Da reportagem
Os alunos do 5º ano D do ensino fundamental da Emef “Magaly Azambuja de Toledo” realizaram um trabalho do gênero “literário notícia”, pela disciplina de língua portuguesa, e, inspirados em reportagens veiculadas por O Progresso de Tatuí, enviaram cartas ao semanário.
O trabalho, intitulado “Cartas de Leitor”, aconteceu no começo de abril, coordenado pela professora Sarah Silva. Durante a atividade, os estudantes foram estimulados a ler o conteúdo do semanário – que completou cem anos em julho do ano passado.
“Nas nossas aulas de língua portuguesa, trabalhamos o gênero literário notícia e sobre cartas de leitor. Então, fizemos as atividades do livro, e tive a ideia de pegar uma notícia do jornal e separar meus alunos em grupos. Assim, cada grupo faria uma carta do leitor sobre a notícia lida”, conta a professora.
Conforme Sarah, a apostila usada em sala de aula traz como sugestão a produção de carta de leitor para escrever apenas no caderno, mas a professora acreditou que isso não teria “sentido e nem importância” para os alunos.
“Acredito que os alunos aprendem mais quando dão significado para aquilo que estão produzindo. Então, tive a ideia de pegar uma notícia de um veículo de informação aqui da cidade. Entrei no site do jornal, li algumas notícias e um pouco da história e, depois, li para os meus alunos um pouquinho da história de cem anos do jornal”, ressaltou.
A docente disse ter escolhido O Progresso de Tatuí para reconhecer a cultura e a tradição do município. “Escolhi uma matéria que falava sobre a semana da água e sobre a dengue, assuntos atuais e que eu devo trabalhar com as crianças”, revelou.
O projeto durou duas semanas, com um total de quatro aulas. Na primeira etapa, a professora leu a notícia para os alunos de forma coletiva, e eles discutiram cada parte do texto. “Cada aluno falou a sua opinião, e continuamos a discussão”, detalha.
Na segunda e na terceira aula, os alunos foram separados em sete grupos, e a docente explicou o que seria feito. “Dei uma notícia impressa para cada grupo e meia folha de sulfite. Expliquei como deveriam começar a carta, escrever a opinião deles no texto, o que eles acharam da notícia e, depois, no final, assinar no geral como os alunos do 5° ano”, explicou.
Na quarta e última aula, as cartas foram corrigidas pela professora, passando por um tipo de “revisão”, como ocorre no jornal impresso. “Eles ficaram todos animados, orgulhosos, e gostaram muito de fazer isso. Se acharam superimportantes, pois o jornal ia ler as cartas deles. Isso os motiva a escrever e ler mais”, destacou a docente.
Nas cartas, os leitores disseram ter gostado do conteúdo do jornal e, também, aproveitaram para cobrar ações no bairro onde moram. A professora, por sua vez, disse ter ficado orgulhosa dos alunos.
“Pelo que eu pude observar, eles têm dificuldade na escrita, mas capricharam bastante, pois sabiam que um jornal ia ler. Eu falei para eles prestarem atenção na escrita, e a todo momento fui auxiliando na produção”, concluiu a professora.