Ex-funcionários da UPA da cidade receberão pagamentos rescisórios

Organização Social Instituto Esperança entra em acordo com sindicato

Unidade da UPA Tatuí
Da redação

Em reunião no dia 29 de novembro, os ex-funcionários do Instituto Esperança (Iesp), organização social que geriu a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) “Dr. Augusto Moisés de Menezes Lanza”, firmaram acordo sobre o pagamento de dívidas trabalhistas devidas a eles.

A negociação aconteceu com a presença do presidente do Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Sorocaba e Região (Sinsaúde) de Sorocaba e região, Milton Carlos Sanches”. Os encargos advinham da dispensa dos trabalhadores ocorrida em virtude da suspensão cautelar do contrato com a OS, pela prefeitura, em outubro.

Na ocasião, foi estabelecido o pagamento do saldo de salário, férias vencidas e proporcionais acrescidas de um terço e o 13° salário em parcela única, a ser depositada em conta bancária de cada trabalhador até esta quinta-feira, 8.

O prazo é o mesmo para a execução dos atos necessários para promover as devidas anotações e se dar baixa na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) dos ex-funcionários.

No dia 7 de outubro, a prefeitura, por meio do decreto 23.069, suspendeu cautelarmente o contrato com o Iesp. O documento apontava que a decisão fora tomada com relatos presentes em ofícios de órgãos, departamentos, núcleos, comissões, agentes e servidores responsáveis pelo controle e fiscalização da unidade de saúde.

De acordo com a nota emitida pela assessoria de imprensa da Iesp, “após a medida, tomada de forma unilateral pela prefeitura, os ex-funcionários solicitaram uma reunião em caráter emergencial com o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior, com a secretária de Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, e com o secretário de Administração Pública e Transportes, Gustavo Duarte Elias de Almeida, para esclarecer questões legais e administrativas relacionadas à suspensão do contrato”.

Ainda segundo o texto, a primeira reunião aconteceu em 13 de outubro, quando representantes legais do município se comprometeram ao pagamento. “Como o acordo não foi cumprido, viu-se necessário se reunir com o Sinsaúde”, divulgou a entidade.

A partir da nota levada à imprensa pela organização social, a prefeitura respondeu à reportagem que o município “está em dia com o pagamento à empresa”.

Na época, a O Progresso de Tatuí, o chefe da pasta da Administração Pública e Transportes, Almeida, afirmou que, sob o contrato de emergência, outra organização social, a Beneficência Hospitalar de Cesário Lange (BHCL), assumiria a gestão da UPA.

Segundo o decreto, considerou-se “a gravidade dos fatos apontados e o receio de que a continuidade da prestação de serviços da entidade pudesse causar lesão ou prejuízo ao interesse público”.

“Desde o início, a execução contratual mostrou-se contrária e incompatível com o interesse público e as obrigações assumidas”, acrescenta o documento.

Almeida elencou as razões pelas quais o contrato fora suspenso: falhas técnicas e atendimento deficiente dos pacientes; falhas nas prestações de contas; celebração de contratos sem interesse público; pagamento de serviços com valor acima do mercado; pagamento de empresas terceirizadas de forma antecipada; processo seletivo de funcionários impróprio; e “quarteirização” e “quinteirização”.

Outros fatores que culminaram com a decisão foram: quantidade de equipamentos divergente do estabelecido em contrato; falta de medicamentos em estoque; número de funcionários abaixo do estipulado em contrato; resultados abaixo do esperado na pesquisa de satisfação do usuário; contratação de serviços de uma empresa, mas realizado por outra; contratação de serviços terceirizados deficientes; manutenção predial precária; falta de insumos e materiais; e indícios de descontrole financeiro na gestão do contrato, com a execução financeira distante do plano de trabalho proposto e aprovado.

“A lei prevê essa suspensão cautelar em casos excepcionais, até a decisão final do processo de rescisão, mas desde que haja receios fundados de que a continuidade dele acarretaria lesão ou prejuízo ao interesse público, como ocorre no presente caso”, apontou.

O secretário reforçou que a BHCL fora escolhida para o contrato emergencial por ter apresentado a menor proposta comercial entre as cotações feitas, além de já estar qualificada como OS no município e, também, com a habilitação em ordem.