O Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região decretou, na sexta-feira da semana passada, 11, o término da greve dos funcionários das agências bancárias após realização de assembleia com os filiados da entidade classista. Os funcionários ficaram 22 dias paralisados.
Eli Figueiredo Dotto de Oliveira, diretora do sindicato, afirmou que os bancos concederam aumento real no salário de 8,5%, além da elevação de 2,2% do lucro líquido repassado na parcela adicional da PLR (participação nos lucros e resultados).
Segundo ela, os sindicalistas também conseguiram fazer com que fosse proibida a cobrança de resultados via SMS (mensagem de texto em celular), além de determinar a criação do abono assiduidade e da apuração das causas de adoecimentos dos funcionários. A investigação ficaria a cargo de “um grupo de trabalho”.
Os bancos, em acordo com o sindicato, deverão realizar o cadastramento dos funcionários no “Vale Cultura”, programa do governo federal que oferece R$ 50 para a compra de ingressos de cinema, teatro, shows ou de bens culturais.
Em Tatuí, durante o período de greve, o sindicato contou com a adesão das agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Mercantil Brasil. A principal luta da categoria era pela reposição salarial de 11,93% (5% de aumento real, mais correção da inflação) além de aumento no valor da PLR, o fim de “metas abusivas” e do assédio moral.
Os polos regionais do sindicato realizam assembleias para a aprovação das promessas debatidas em 18 horas de negociação com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
De acordo com Eli, na assembleia realizada em Sorocaba, os filiados ao sindicato, que também atua em Tatuí, determinaram o término da greve com 140 votos. Os contrários somaram 29.
“Foi um aumento muito bom para os funcionários, porém, poderia ter sido maior se tivéssemos mais ajuda dos trabalhadores. Conseguiríamos uma porcentagem maior de aumento se todos fossem para a rua”, disse a diretora.
Eli também afirmou que os trabalhadores que participaram da greve não poderão ser demitidos, já que o direto à paralisação está previsto na legislação brasileira. Ela explicou que, caso um funcionário sofra retaliações por causa da participação sindical, deve denunciá-la ao sindicato, por meio do site www.bancariosorocaba.org.br.
“Os funcionários não podem ser demitidos por participar da greve. Já conversamos com as diretorias dos bancos para que isso não aconteça. Até o momento, não recebemos nenhuma denúncia”, disse.
Após o final da greve, discutida pelo comando nacional do Sindicato dos Bancários, iniciou-se outra negociação com os representantes dos bancos sobre a reposição dos dias parados. A ideia inicial apresentada pela entidade patronal era a que os funcionários compensassem o período paralisado com uma hora extra trabalhada nos próximos 180 dias.
Porém, o sindicato rebateu a intenção dos bancos e, conforme a diretora, conseguiu fazer com que os patrões aceitassem a compensação da hora extra até o dia 15 de dezembro.
No período da greve, correntistas do município registraram boletins de ocorrência de furto praticados por golpistas dentro das agências. Pelo menos três pessoas denunciaram o caso à Polícia Civil. Para a diretora do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região, o aumento dos golpes junto aos caixas eletrônicos não tem relação com a greve.
Eli afirmou que empregados costumam permanecer nas agências, mesmo quando elas aderem à participação. “Isso (os golpes) acontece a todo momento e a toda hora”, citou.
A diretora disse, também, que o sindicato realiza campanhas juntamente com a Polícia Militar no intuito de conscientizar os clientes em relação à utilização correta do caixa eletrônico. As instruções são para tentar evitar que ocorrências, como as registradas na Delegacia Central do município no mês passado e neste mês, voltem a ocorrer.
No dia 23 de setembro, um idoso de 71 anos acabou se tornando vítima de golpistas. O crime ocorreu dentro de uma agência de um banco privado, próxima a Praça da Matriz.
Em depoimento à PC, o aposentado contou que teve dificuldade em utilizar o caixa eletrônico. Por conta disso, um homem – até o momento não identificado – teria se prontificado a ajudá-lo.
De acordo com o boletim de ocorrência, o idoso deixou o estelionatário ter acesso à senha bancária. Depois de 13 dias, a vítima recebeu uma ligação do banco informando-a sobre a fraude. Conforme o aposentado, um funcionário da agência havia informado seis transferências da conta corrente, que somaram a quantia de R$ 5.032,72.
Outro caso parecido ocorreu em outra agência privada, também perto da Praça da Matriz. Um motorista de 46 anos contou que havia sido abordado por um desconhecido quando utilizava o caixa eletrônico do local no dia 5 de outubro.
A vítima disse que o cartão ficou preso na máquina e que um homem o teria orientado a digitar novamente a senha para conseguir retirar o objeto do caixa. De acordo com o boletim de ocorrência, o estelionatário teria trocado o cartão sem que o motorista percebesse o golpe.
A vítima constatou o problema quando saiu do banco e notou que o cartão não era o mesmo da conta corrente dele. Na sequência, ele ligou para o atendimento telefônico do banco e realizou o bloqueio. Porém, foi informado de um saque no valor de R$ 450.