Da redação
Segundo informações divulgadas pelo site Repórter Brasil, a partir do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) omitiu problemas encontrados na qualidade da água nos últimos anos.
As informações fazem parte do “Mapa da Água”, ferramenta de informação de dados que permite consultar substâncias acima do limite em cada cidade do país. Alguns desses elementos, químicos e radioativos, podem oferecer risco à saúde.
No período entre 2018 e 2020, os dados demonstram que a água da torneira de 132 cidades localizadas no estado de São Paulo e abastecidas pela Sabesp estavam contaminadas. Tatuí está na lista.
Neste mesmo intervalo de tempo, a companhia realizou 235 mil testes para medir a qualidade da água. Entre eles, 759 encontraram substâncias fora do padrão no abastecimento de cidades no estado de São Paulo.
Casos mais graves foram encontrados nas cidades de São Paulo, Diadema, Santos e Guarujá, onde as substâncias excederam o valor máximo permitido pelo Ministério da Saúde por três anos seguidos. A ingestão de maneira contínua é mais prejudicial.
Na capital paulista, por exemplo, 17% dos testes registraram substâncias acima do limite no reservatório da represa do Guarapiranga, que recebe despejos de esgoto sem tratamento. O local é responsável pelo abastecimento de 4,8 milhões de paulistanos.
Em Tatuí, foram encontrados, ao menos uma vez no período entre 2018 e 2020, ácidos haloáceticos total, classificados como possivelmente cancerígenos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estes ácidos, classificados como subprodutos de desinfecção, formam-se quando o cloro é adicionado à água para matar bactérias e outros microrganismos patogênicos.
Em altas concentrações e ingerido de maneira contínua, podem gerar, também, problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso.
Segundo a reportagem do Mapa da Água, quando essas substâncias estão acima do limite, a água é considerada imprópria para consumo. Conforme a reportagem, neste caso em específico, a Sabesp deveria ter informado a população sobre o problema imediatamente.
Em resposta ao portal de notícias, a companhia de água afirmou que “monitora continuamente, conforme exigências do ministério, todas as etapas do sistema de abastecimento”. A empresa também completou afirmando que “toma as providências necessárias sempre que anomalias são constatadas”.
Sobre os subprodutos de desinfecção, a empresa afirma que, como “o cloro é o agente desinfetante mais utilizado no processo de tratamento de água no Brasil, é esperado que, eventualmente, ocorra a presença de subprodutos da desinfecção em maior ou menor concentração, variando de acordo com as condições climáticas e com a composição da água a ser tratada”.
A reportagem do jornal O Progresso de Tatuí buscou contato com a Sabesp local, mas, até o fechamento desta edição (sexta-feira, 17h), não havia obtido retorno.