Da reportagem
Atuando pela categoria de base sub-10, Otávio Allecsander da Cruz Moreira, garoto tatuiano no Corinthians, comemorou o título de campeão da Paulista Cup 2023, ao vencer o São Paulo pelo placar de 1 a 0.
A decisão aconteceu na quinta-feira da semana passada, 29 de junho, no Parque São Jorge, em São Paulo, tendo o “Timão” anotado o único gol da partida aos três minutos de jogo, por Samuca.
Otávio descreveu o primeiro título de campo na condição de jogador federado como um “sonho realizado”. “Tivemos muitos momentos bons na partida e, por ser um clássico, o valor da taça é muito grande”, comentou.
Ele, que está de férias do clube durante o mês de julho, cumpre rotina de treinos cansativa, porém, com foco no maior sonho, que é o de jogar uma Copa do Mundo.
Às terças, quintas e sábados, o jogador viaja a São Paulo, onde pratica passes, aprimora técnicas e disputa competições representando o Corinthians. Às segundas, quartas e sextas, joga em Tatuí, no Bom de Bola, projeto social e esportivo que o revelou.
A rotina, contudo, também mudou a vida dos pais dele, Milena Fabíola Pinto da Cruz Moreira e Abel de Jesus Moreira, que tiveram de se adaptar à nova vida do filho.
A mãe ficou conhecida pelas ruas de Tatuí ao vender brigadeiros e “balas de vidro” (conhecidas como “balas baianas”) para custear as viagens do filho à capital paulista, enquanto o pai tem a missão de acompanhá-lo nos treinos.
Trajetória
O sonho de Otávio teve início no ano de 2021 quando, aos oito anos, assinou o primeiro contrato com o Corinthians, pela categoria de base sub-8. A renovação veio um ano depois, em 2022.
Mas, antes disso, o jogador já tinha uma trajetória traçada, mesmo que de forma “amadora”. Otávio aprendeu os primeiros passes no Bola de Ouro, projeto mantido pelo ex-vereador capelense Mauro Silva. Lá, ele treinava futsal como atacante, até os sete anos.
Em 2019, a família voltou a Tatuí, onde Otávio conheceu o Bom de Bola, por meio do treinador Diego Barros. Foi pela percepção de Barros que a trajetória de Otávio decolou.
O treinador foi o responsável por levá-lo à peneira do Corinthians, onde, dias depois, o garoto assinaria o primeiro contrato com o clube. “O Otávio, desde que chegou no projeto, demonstrou uma relação muito boa com a bola, e que chama a atenção”, revelou.
“E quando nós o colocamos na vitrine, junto com os amiguinhos dele, sabíamos que tinha potencial para ser um dos escolhidos”, acrescentou o técnico.
O pai conta ter percebido que Otávio possui talento no futebol quando o menino tinha seis anos. “Percebi que ele tinha uma diferença”, lembra. “Foi quando conversei com a minha esposa para colocá-lo em uma escolinha. Se não fosse lá, Deus iria preparar outra carreira para ele”, concluiu.
