Da reportagem
O Fundo Social de Solidariedade de Tatuí (Fusstat) iniciou, neste mês, uma série de encontros de integração com mulheres que estão passando por tratamento oncológico ou que já foram submetidas ao processo.
A reunião inaugural aconteceu na segunda-feira da semana passada, 7, e contou com a participação da primeira-dama e presidente do Fusstat, Regiane Rosa Cardoso.
“Possibilitar com que esses encontros aconteçam é uma forma que o Fundo faz para tentar tornar a vida dessas lutadoras mais sublime. Levar profissionais das mais variadas áreas para tirarem dúvidas e confortá-las neste momento sensível é uma forma de doação. Temos muita fé e torcemos para que essas mulheres tenham sucesso em seus tratamentos”, disse Regiane.
“Esse projeto surgiu de forma natural, onde o único objetivo é acolher essas mulheres com amor e afetividade diante das circunstâncias de seu dia a dia”, apontou a presidente.
O projeto é coordenado por Maria Cristina Vieira Peixoto, coordenadora do curso de bordados do Fusstat e, atualmente, em tratamento contra o câncer. “O grupo de mulheres participa de momentos religiosos e de evangelização, de palestras com médicos, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros”, explicou Maria Cristina.
As mulheres também podem participar dos cursos de bordado, culinária, saboaria e crochê, oferecidos pelo Fusstat, de acordo com suas aptidões. “São momentos de acolhimento, para auxiliá-las nesta fase que estão vivendo”, acentua.
Maria Cristina enfatizou que o apoio de amigos e familiares é fundamental para que o paciente faça o tratamento de forma menos dolorida emocionalmente.
“Estou vivendo isso, também já tive casos oncológicos em minha família e posso dizer com propriedade: o que resgata essa vida é o amor, a coletividade da fé em Deus e a confiança nos tratamentos médicos, que estão em constante evolução”, sustentou.
A coordenadora realiza o tratamento no HAC (Hospital “Amaral Carvalho”), em Jaú (SP), que fica perto da Casa de Apoio ao Tratamento de Câncer de Tatuí “Gildete Spuri de Abreu”.
Inaugurado em 14 de setembro deste ano, o espaço é administrado em parceria entre a prefeitura e a Litac (Liga Tatuiana de Assistência aos Cancerosos) e possui: três quartos; sala com cama hospitalar motorizada e cadeira de rodas; sala com TV; sala de jantar; banheiros adaptados com sanitário elevado, ducha higiênica e assento retrátil para banho, além de banheiro para funcionários; cozinha equipada com forno elétrico, geladeira, micro-ondas, fogão industrial e freezer; serviço de Internet; garagem; área de convivência; área de serviço com máquina de lavar; e quarto para motoristas.
Para a coordenadora, além de hospitais e as equipes de saúde, outros fatores podem auxiliar no tratamento, como as abordagens que priorizem a atenção ao paciente e seus familiares, utilizando-se equipes interdisciplinares; e “o reconhecimento da relevância da adesão do paciente ao tratamento prescrito como fator que contribui para um bom prognóstico clínico”.
Ela reforça que, “além do reconhecimento de que a causa e o tratamento do câncer estão associados a fatores de natureza psicossocial, há a necessidade do desenvolvimento de estratégias eficientes que possam humanizar o processo e assegurar a participação ativa do paciente nas diversas fases de busca pela cura”.
Maria Cristina afirmou que se coloca à disposição para acompanhar pessoalmente os pacientes que também realizam o tratamento em Jaú. “É um momento em que a solidariedade é essencial. Nosso psicológico fica abalado. Somos seres interdependentes”, observa.
“O apoio sincero faz toda a diferença. Essa doença não tem endereço. Quando aparece, seus efeitos são fortes, como todos sabem. Uma palavra de amor, de carinho, faz a diferença”, ressalta.
Sobre o primeiro encontro, a coordenadora afirmou ter sido “um momento tocante”, no qual as participantes foram se conhecendo e vendo que tinham muito em comum, além do tratamento.
“Não dá para descrever a emoção. Só estando ao vivo para ter noção. Para muitas, a tarefa de se expor não é das mais fáceis. Com o nosso carinho, conseguimos fazer com que elas ficassem à vontade”, apontou.
“Creio que foi um divisor de águas na vida delas. Irão se tratar com mais garra. Mesmo em circunstâncias complicadas, manter a autoestima é fundamental. Jamais se sentir desmotivada”, complementou Maria Cristina.
“Não poderia deixar de agradecer à primeira-dama Regiane por abraçar o projeto desde o início. Ela tem um olhar carinhoso pela iniciativa e sabe da importância de nós nos unirmos para melhorar a vida de quem sofre com essa doença”, assegurou.
A coordenadora antecipou que os encontros transcorrerão enquanto houver necessidade. “O programa nasceu de um propósito. Iremos atender quantas pessoas quiserem estar conosco”, concluiu.
As mulheres que se interessarem em participar dos encontros podem entrar em contato com o Fusstat pelo telefone (15) 3205-2560. As reuniões acontecem todas as segundas-feiras, das 13h às 17h, no Centro de Capacitação “Mãos que Encantam”, situado na travessa Godoy Moreira, 61, na vila Esperança.