Da reportagem
O plenário da Câmara Municipal recebeu, na noite de quinta-feira, 13, representantes da classe artística para audiência de adequação do Plano Municipal de Cultura de Tatuí.
Nela, estiveram presentes: o presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais, Davison Cardoso Pinheiro; o secretário municipal do Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, Douglas Dalmatti Alves de Lima (Buko); e o secretário de Políticas Públicas e Culturais, Luis Antônio Galhego Fernandes.
Também compareceram: a representante do grupo de trabalho da adequação do plano, Flávia Ferreira Machado; o vereador Renan Cortez; o presidente da Câmara, Eduardo Dade Sallum; e o diretor do Departamento Municipal de Cultura e gestor do Museu Histórico “Paulo Setúbal”, Rogério Vianna.
A sessão teve início expondo o Plano Municipal de Cultura de Tatuí por meio do Sistema Municipal de Cultura. Após, foi realizada a leitura integral do projeto de adequação.
O conselho lembrou que a audiência do “novo plano” é uma exigência dos artigos 5° e 22° da lei municipal 5.732, de 27 de outubro de 2022, nos quais diz “ser responsabilidade do poder público municipal planejar e fomentar as políticas públicas de cultura; assegurar, preservar e promover a valorização do patrimônio cultural material e imaterial do município; estabelecer as condições para o desenvolvimento da economia da cultura, considerando em primeiro plano o interesse público e o respeito à diversidade cultural”.
Davison Cardoso também lembrou que o órgão cultural já havia anteriormente implantado o plano e que agora, novamente, está sendo revisto pela gestão por meio “democrático”.
“Foi um projeto amplo na cidade, o qual não foi copiado de cidade nenhuma. Nosso projeto é único. Conversei com pessoas de outros estados e disseram que Tatuí está à frente do Brasil, porque aqui nós temos o protagonismo dos artistas. Tatuí é a cidade das artes, muito mais que a música. Foi uma construção muito coletiva”, declarou.
Ele também disse que a adequação do projeto foi uma junção entre grupos setoriais por meio de grupos de trabalho do conselho. “Uma discussão muito ampla. Essa nova construção parte da gestão democrática”, reforçou.
Sallum classificou o movimento cultural como “orgulho para a cidade”. Ele destacou a “construção do movimento de cultura da cidade de maneira ampla, para dentro do poder público”, com a ocupação de espaço e a destinação de parte do orçamento para a área, “que é justo para a cultura”.
“Eu vi os trabalhadores da cultura, de maneira geral, colocando as diferenças de linguagens e estéticas de lado por uma única luta da classe”, sustentou.
Sallum também apontou o “sonho” de a Câmara se tornar um ponto de cultura, atraindo atividades culturais. “Nós (os vereadores) temos formulado, pensando que ela tem que ser um ponto de cultura”, afirmou.
“Quando vocês abrem os editais, os fomentos, eu fico olhando para ver se alguém colocou ela como parte. Talvez não tenha colocado pelo fato de não ter sido falado isso antes, mas estou falando agora, já que virão muitos editais pela frente”, anunciou.
O secretário Buko classificou o “trabalho árduo” da Câmara como reflexo do que a cidade está recebendo na forma de visibilidade para a cultura.
Ele também citou os R$ 900 mil fomentados pela Casa de Leis como “excepcional e respeito merecido para a cultura do município”.
“Um fato inédito. Tivemos a Lei Paulo Gustavo e, agora, a Secretaria de Cultura do Estado está nos procurando para novos editais. É um ano que nós iremos respirar cultura. Nós vamos trabalhar a cultura em Tatuí como ela deveria estar sendo sempre trabalhada, assim como também no esporte e no turismo”, afirmou.
Cortez parabenizou o conselho e citou a responsabilidade dos órgãos correlatos à cultura pelo trabalho que vêm desenvolvendo na cidade. “Tatuí está se preparando – para não dizer que já está preparada – para trilhar esse caminho de sucesso”, elogiou.
O diretor Vianna, por sua vez, informou que as escutas de todos os segmentos culturais e de arte do município tiveram início no começo do ano passado (2022), com as quais, por meio da “fala expressiva dos fazedores de cultura”, puderam chegar à redação final apresentada durante a audiência.
Ele lembrou, ainda, que o plano já havia sido lido e aprovado pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais em sessão ordinária, dia 1º de junho.
“O texto é grande, e nós optamos em lê-lo na íntegra, pois é a leitura que dá a compreensão. Poderíamos ter feito a leitura em partes, mas aí não seria o plano da sociedade, e sim parte dele”, observou.
“Há dez anos estávamos sofrendo por muitas coisas que não existiam e que hoje já existem. Talvez não seja para nós colhermos. Mas, quem diz que é para nós? É para a humanidade”, concluiu Vianna.
Após a leitura, os presentes e a mesa diretora puderam sugerir adequações ao projeto, além de tirar dúvidas sobre o direcionamento do plano por meio da “escuta social”.
Agora, o plano volta para o Conselho Municipal de Políticas Culturais para que sejam propostas as readequações apontadas durante a audiência. Após, segue como pauta para aprovação em forma de projeto de lei, pela Câmara Municipal.