Da reportagem
No dia 21, em comemoração à campanha “Outubro Rosa”, de prevenção e diagnóstico do câncer de mama e do câncer de colo de útero, a prefeitura de Tatuí, por meio da Secretaria de Saúde, promoveu no Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médicas) uma ação especial para as mulheres, intitulada “Dia D”.
De acordo com a diretora de Atenção Básica, Marília dos Santos Bernardo, entre 16h e 21h, foram realizados 197 exames de Papanicolau e fornecidos 171 pedidos para mamografia. Além disso, as mulheres que apresentaram alguma queixa puderam ser atendidas pela médica Raíssa Motta Russo.
Até o fechamento desta edição (sexta-feira, às 17h), abrangendo somente o mês de outubro, haviam sido realizados 894 exames de Papanicolau e 319 mamografias. O evento também contou com a participação do Fundo Social de Solidariedade de Tatuí (Fusstat), que doou bolos às participantes.
A diretora enfatizou que a Secretaria de Saúde continua realizando, até o fim deste mês, ações da campanha nas unidades básicas de saúde (UBSs) e nas Estratégias Saúde da Família (ESFs).
“Ficamos muito felizes com o resultado desta ação, pois nosso objetivo foi alcançado, atendendo muitas mulheres que estavam havia anos com seus exames atrasados”, celebrou Marília.
“Estamos vindo de um período pós-pandemia, onde praticamente a saúde preventiva foi esquecida por quase dois anos, e agora nosso objetivo é correr atrás desse tempo perdido”, enfatizou.
“A campanha Outubro Rosa é comemorada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade”, contextualizou a diretora.
Ela reforçou que, recentemente, incluiu-se também na campanha ações de prevenção do câncer do colo do útero. De acordo com Marília, as UBSs e ESFs realizam ações frente à saúde da mulher durante todo o ano.
“No mês de outubro, essas ações foram intensificadas para que as pessoas se conscientizassem da importância de cuidar da própria saúde e, também, de buscar mais informações a respeito. Neste âmbito, nossas unidades de saúde fizeram grandes trabalhos, com evento, palestras em escolas e empresas, focando na divulgação”, mencionou.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto desenvolvidos.
Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores nos países desenvolvidos.
Segundo a previsão do Inca, até o final de 2022, o Brasil diagnosticará 66 mil novos casos, 99% em mulheres e apenas 1% em homens. Os diagnósticos avançados representam 40% dos casos. O Inca alerta que uma entre 12 mulheres no Brasil terá câncer de mama e a maioria das mortes ainda se dá por falta de informação e tratamento correto.
“Se for descoberto no início, um em cada três casos de câncer de mama pode ser curado. Medo e desinformação costumam ser os principais fatores que atrasam o diagnóstico precoce e o tratamento”, afirmou.
“Esse tipo de câncer também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2019, de 14,23 por 100 mil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil”, relatou.
De acordo com a diretora, os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas.
De acordo com ela, alguns fatores que podem estar relacionados ao câncer de mama são: obesidade, sedentarismo, consumo de álcool e cigarro e exposição frequente a raios ionizantes.
Em relação às questões hormonais, Marília destacou que a ciência detecta a influência da primeira menstruação antes dos 12 anos, a menopausa tardia, após os 55 anos, não ter tido filhos, a primeira gravidez após os 30 anos, não ter amamentado, ter feito uso de pílula anticoncepcional por longo tempo e, por fim, ter feito a reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
“Sobre os fatores genéticos, influi o histórico familiar de surgimento de casos de câncer no ovário, de câncer de mama entre homens e cânceres de mama em mulheres antes dos 50 anos”, apontou Marília.
Ela salientou que o Ministério da Saúde alerta que a mulher que tem alterações genéticas herdadas da família tem risco elevado de câncer de mama. “De 5% a 10% dos casos são relacionados a fatores genéticos”, advertiu.
“Mulheres, sintam o seu corpo, procurem um médico e ouçam o que ele tem a dizer, revejam seus conceitos e vão além do seu tempo. Vida plena é o seu direito. Não deixem de se cuidar”, completou Marília.