
Com a diferença da troca de presentes, celebrada por quase todos os povos, em todos os continentes. Infelizmente, em muitos lugares, celebra-se o Natal, mas o festejado não é nem lembrado; o que importa é o movimento comercial.
Natal foi e continua sendo uma festa para ser celebrada em família, porque Deus serviu-se de uma família para enviar seu filho entre nós, e foi em família que se celebrou o primeiro
Natal. Natal é a festa do encontro de gerações, é tempo de receber familiares, de matar a saudade, de dar e receber um abraço. Agendar as confraternizações de fim de ano com familiares é a melhor forma de festejar o nascimento do Menino Jesus.
Mas o espírito do Natal nos pede um pouco mais. Nos pede para olharmos para além do nosso círculo familiar e de amizade.
Para aquelas realidades que normalmente não temos presente em nossa vida e na nossa sociedade. Mas eu e você sabemos que existem. Não adianta a gente querer ignorar, porque o espírito do Natal irá nos recordar.
Portanto, abra as portas do teu coração, abra os braços para um abraço. Vá ao encontro daqueles que precisam da tua presença, do teu carinho, do teu amor e do teu gesto de solidariedade.
Para fazer isso não precisa viajar milhares de quilômetros, basta apenas alguns passos. A oportunidade para fazer o bem, dentro do espírito do Natal, pode estar dentro da tua casa, ou quem sabe na casa ao lado, ou estar logo na quadra seguinte ou no bairro vizinho.
Não tenhas medo de expressar amor, num gesto de caridade que expresse a presença do Senhor Jesus na tua vida. Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia!