Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708 *
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que nos últimos anos se espalhou rapidamente por todas as regiões da Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmea, principalmente da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus.
Esses mosquitos também transmitem chikungunya e zika. A dengue é generalizada ao longo dos trópicos, com variações locais de risco influenciadas pela precipitação, temperatura e rápida urbanização não planejada. Nas Américas, o principal vetor da dengue é o Aedes aegypti.
Existem quatro distintos, porém intimamente relacionados, sorotipos do vírus que causa a dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A recuperação da infecção fornece imunidade vitalícia contra o sorotipo adquirido.
Entretanto, a imunidade cruzada para os outros sorotipos após a recuperação é apenas parcial e temporária. Infecções subsequentes aumentam o risco do desenvolvimento de dengue grave.
Principais fatos
Américas
Cerca de 500 milhões de pessoas nas Américas correm o risco de contrair dengue.
O número de casos de dengue na região aumentou nas últimas quatro décadas, passando de 1,5 milhão de casos acumulados na década de 1980 para 16,2 milhões na década de 2010-2019.
Em 2013, ano epidêmico para a região, foram registrados pela primeira vez mais de 2 milhões de casos e uma incidência de 430,8 por cada 100 mil habitantes. Também foram notificados 37.692 casos de dengue grave e 1.280 mortes no continente. Em 2019, foram registrados pouco mais de 3,1 milhões de casos, 28 mil graves e 1.534 óbitos.
Os quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV 4) circulam pelas Américas e, em alguns casos, simultaneamente.
A infecção com um sorotipo seguida por outra infecção com um sorotipo diferente aumenta o risco de dengue grave e até morte.
Nas Américas, o Aedes aegypti é o mosquito vetor da dengue e está amplamente distribuído por todo o território, apenas o Canadá e o Chile continental estão livres da dengue e do vetor. O Uruguai não tem casos de dengue, mas tem o Ae. aegypti.
Mundo
A incidência global da dengue cresceu drasticamente nas últimas décadas. Aproximadamente metade da população mundial está em risco de contrair a doença.
A dengue ocorre em climas tropicais e subtropicais, principalmente em áreas urbanas e semiurbanas.
A dengue grave é uma das principais causas de doenças graves e morte entre crianças em alguns países da Ásia e da América Latina.
Não existe tratamento específico para dengue ou dengue grave. No entanto, a detecção precoce e o acesso a cuidados médicos adequados reduzem as taxas de mortalidade para abaixo de 1%.
A prevenção e o controle da dengue dependem de medidas efetivas de controle de vetores. A população de uma cidade é muito importante para contribuir com o combate ao mosquito vetor.
Sobre a dengue
É transmitida pela picada de um mosquito infectado com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV 1, DENV 2, DENV 3, DENV 4).
É uma doença febril que afeta bebês, crianças e adultos. A infecção pode ser assintomática ou pode apresentar sintomas que variam de febre baixa a febre alta incapacitante, com forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações e erupções cutâneas.
A doença pode progredir para dengue grave, caracterizada por choque, falta de ar, sangramento intenso e/ou complicações graves nos órgãos.
Não existe um medicamento específico para tratar a dengue.
A doença tem um padrão sazonal: a maioria dos casos no hemisfério sul ocorre na primeira parte do ano e a maioria dos casos no hemisfério norte ocorre na segunda metade.
A prevenção e o controle da dengue devem ser intersetoriais e envolver a família e a comunidade.
Atualmente existe uma vacina (Dengváxia) contra os 4 tipos de dengue e pode ser aplicada em pessoas acima de nove anos e que já tiveram dengue pelo menos uma vez. São três doses a intervalos de seis meses. Outras vacinas estão sendo pesquisadas.
Fonte: https://www.paho.org/pt/topicos/dengue
* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e diretor clínico da mais antiga Clínica de Vacinação de Tatuí “Sou Doutor Cevac – Dr. Jorge Sidnei”.