RAUL VALLERINE
A diferença entre uma democracia e uma ditadura consiste em que numa democracia se pode votar antes de obedecer às ordens.
(Charles Bukowski)
A democracia é o regime político que estrutura e permite a participação coletiva nos rumos da sociedade. Uma das expressões da democracia é o voto.
Nesse contexto, somos sujeitos ativos e não meros espectadores dessa dinâmica. O voto é um ato contrário à submissão ao poder.
É votando que indicamos o que queremos escolhendo representantes que devem, em teoria, fazer o que acreditamos ser melhor para nosso estado e nosso País.
Em períodos eleitorais, que acontecem a cada dois anos no país, dúvidas a respeito do voto nulo e do voto branco afetam diversos eleitores brasileiros. A principal dúvida recorrente é se mais de 50% dos eleitores anularem o voto, a eleição é anulada. A resposta é não. Isso porque votos brancos e nulos são descartados e apenas servem para fins estatísticos.
Embora o voto no Brasil seja obrigatório, escolher ou não um candidato depende de cada um, já que é possível votar em branco ou nulo. Entenda a diferença entre essas opções.
Não vale a pena votar branco ou nulo porque o resultado das eleições será definido independentemente dos votos inválidos e a perspectiva do candidato eleito irá ecoar sobre as nossas vidas, ao longo dos anos de mandato.
Essa é uma das razões, pela qual não podemos ficar alheios aos processos eleitorais. A legislação eleitoral no Brasil prescreve regras para a contagem dos votos. Assim, para considerar um candidato eleito, são levados em conta apenas os votos válidos.
O voto de legenda, por sua vez, é aquele em que o eleitor digita na urna apenas os dois números que identificam o partido, não manifestando sua vontade por um candidato específico, mas por qualquer dos candidatos do partido em que tenha votado.
No voto de legenda, o eleitor ajuda a todos os candidatos, porque ele vai ampliar o número de vagas que aquele partido vai conseguir na Câmara dos Deputados.
Por causa da pandemia, as campanhas eleitorais mudaram um pouco, mas ainda vemos carreatas e pessoas distribuindo panfletos nos semáforos. Será que isso faz alguém escolher um candidato?
Veja as dicas para definir em quem você vai votar: Observe se as propostas apresentadas realmente evidenciam rupturas reais para problemas que temos: Suspeite de falas milagrosas ou heroicas, porque isso não condiz com a realidade. Analise também a trajetória dos candidatos.
Verifique se suas perspectivas estão de acordo com os Direitos Humanos e se não estão buscando representatividade política somente para favorecer grupos antiéticos.
Preste atenção ao uso de palavras de impacto, geralmente utilizadas em campanhas eleitorais, tais como: “renovação”, “família”, “compromisso”.
Analise o que significam esses chavões e, sobretudo, se as propostas dos candidatos não estão atentando contra a vida das pessoas, seja de forma mais direta, ou mais nas entrelinhas do discurso.
No pleito eleitoral deste ano, em que o primeiro turno ocorre dia 2 de outubro, o eleitor deve estar atento para a ordem de votação a fim de que não haja qualquer equívoco no momento de escolher seus representantes.
Cinco cargos estarão em disputa: dois para o poder Executivo, Governador e Presidente da República e três no âmbito do poder Legislativo: Deputado Federal, Estadual e Senador.
Na hora da votação, é importante ter atenção na ordem estabelecida pelo Congresso Nacional, iniciando para os cargos do poder Legislativo:
Deputado Federal: é o primeiro cargo a ser votado, que tem 4 dígitos, representando o número do candidato;
Deputado Estadual: vem na sequência, com 5 dígitos;
Senador e seus dois suplentes: o eleitor deve teclar 3 dígitos;
Governador e Vice-Governador: 2 dígitos;
Presidente e Vice-Presidente da República: também 2 dígitos.
Vale lembrar que os dois primeiros dígitos, para todos os cargos, referem-se ao número da agremiação partidária do candidato e que o eleitor pode levar um lembrete consigo para digitar corretamente na cabina de votação.