Maioria das mortes por Covid-19 em Tatuí é de idosos com comorbidade

Não vacinados somam 12% das fatalidades ocorridas desde o início do ano

Vacina é eficaz e produz efeitos positivos, reafirma secretária da Saúde (foto: AI Prefeitura)
Da reportagem

Desde o início de 2022, a maioria das vítimas fatais da Covid-19 em Tatuí é composta por idosos e portadores de comorbidades. A idade das vítimas varia de 28 a 96 anos, contudo, a Secretaria Municipal de Saúde aponta que o maior número de casos se encontra na faixa de 60 a 75 anos e com comorbidades.

Segundo o órgão, em alguns obituários ainda constam doenças de base e comorbidades. Por sua vez, em Tatuí, na atual fase da pandemia, a maioria das pessoas que morreu por complicações da Covid-19 já havia recebido duas doses da vacina contra a doença.

Levantamento da secretaria, realizado a pedido do jornal O Progresso de Tatuí, com dados de 1º de janeiro a 18 de fevereiro, aponta que, das 25 mortes ocorridas no período, três corresponderam a pessoas não imunizadas – o equivalente a 12% do total.

Conforme o relatório, um dos pacientes tinha recebido apenas uma dose do imunizante contra a doença (4%) e os outros 84%, 21 pacientes, já haviam recebido pelo menos duas doses.

Apesar de a maioria das mortes por Covid-19 envolver pacientes já vacinados, a secretária da Saúde, Olga Daniela Kramek, afirmou que a vacina é eficaz e produz efeitos positivos contra a doença. Ela aponta o avanço da vacinação como responsável pela redução no número mortes e internações.

No período de 1º de janeiro a 18 de fevereiro de 2021, a Vigilância Epidemiológica de Tatuí recebeu 31 notificações de mortes por Covid-19, contra 25 no mesmo período deste ano – o que representa queda de 19,35% no total de óbitos.

O relatório da Secretaria de Saúde ainda mostra que, no primeiro mês do ano, houve redução de 16,34% em relação às internações por Covid-19 em comparação a janeiro do ano passado.

A queda é mais expressiva nos casos de internações em unidades de terapia intensiva. No primeiro mês do ano passado, a UTI da Santa Casa de Tatuí atendeu 22 pacientes com a doença; já em 2022, o número caiu 63,63%, passando para oito internações.

Na ala de clínica médica voltada ao tratamento de pacientes com suspeita ou infectados com Covid-19, as internações baixaram 3,65%, passando de 82 casos, em janeiro de 2021, para 79, no primeiro mês deste ano.

Olga destacou que a vacinação, “sem dúvida, é o caminho para a prevenção da doença”, mas ponderou que a população não pode se esquecer de manter os protocolos de saúde, como evitar aglomerações e seguir as orientações sanitárias, para evitar a doença.

“O vírus é mutante, e devemos sempre nos precaver e buscar o melhor cuidado possível, com a junção dos fatores vacina e cuidados pessoais. Só assim vamos estar menos suscetíveis à doença e às complicações dela”, concluiu a secretária.

Estados

Secretarias de saúde de estados como Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo divulgaram que a maioria das mortes por Covid-19 ocorridas em janeiro deste ano envolve pacientes que não tomaram a vacina.

No caso do Amazonas, por exemplo, 3.556 mortes por Covid-19 foram registradas no início de 2021. Neste ano, foram 152 mortes, das quais 62,5% eram de não vacinados.

No Rio Grande do Sul, a diferença é ainda maior: 70% das mortes ocorreram em pessoas não vacinadas ou com alguma dose em atraso. No caso das hospitalizações, esse público ocupa 68%.

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina informou que o número de mortes de idosos não vacinados foi 47 vezes maior que o número de idosos que tomaram a dose de reforço. No caso do público adulto, a taxa de mortes de não vacinados foi 39 vezes maior.

No Paraná, os números mostram que vacinados têm uma chance 22 vezes menor de morrer pela doença. O risco de mortes entre as pessoas de 12 a 59 anos que não tomaram nenhuma vacina é de 6,59 por 100 mil habitantes.

Em São Paulo, um estudo feito pelo hospital “Emilio Ribas” indicou que 82% dos mortos por Covid-19 não tinham tomado todas as vacinas. Já a secretaria do Rio de Janeiro apontou que as pessoas não vacinadas ou que receberam apenas uma dose têm 73% mais risco de hospitalização.

No que diz respeito a internação em UTI no estado de Minas Gerais, não vacinados apresentam taxa de 8,2 por 100 mil habitantes, enquanto os vacinados com duas doses têm índice de 0,6 por 100 mil habitantes.

Por fim, Espírito Santo divulgou que a taxa de mortalidade em janeiro de 2022 é de 130 por 100 mil para não vacinados. No caso de quem tem o esquema vacinal completo, é de 2,4 para 100 mil.