Por vários aspectos, a instalação de uma unidade do Instituto Federal em Tatuí seria excelente. A notícia quanto a essa possiblidade foi publicada na edição da semana passada de O Progresso, domingo, 3. Audiência pública para tratar a respeito aconteceu na noite de sexta-feira, 1º, no Legislativo local.
O objetivo do encontro, conforme havia antecipado o presidente da Câmara, Eduardo Dade Sallum (PT), foi “discutir, de maneira ampla e participativa, a implantação do Instituto Federal no município, além de avaliar, junto à comunidade e representantes políticos, os resultados positivos que a iniciativa pode trazer para a população e, também, para o desenvolvimento econômico local”.
O interesse em participar do processo seletivo veio a partir de anúncio do governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), a respeito da criação de novas unidades de institutos federais no Brasil. Na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), Tatuí e Araçoiaba da Serra demonstraram interesse.
“Há dez anos, a cidade de Tatuí foi sondada para sediar um campus do IFSP. Então, chegou a hora de os tatuianos se reunirem para concretizar esse sonho”, declarou Sallum.
Ele observou que a participação de “toda a comunidade de Tatuí e região” é de “extrema importância para reforçar a demanda popular por educação profissional e tecnológica pública”.
“E, também, para reforçar que os institutos federais são uma revolução educacional que tem a marca dos governos petistas de Lula e Dilma”, sustentou.
Figuraram como pauta, na audiência, a importância da mobilização pela implantação do instituto na cidade, além dos caminhos que a unidade deve seguir.
“Também as expectativas da comunidade, de docentes e estudantes em relação ao campus, e os princípios pedagógicos que devem orientar a unidade”, então reforçou o vereador.
De acordo com o reitor do IFSP, Eduardo Antonio Modena, desde o início das atividades do instituto, em 2008, o estabelecimento de ensino já passou pelo que é chamado de “fases de expansão” por três vezes. Nessas etapas, houve a possibilidade de os municípios se candidatarem a sediar uma unidade. O aval, no entanto, depende de análise do Ministério da Educação.
O reitor informou que os processos de escolha das cidades são semelhantes ao que é feito em editais. “O MEC forma uma série de pré-requisitos e os prefeitos tentam se adequar ao longo de alguns meses. Depois de prontas as adequações, os municípios são analisados sob o ponto de vista técnico”, explicou.
Ainda observou que, por tratar-se de uma avaliação técnica, tanto os terrenos quanto os prédios que possivelmente irão abrigar as salas de aula precisam atender a parâmetros específicos.
Na região, as cidades de Itapetininga e Boituva já possuem unidades do instituto. Onze cursos, entre bacharelado, técnico e licenciatura, são ofertados pelos dois campi.
Itapetininga, no entanto, além do ensino superior, oferece cursos técnicos de eletroeletrônica e informática integrados ao ensino médio.
De acordo com as regras do instituto, o ingresso de estudantes nas unidades educacionais se dá por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A história do IFSP começou com a criação das Escolas de Aprendizes e Artífices, em 1909, que tinha por finalidade contribuir na formação de operários e contramestres. No período entre as décadas de 1960 e 1990, passou para o nível de Escola Técnica Federal de São Paulo.
Nessa fase, a instituição começou a formar técnicos de nível médio, inaugurando a segunda unidade de ensino, em Cubatão, litoral paulista, e a terceira, em Sertãozinho, no interior do estado.
A partir do ano de 2000, a mudança para Centro Federal de Educação Tecnológica foi consolidada. Entre 2005 e 2008, mais sete unidades foram implantadas em vários pontos do estado.
No final de 2008, com a lei federal 11.892/2008, o Cefet-SP foi transformado em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, o qual, atualmente, é composto por 37 unidades.
Em um ano de eleições – considerando-se 2023 já estar se acabando -, determinadas “obras” e realizações podem ser inoportunamente politizadas, chegando mesmo a serem boicotadas pelos que delas poderiam não tirar vantagem.
Isto é “normal”, embora não necessariamente “leal” para com a população. E, neste caso, não se está a afirmar que o método seria utilizado, inviabilizando um excelente ganho para o município.
Não obstante, a afirmação de que “a participação de toda a comunidade de Tatuí e região é de extrema importância para reforçar a demanda popular por educação profissional e tecnológica pública” é fato e pode ser determinante.
Também pode indicar certa coragem desafiadora o resgate de determinados nomes de pouco apreço pela maioria dos eleitores em ano eleitoral (pelo menos a observar-se os números de 2022 nas urnas), como o de Dilma Roussef, não instigando a unanimidade necessária justamente a esse movimento de união da comunidade em favor de um objetivo em comum.
Por outro lado, já é tempo de a população – aí, sim, de maneira homogênea – entender que, antes de vestir qualquer hipotética coloração ideológica, precisa pensar em si mesma!
Avaliar, com bom senso e sem paixão, o que é melhor para todos, não para alguns poucos (os quais, aliás, só costumam lembrar da população em ano eleitoral). Chega de brigar “pelos outros”; se tiver “briga”, que seja pelo interesse da real maioria.
Nesta guerra de interesses, por consequência, nada importa se um novo órgão de governo, obra ou serviço, partiu do político A, B ou “C de onde for”. Só vale que seja bom para o povo.
Ou seja, venha a ser herança da “presidenta” (cuja expressão linguística incomodava muito, por exemplo, os “jornalistos”), seja de quem não resiste a um presente joia, tanto faz!
Neste caso em particular, tão somente importa é que Tatuí venha a ganhar um Instituto Federal, especialmente considerando o (esse, sim) unânime reconhecimento de que a cidade é mesmo e muito carente de mão de obra especializada.