Raul Vallerine
Uma mera discussão no trânsito, quando não importa quem estava errado, ocasiona uma série de atos concatenados que levam a uma tragédia.
Às vezes, uma simples volta pela cidade, de carro ou a pé, é suficiente para se chegar à conclusão que ainda precisamos evoluir muito como sociedade.
Muitas pessoas se sentem empoderadas por terem sob seu comando um automóvel e, com isso, se esquecem que estão inseridos em um contexto em que o direito do outro também deve ser observado e respeitado.
Por isso, é importante fazer uma reflexão de como anda nosso comportamento no trânsito, principalmente quando temos o volante do carro às mãos. Você anda fazendo seu papel de cidadão corretamente ou costuma cometer um deslize?
Alguns atos simples no dia a dia podem revelar se o seu comportamento no trânsito é digno de elogios ou se você precisar passar por um processo de reciclagem.
Por exemplo, quando você está dirigindo e se aproxima de uma faixa de travessia elevada, pintada de vermelho e branco no asfalto, sua atitude é de parar para dar preferência ao pedestre ou seguir em frente como se não estivesse enxergando ninguém ao seu redor?
Se sua resposta foi a primeira opção, você está de parabéns, pois é exatamente isso que a lei determina. Na faixa, a preferência sempre será do pedestre.
Mas se você é da turma que acelera o carro quando enxerga uma pessoa na faixa e ainda buzina para aumentar a sensação de pânico do transeunte, obrigando-o a correr, saiba que sua atitude é digna de um puxão de orelha.
Além de multa e pontuação no seu prontuário, é claro. Portanto, se você é adepto a esse tipo de comportamento no trânsito, torça para não ser flagrado por um agente de fiscalização.
Outra falha de comportamento no trânsito muito comum no Brasil é a do motorista folgado que gosta de estacionar em vagas destinadas a pessoas com deficiência física ou idosos, sem sê-los.
E a desculpa é sempre a mesma: “Estou com pressa e só vou ali resolver um problema rapidinho”, diz o cidadão que se acha o mais esperto de todos e que não sabe o que é empatia e não se preocupa muito em respeitar as leis e os direitos do próximo.
Tem também aquele tipo que chega com o “carrão” no supermercado ou no shopping e estaciona ocupando duas vagas, como se tivesse mais direito do que o outro.
Muitos não se preocupam em observar se estacionaram o carro de maneira correta, dentro das faixas demarcadas no chão. Não querem nem saber se o cidadão que estacionar ao lado terá dificuldades para abrir a porta do carro.
Outro comportamento no trânsito condenável e muito comum nas ruas e estradas brasileiras é o do cidadão que gosta de dirigir na faixa da esquerda, preferencialmente em velocidades reduzidas.
Esse tipo de pessoa acaba obrigando muitos motoristas a ultrapassarem pela faixa da direita, tumultuando o trânsito.
Vale lembrar que a faixa da esquerda é pista de rolamento destinada a ultrapassagens, a veículos que necessitam trafegar em velocidade um pouco mais elevada, observando os limites da via, portanto, deve ficar desobstruída. E não adianta dizer que estava trafegando dentro da velocidade máxima permitida. Você não é agente de trânsito.
E o que dizer do cidadão que gosta de dirigir pelas ruas da cidade com o som do carro ligado no último volume, com a tampa do porta-malas aberta, expondo alto-falantes gigantescos?
Não vamos nem entrar no mérito do gosto musical, que é subjetivo, mas, na maioria das vezes, nesses casos, duro de ouvir. É mais uma prova de comportamento no trânsito condenável, pois ninguém é obrigado a ouvir a música que você está ouvindo. Sem falar que fazer esse tipo de coisa em áreas hospitalares é passível de multa.
Portanto, se você prática algumas dessas ações nada civilizadas, chegou a hora de rever seus conceitos. Uma sociedade só evolui se cada um fizer a sua parte pensando no bem-estar de todos.