Da reportagem
O mercado de trabalho formal em Tatuí fechou o mês de agosto com saldo positivo, somando 112 novas vagas – porém, 61 a menos em comparação ao mesmo período do ano passado, quando 173 postos foram criados.
Os dados foram divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregos e Desempregados) na quinta-feira, 29 de setembro. Por conta da cobertura do primeiro turno das eleições 2022, o jornal O Progresso de Tatuí publica somente nesta edição as informações detalhadas sobre o assunto.
No oitavo mês de 2022, quatro dos cinco setores analisados pelo órgão continuaram com números positivos. Foram 1.095 admissões frente a 983 desligamentos. Com isso, o estoque de empregos com carteira assinada em Tatuí chegou a 28.229.
O melhor saldo foi o do setor de comércio, com a abertura de 53 vagas, resultado de 357 admissões para 304 demissões. A atividade comercial é a terceira maior empregadora do município, com o estoque de 7.473 funcionários e variação negativa de 15,87% em comparação a agosto do ano passando, quando o setor conquistou 63 vagas.
Três subsetores do comércio fecharam o mês com saldo positivo. O de reparação de veículos automotores e motocicletas abriu 12 postos – resultado de 36 contratações para 24 demissões.
No comércio por atacado, foram abertas 24 vagas. O subsetor do comércio e varejista terminou o mês de agosto com 17 admissões, advindas de 250 contratações para 233 demissões.
Já o setor industrial foi responsável pela abertura de 40 vagas, resultado de 269 admissões para 229 demissões, em aumento de 233,33% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 12 postos foram perdidos. A atividade econômica é a terceira maior empregadora da cidade, somando 8.603 trabalhadores.
O subgrupo da indústria de eletricidade e gás manteve os 83 postos de trabalho. Já as indústrias de extrativas tiveram quatro demissões, resultado de seis admissões e dez desligamentos. Na indústria de transformação, o aumento foi de 41, totalizando 255 admissões e 214 demissões.
No subgrupo água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, foram oito admissões e cinco desligamentos, totalizando três contratações.
O setor de serviços também teve saldo positivo, com 15 novos postos – resultado de 354 contratações para 339 desligamentos. No comparativo com o mesmo período do ano passado, o setor teve queda de 86,23% no número de contratações, que foi de 109. A atividade é a maior empregadora da cidade, concentrando 9.642 formalizados.
Na análise entre os subsetores, quatro aparecem com saldo positivo: os serviços de alojamento e alimentação, com três novos postos; informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com 13 novas vagas; administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços, com oito novos postos. Já o subgrupo de serviços domésticos manteve as 15 contratações.
Dois subgrupos registraram saldo negativo: outros serviços, com cinco demissões; e transporte, armazenagem e correio, com a perda de quatro postos.
No mesmo período do ano passado, este último subgrupo teve saldo positivo de 36 vagas, indicando queda de 58,33% neste ano.
O setor de construção teve saldo positivo de 30 novos postos – resultado de 57 admissões para 27 demissões.
A atividade, que concentra 863 trabalhadores, teve variação positiva de 328,57% em comparação a agosto de 2021, quando o saldo foi de sete contratações.
Na área de construção de obras e infraestrutura, foram abertas sete vagas, advindas de 12 contratações e cinco demissões. Já o setor de construção de edifícios teve saldo negativo, com 11 demissões.
Na área de serviços especializados para a construção, o saldo foi de uma contratação, com 12 admitidos e 11 desligamentos.
O pior saldo do oitavo mês do ano foi o do setor da agropecuária, com o fechamento de 26 vagas, resultado de 58 admissões para 84 demissões. A perda é de 116,66% com relação a agosto de 2021, quando o setor teve baixa de 12 postos.
A atividade econômica, que engloba agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, é a quarta maior empregadora da cidade, somando 1.648 trabalhadores.
A O Progresso de Tatuí, o diretor de planejamento da prefeitura, Daniel de Camargo Barros, falou sobre a empregabilidade no setor agropecuário. “Trata-se do setor econômico com a menor participação de empregos formais no Brasil, representando cerca de 3% do total, devido ao predomínio da mão de obra familiar nas propriedades rurais, da agricultura familiar”, detalhou.
De acordo com ele, a agricultura familiar representa a produção de 70% do feijão, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% do leite e 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos produzidos no país.
“Outros aspectos são a rotatividade e a informalidade nas contratações de trabalhadores rurais, refletindo diretamente nessa flutuação do emprego formal do setor”, frisou.
Sobre o aumento do número de contratações no setor do comércio, Barros comentou ser reflexo de ações da reestruturação feitas pela prefeitura no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), que tem tido contado com as empresas que buscam os serviços do Centro de Apoio ao Trabalhador e Empreendedor (Cate).
“Foi disponibilizado o envio eletrônico de currículos e retomada a atualização no Portal Emprega Brasil, que faz a Intermediação de mão de obra por meio de cruzamento de dados de vagas em aberto e currículos inseridos no sistema, paralisado por ocasião da pandemia”, mencionou o diretor.
Outro fator enfatizado por Barros são as ações culturais promovidas durante a comemoração do mês de aniversário do município, como o “Rodeo Tatuí Music”, a sétima edição do “Tatuí Classic Car” e a terceira etapa do Campeonato Paulista de Motocross, entre outros eventos.
Sobre o aumento dos postos de trabalho no setor da indústria, o diretor analisa que o segundo semestre de 2022 tem mostrado que a economia está em recuperação.
“Com os aumentos do consumo, da produção e das projeções do PIB (produto interno bruto), no primeiro semestre, temos visto a consolidação da retomada da atividade econômica tatuiana”, concluiu Barros.
No Brasil
Ainda conforme o balanço do órgão do Ministério da Economia, o Brasil criou 278.639 vagas de emprego com carteira assinada em agosto. O saldo é decorrente de 2.051.800 admissões e 1.773.161 desligamentos. No mesmo período do ano passado, o número de contratações foi de 388.267.
Com isso, o estoque de empregos formais no país chegou a 42.531.653, com baixa na comparação a junho (280.893) e alta quanto a julho deste ano (221.345).
O país fecha os primeiros oito meses de 2022 com 1.839.535 contratações, em recuo de 15,38% na comparação ao mesmo período do ano passado, quando chegou a 2.173.961.