Da reportagem
Nesta quinta-feira, 2, o prefeito Miguel Lopes Cardos Júnior informou à reportagem do jornal O Progresso de Tatuí que não tem mais como seguir em negociações sobre o dissídio dos servidores públicos municipais.
“O projeto já está sendo protocolado hoje (quinta-feira, 2), na Câmara Municipal”, contou. Na segunda-feira, 27 de fevereiro, diversos servidores públicos e representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Tatuí compareceram à sessão ordinária da Câmara Municipal pedindo apoio por melhoria na proposta do novo dissídio (reportagem nesta edição).
Em 30 de novembro de 2022, o sindicato realizou uma assembleia, na qual uma série de reivindicações foi aprovada pela categoria. Entre elas, estava o aumento real de 15%, para recomposição e valorização da categoria, “em razão de políticas anteriores que arrocharam e defasaram os vencimentos dos servidores”.
No entanto, segundo a justificativa, o Executivo enviou uma contraposta, a qual foi rejeitada “por ampla maioria” em nova assembleia promovida pelo sindicato, em 15 de fevereiro.
A contraproposta oferece reajuste salarial de 5,94%, sendo 5,93% da aplicação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de janeiro a dezembro de 2022, mais 0,01% de aumento real. Ainda prevê reajuste de mais 1%, a partir de maio, e
aumento de 25% do valor da cesta básica. Desta forma, a quantia subiria de R$ 444,83 para R$ 556,04.
Horas antes da reunião parlamentar, o chefe do Executivo realizou uma “live”, através das redes sociais, sobre a proposta de aumento do dissídio, garantindo ser a “melhor e mais responsável possível, no momento”.
Há 19 meses no cargo, o prefeito argumentou que, no ano passado, realizou o reenquadramento de mais de 60 categorias, além de um dissídio salarial de 3% e, neste ano, já reenquadrou quase 20 categorias do funcionalismo municipal. “Reenquadramento não é aumento? Nós reenquadramos e ainda demos um aumento em cima”, afirmou Cardoso Júnior.
“Reestruturação também é aumento. A minha intenção foi a de reestruturar as categorias para que eles (funcionários públicos) pudessem ter um aumento, e foi significativo”, completou a O Progresso de Tatuí.
O prefeito reconheceu que ainda não pôde aumentar o salário de todas as categorias, mas optou por melhorar os vencimentos da “base da pirâmide”. Ele declarou que “o salário do funcionalismo público tatuiano era o segundo pior da microrregião e, agora, tornou-se o segundo melhor”.
De acordo com Cardoso Júnior, em algumas categorias, o aumento, entre salário e cesta básica, de dezembro de 2021 a fevereiro deste ano, foi superior a 40%.
Segundo ele, nos últimos anos antes de assumir o Executivo, a prefeitura não promoveu nenhum aumento, apesar de haver acréscimos salariais previstos em lei. “Estou fazendo a minha parte”, reforçou.
Para o prefeito, é justo que o funcionalismo e o sindicato da categoria busquem direitos, mas “sempre com responsabilidade e justiça”. Ele argumentou que o quadro conta com mais de 3.500 funcionários e a maioria entende a atual situação da prefeitura, expondo que recebera muitas mensagens de apoio de servidores.
O chefe do Executivo falou que “é óbvio que gostaria de fazer mais ao funcionalismo” e que trabalha para atrair mais empresas e investimentos a Tatuí e, desta forma, aumentar o Orçamento. No entanto, precisa pensar no impacto da folha salarial, visto que haverá concursos públicos ainda neste ano.
Como atual gestor do município, Cardoso Júnior frisou que precisa agir com “sensatez”, pois será “responsabilizado pelas contas da prefeitura e por qualquer coisa que eventualmente possa faltar no município”, como merenda, medicamentos ou atendimento médicos, por exemplo.
“Eu me orgulho dos servidores. Mas respeitar, torcer e se orgulhar não quer dizer que tenha de ser irresponsável. Nós temos uma responsabilidade com a cidade”, reafirmou.
“A consciência está tranquila, pois fizemos o possível e, talvez, até o impossível. A nossa equipe trabalhou muito nisso, e sei que fizemos o que podia fazer de melhor neste momento”, finalizou.