Da reportagem
Na segunda-feira, 4, os vereadores da Câmara Municipal Eduardo Dade Sallum (PT), Maurício Couto (PSDB), Cíntia Yamamoto (PSDB), Márcio Antônio de Camargo (PSDB), Jairo Martins (PSD) e João Éder Alves Miguel (MDB) assinaram, em conjunto, requerimento questionado a organização social gestora do Conservatório, a Sustenidos, sobre um suposto cancelamento do curso de iniciação musical da instituição.
Couto levantou a discussão após ter sido comunicado que o edital para o ingresso no curso havia sido retirado. Em razão disso, questionou sobre a suposta extinção do curso no próximo ano, dizendo que existe demanda de pais que aguardam novamente o edital para a inscrição dos filhos.
“O curso é excelente. Minha filha, que tem cinco anos, estuda lá, e ela vai para as aulas alegre e retorna superfeliz. No entanto, já não sabemos se o edital (para o próximo ano) irá sair”, declarou.
No requerimento, ele pede informações sobre a previsão de uma nova data para a divulgação do edital e, também, se é intenção da gestora manter o curso com a mesma estrutura e manutenção.
Ele pede, ainda, a relação do número de crianças matriculadas no curso entre os anos 2021 e 2023.
“Essa ausência tem gerado ansiedade e indignação, porque os pais estão aguardando o novo edital. E, também, os professores não sabem se, no próximo ano, eles terão essas salas abertas”, ressaltou.
João Eder Alves Miguel (MDB) apoiou os questionamentos do colega, dizendo esperar pelo “reaparecimento do edital do curso de inicialização musical”.
Ele também aproveitou o assunto Conservatório para cobrar da administração municipal a meia-tarifa de transporte público para os estudantes. Ele esclarece que, diferentemente dos alunos de faculdades – beneficiados pela redução da taxa -, os estudantes do Conservatório não dispõem desse privilégio.
No entanto, em contrapartida, esclarece que, no transporte intermunicipal, os alunos do Conservatório são beneficiados pela meia-tarifa.
“Então, estamos fazendo esse questionamento à prefeitura de Tatuí em benefício dos estudantes do Conservatório, para que eles possam, de fato, fazer jus a um privilégio estudantil e que, com certeza, faz a diferença para aqueles que trabalham no dia a dia com o dinheiro contado para exercer todas as suas atividades”, argumentou.
Couto finalizou lembrando que o curso atende, aproximadamente, 200 crianças, e salientou que elas serão a “base para a formação de futuros músicos”.
“E se nós somos a Capital da Música, temos de apoiar essa questão”, enfatizou.
Sallum justificou o apoio aos questionamentos sobre a suposta extinção do curso dizendo que “falta conexão entre o Conservatório e a população de Tatuí”.
Reforçou, ainda, a importância do curso no desenvolvimento cognitivo e no raciocínio lógico das crianças. “A parte mais social que há no Conservatório está sendo desmontada, porque é assim que funciona. Nós somos a Capital da Música e, por termos a maior escola de música da América Latina, ela está sendo retirada aos poucos de Tatuí’, argumentou.
O parlamentar disse, ainda, esperar que o Executivo negocie algum lugar, “até dentro da própria prefeitura, para que a cidade elimine pelo menos esse cordão umbilical entre o Conservatório e a administração de Tatuí”.
“Tenho a impressão de que cada ano que subo nesta tribuna para falar do Conservatório estou evitando aos poucos a morte da instituição”, concluiu.
Secretaria da Cultura de SP responde
Nesta quinta-feira, 7, a partir das manifestações na Câmara Municipal acerca do suposto fim da musicalização infantil no Conservatório de Tatuí, e
Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do estado de São Paulo, emitiu nota à imprensa a respeito.
Nela, informa estar realizando um estudo de demanda da grade do Conservatório. Nela, declara o órgão estadual: “Destacamos ainda que os estudantes atualmente matriculados no curso de Iniciação Musical têm permanência garantida”.
E conclui a nota: “Em relação à informação de um dos vereadores, de que foi feito um edital e depois a opção retirada, isso não procede. Também reiteramos que se o presidente do legislativo, Eduardo Sallum, diz ter recebido a informação de que o curso seria excluído, ele caiu em uma fake news”.