Vacinação contra a pólio em Tatuí atinge apenas 43% do público-alvo

Campanha segue até o próximo dia 30 com o objetivo de atingir 95%

Campanha contra a poliomielite segue até o próximo dia 30
Da reportagem

A prefeitura de Tatuí, por meio da Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde (VE), informa que, a pedido do Ministério da Saúde, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, para crianças de 1 ano de idade até 4 anos, 11 meses e 29 dias, segue até o dia 30 deste mês.

A ação começou em setembro deste ano, porém, de acordo com informações da VE, em Tatuí, até o momento (dados atualizados no dia 12), apenas 43,3% do público-alvo tinham sido vacinados contra a poliomielite, sendo que a meta estabelecida pelo ministério é a de vacinar 95%.

A coordenadora da VE, Rosana Oliveira, descreveu que o número total de doses aplicadas até o dia 12 foi de 6.746, sendo que 1.541 foram para bebês com um ano de idade. Já as crianças com dois, três e quatro anos de idade receberam o mesmo número de vacinas: 1.735 para cada faixa etária.

O serviço é realizado das 8h às 15h, em todas as UBS. Nas unidades básicas de saúde urbanas, a vacinação é de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 15h, com exceções da UBS Santa Cruz, das 8h às 13h, e da ESF Jardim Gonzaga, que está com a sala de vacinas desativada, mas segue com atendimento na ESF Jardins de Tatuí.

Já nas UBSs rurais, a vacinação está disponível no bairro Congonhal em todas as sextas-feiras, até às 12h, e no bairro Mirandas, de segunda-feira a quinta-feira, até as 12h.

Para receber a vacina contra a poliomielite, é necessário apresentar a carteira de vacinação da criança. Mais informações podem ser obtidas com a Vigilância Epidemiológica, situada na rua Juvenal de Campos, 203, centro, através do telefone (15) 3259-6358.

“Atingindo a cobertura vacinal ideal, para proteção efetiva da população, evitaremos que doenças graves retornem. Por isso, é importante que os pais e responsáveis compareçam às UBSs com as crianças”, disse Rosana.

“É vital vacinar contra a poliomielite as crianças de um a menores de cinco anos, que estejam com o esquema vacinal primário completo, com a vacina inativada contra a VIP’”, aconselhou.

Indagada sobre quais motivos têm feito com que os pais ou responsáveis não têm levado os filhos para serem imunizados, Rosana pontuou que, “ainda por medo da pandemia, outros ainda sempre deixam para depois, acreditando que a vacina não é algo importante para a vida das crianças”.

“Ao deixarem este compromisso para o segundo plano, os pais atrasam o calendário vacinal e deixam seus filhos vulneráveis às doenças”, frisou.

“Pedimos encarecidamente aos responsáveis que coloquem como obrigatoriedade e compromisso manterem a carteira de vacina de seus filhos sempre atualizadas, pois esta é a única forma de proteger as crianças. Vacinas salvam vidas”, advertiu.

Segundo ela, o Brasil assumiu o compromisso internacional de manter crianças e jovens brasileiros vacinados. “Vacinar é um ato de amor e responsabilidade. E muitas forças se movimentam para que este ato se torne realidade”, afirmou Rosana.

“As famílias precisam estar conscientes de que somente a vacinação é capaz de proteger contra doenças transmissíveis”, enfatizou Rosana. Ela complementou que as vacinas são bem toleradas pela maioria da população, raramente ocorrendo sintomas adversos.

Rosana ainda descreveu os detalhes sobre a doença. Segundo a coordenadora, a poliomielite – também chamada de pólio ou paralisia infantil – é uma doença contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus.

“Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode ocorrer em adultos. O período de incubação da doença varia de dois a 30 dias, sendo, em geral, de sete a 12 dias”, explicou.

Para Rosana, a maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum, e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias, como gripe, febre e dor de garganta, ou infecções gastrintestinais, como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarreia.

“Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido”, complementou.

De acordo com a coordenadora, uma pessoa pode transmitir diretamente para outra. “Crianças mais novas, que ainda não adquiriram completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a doença”.

“O poliovírus também pode ser disseminado por contaminação da água e alimentos por fezes. A doença também pode ser transmitida pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar”, salientou.

“O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo, como boca, garganta e intestinos. Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso, dependendo da pessoa infectada”.

“Desenvolvendo ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, que pode ser adquirido por outras pessoas por via oral. A transmissão ocorre com mais frequência a partir de indivíduos sem sintomas”, enfatizou.

Sua característica epidemiológica consiste em ser uma doença infecto contagiosa viral aguda, caracterizada por quadro de paralisia flácida, de início súbito.

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

Sobre as sequelas, Rosana conta que estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não tem cura. As principais são: problemas e dores nas articulações; pé torto, crescimento diferente das pernas; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição; dificuldade de falar; atrofia muscular; e hipersensibilidade ao toque.

Ela esclareceu que as sequelas da poliomielite são tratadas através de fisioterapia, por meio de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. “Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações”, concluiu.