Érika Almeida
Às 23h do dia 13 de abril, me encontro em minha casa, depois de assistir ao início da temporada de apresentações dos grupos artísticos do Conservatório de Tatuí, tentando entender tudo o que vi e senti nos últimos momentos.
Resolvi escrever para O Progresso de Tatuí, com o intuito de organizar minha mente e incentivar a população tatuiana, para que viva também uma experiência incrível, como a que tive!
Eu, por um momento durante a pandemia, achei que não haveria mais motivos para me preocupar com a bilheteria do Conservatório, que nunca mais iria me preocupar com o horário do início de uma apresentação, que nunca mais teria motivos de me arrumar para ir ao teatro, porém, esse dia chegou e eu não estava acreditando que veria o palco “fervendo” novamente!
Saguão repleto de pessoas, pessoas arrumadas, cheirosas, mostrando uma imensa vontade de estar ali. Carteirinha de vacinação solicitada na entrada, pois finalmente o momento de reabertura de apresentações artísticas num local extremamente afetivo para muitos cidadãos, chegou. Dava pra mastigar a ansiedade, a euforia!
Fui até a coxia com o intuito de cumprimentar alguns amigos e desejar boa sorte! Todos lindos, animados, felizes, com aquele olhar de ataque, prontos pra ação!
Cada espectador tomou seu lugar, tomei o meu, as luzes se apagaram e logo os artistas e o os aplausos tomaram conta do lugar, preenchendo cada espacinho que tivesse ali. O spalla se levantou para comandar a última afinação antes da apresentação, e esse momento, me tirou lágrimas que eu não sabia que ainda existiam, uma espécie de alívio, alegria, conforto, não sei explicar muito bem, mas eu senti uma satisfação plena, calma.
Quando o maestro Baldini entrou no palco, era visível o carinho dos músicos para aquela figura simpática, de violino impecavelmente resplandecente na mão direita. Era hora de tocar, eles sabiam, e todos esperavam!
Foi incrível a escolha de repertório, me entreguei às emoções que viessem enquanto ouvia as composições de Hekel Tavares e Felix Mendelssohn Bartholdy. Solos intensos, notas longas e emocionadas, movimentos de tensão harmônica, seguidos de doçura!
Mil histórias se formam na mente quando damos permissão para que a música clássica domine o momento, passa de apreciação para encantamento, palavra que o maestro enfatizou em seu discurso, pois esse é o fator chave para o artista, a admiração, o encantamento, e eu pude vivenciar isso, me encantar e me apaixonar por cada nota ali.
No encerramento, os aplausos foram viscerais! Duraram cerca de cinco minutos! Parece que todo o público precisava contar isso que escrevo, precisava dividir intensamente quanta alegria estava representada nessa noite! Me impressiona saber que não foi mais algum devaneio do passado, mas o início de um presente com futuro, um futuro brilhante!
Que a arte viva, que o respeito entre as artes reine, e que o encantamento nunca morra!
Visite o Teatro “Procópio Ferreira” de Tatuí, se permita fazer parte dessa história!
Ao leitor, agradeço.