Da reportagem
A rede municipal de educação de Tatuí está investindo em tecnologia para o ano letivo de 2022 e deve implantar, ainda neste mês, sete “salas makers” (espaços para aulas práticas) nas unidades de ensino fundamental II e no projeto “Senna em Ação”.
De acordo com a secretária municipal da Educação, Elisângela da Costa Rosa Cecílio, o projeto é piloto e deve começar a funcionar nas unidades de ensino a partir deste mês, com o objetivo de “oferecer ferramentas inovadoras para desenvolver, cada vez mais, a aprendizagem de crianças e jovens”.
“As salas makers são para colocar a mão na massa e oferecem ferramentas digitais e tecnologias que devem contribuir com o processo de aprendizagem”, ressaltou a secretária.
Segundo ela, com o programa, os estudantes poderão ter contato com “tudo o que há de mais avançado no universo maker”: impressoras 3D, impressora de corte, automação e equipamentos de robótica, além de material pedagógico preparado por especialistas.
Elisângela salientou que as salas oferecem infinitas possibilidades. Um exemplo dado por ela é o oferecimento das ferramentas para a criação de objetos que possam complementar as aulas da rede de ensino.
“Se um professor de ciências está dando uma aula sobre o sistema digestivo, ele pode levar os alunos para a sala e imprimir um estômago, por exemplo, ou outras partes do corpo, para que os alunos vejam e possam aprender melhor”, exemplificou a secretária.
As salas vêm montadas com ferramentas. Professores de todas as disciplinas poderão ter acesso ao ambiente. Eles estão recebendo capacitação para atuarem como facilitadores e orientarem os alunos durantes as atividades, “tirando dúvidas, trazendo perguntas e estímulos para o processo de aprendizagem”.
Inicialmente, serão sete salas disponíveis nas Emefs: “Prof. Maria Helena Machado”, no bairro Enxovia; “Prof. Alan Alves de Araújo”, no Jardim Santa Rita de Cássia; “Eunice Pereira de Camargo”, no Jardins de Tatuí; “Terezinha Vieira de Camargo Barros”, no Jardim Manoel de Abreu; “Magaly Azambuja”, no Jardim Santa Rita de Cássia; e no Nebam “Ayrton Senna da Silva”, na vila Minghini e no projeto “Senna em Ação”.
Os espaços são voltados ao aprendizado dos estudantes do ensino fundamental II (6º ao 9º ano) das escolas que abrigam as salas. Contudo, dois laboratórios ficarão disponíveis para os alunos do 5º ano do ensino fundamental I.
Conforme a secretária, os estudantes do 5º ano do ensino fundamental I de todas as escolas serão transportados para as salas makers das Emefs “Terezinha Vieira de Camargo Barros” e “Magaly Azambuja”.
“Os alunos de 5º ano terão uma frequência menor nestas salas. Os laboratórios dessas duas escolas serão ocupados todos os dias, porém, recebendo alunos de escolas diferentes, conforme agendamento”, informou a secretária.
O projeto seria realizado somente com alunos do fundamental II, porém, Elisângela explicou ter incluído os estudantes do 5º ano no projeto visando habituá-los com o ambiente, antes de ingressarem no 6º ano.
“A intenção é incluir o projeto em todas as escolas da rede municipal de ensino. Mas, neste momento, como é algo muito novo, escolhemos oferecer o ambiente para os alunos maiores, do fundamental II”, disse a secretária.
O projeto também atenderá alunos do 6º ao 9º ano do EJA (ensino de jovens e adultos) das Emefs “Allan Alves de Araújo”, com a sala makers da própria unidade escolar, e da “João Florêncio”, na sala do Nebam.
“No caso da escola ‘João Florêncio’, como os alunos são adultos, se o professor quiser, ele pode agendar o uso da sala do Nebam, que fica próximo. Então, todos os alunos do 6º ao 9º ano terão aulas das salas makers neste ano”, garantiu a secretária.
Conforme Elisângela, Tatuí é a primeira cidade a oferecer o recurso tecnológico em unidades escolares da rede pública municipal. “Aqui na região, é um programa já comum em escolas particulares, mas, em unidades públicas, pelo que eu sei, somos os pioneiros”, afirmou.
A ideia da implantação surgiu em 2019, quando o atual prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior assumiu a gestão da Secretaria Municipal de Educação e conheceu o programa em visitas a escolas particulares da região.
“Também participamos de laboratórios e feiras sobre a chamada cultura maker, para entender mais sobre o ambiente e o programa, até trazê-lo para o município e implantá-lo em nossas escolas”, contou a secretária.
As salas foram adquiridas por meio de concorrência pública e são mantidas com apoio da empresa vencedora da licitação. Ela oferece a manutenção dos equipamentos, materiais didáticos e capacitação para os professores e funcionários da rede de ensino que atuam nas salas, além de técnicos nas salas.
Elisângela classificou a implantação das “salas makers” como “um grande avanço para a educação da rede municipal de ensino”. “É um ambiente moderno, que muda totalmente o processo de aprendizagem”, apontou.
“É tirar a aprendizagem só do papel e colocar ela na prática, materializada. Os professores estão todos empolgados e entusiasmados com o novo projeto. Pode-se dizer que é uma coisa incrível, que vai mudar muito o ensino de Tatuí”, concluiu a secretária.