Da reportagem
Apesar de não haver nenhum documento a respeito na pauta da sessão ordinária desta semana na Câmara Municipal, o assunto mais debatido entre os vereadores na noite de segunda-feira, 14, foi o transporte universitário aos estudantes tatuianos.
Os questionamentos abordaram os serviços oferecidos pela Empresa Rosa e pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) principalmente aos alunos das unidades de Tatuí e de Itapetininga da Fatec (Faculdade de Tecnologia).
Durante a reunião, Eduardo Dade Sallum (PT) lembrou que, no mandato anterior, ele e João Éder Alves Miguel (MDB) “travaram uma luta” para que a EMTU passasse a atender os estudantes tatuianos que cursam universidades de outras cidades da região.
Na tribuna, Sallum relatou que a empresa não estava aceitando o cadastro de novos estudantes, assim como também não cobrindo todas as linhas. “Peço para que a prefeitura dialogue com a EMTU para que todos os estudantes tatuianos sejam contemplados”, solicitou.
Posteriormente, Alves Miguel e Renan Cortez (MDB) revelaram ter participado de reunião com o representante regional da EMTU na semana anterior. Eles disseram que a demora no retorno integral de todos os itinerários está relacionada à aprovação no cadastro dos estudantes.
A O Progresso de Tatuí, Alves Miguel relatou que a EMTU afirmara ser necessária uma demanda de estudantes, justificando a disponibilização de novos ônibus em circulação para atender novas linhas e rotas.
“Desde então, iniciamos uma mobilização entre os estudantes, intensificando em janeiro, para que eles fizessem o cadastro na EMTU e a Rápido Campinas conseguisse colocar mais ônibus para rodar. Já há ônibus indo para Itapetininga à noite, apesar de ainda haver estudantes com pendências cadastrais”, expôs o vereador.
Ele destacou que a EMTU dá gratuidade no valor do transporte se o estudante atender todos os requisitos estabelecidos ou, ao menos, meia tarifa àqueles que não atendem todas as determinações.
Cortez aproveitou para solicitar que o Poder Executivo realizasse um mutirão de apoio aos universitários que não estão conseguindo concluir o cadastro. “Precisamos dar suporte e apoio para que eles consigam operar corretamente e possam atender a população mais rapidamente”, reforçou.
Ainda durante a sessão, o presidente da Casa de Leis, Antonio Marcos de Abreu (PSDB), questionou o motivo de a EMTU deixar os tatuianos que estudam na Fatec de Itapetininga no período da manhã no terminal rodoviário da cidade vizinha, obrigando-os a encontrar outros meios para completarem o trajeto até a faculdade.
“O que custa à EMTU levar por cerca de mais seis quilômetros? Isso já resolveria esse problema. O aluno tem que desembolsar mais R$ 600 para completar esse itinerário”, complementou Abreu.
Alves Miguel, à reportagem, pontuou que, originalmente, o itinerário da EMTU sempre foi de um terminal rodoviário a outro, mas, por solicitação dos estudantes, “adequaram para deixá-los nas universidades”.
Em relação à reclamação de Abreu, Alves Miguel informou serem oito estudantes locais que enfrentam o problema. Contudo, este número de alunos ainda não atende à demanda mínima para flexibilização da rota. “Não conseguimos justificar o aumento da quilometragem rodada por conta da demanda, que é baixa”, disse.
Para a flexibilização da rota, seria preciso “meio ônibus ocupado”, cerca de 20 e poucos alunos. Neste caso, segundo o vereador, os estudantes precisariam recorrer ao transporte universitário, no qual a prefeitura custeava 60% do valor e os alunos, 40%. Inclusive, Sallum questionou se a Empresa Rosa ainda oferece o serviço aos alunos que não são atendidos pela EMTU.
Entretanto, de acordo com Alves Miguel, se houver aumento da demanda, a EMTU tem interesse de disponibilizar mais ônibus aos estudantes.
Segundo ele, a empresa pretende flexibilizar as rotas dentro do município, de acordo com as regiões, para que possam embarcar e desembarcar os alunos o mais próximo possível das respectivas residências.
Sobre a unidade tatuiana da Fatec, Cortez pediu para que a EMTU forneça transporte aos alunos de outras cidades que estudam em Tatuí.
“Já foi feita uma avaliação e há demanda suficiente. Nada mais justo que esses municípios possam ser atendidos, através da EMTU, para potencializar cada vez mais nossa Fatec e Etec (Escola Técnica)”, manifestou-se.
Abreu ainda questionou o fato de as linhas à Fatec de Tatuí terem sido suspensas ao longo da pandemia, mas ainda não terem sido retomadas, apesar do retorno dos estudantes.
Segundo Alves Miguel, a direção da instituição fez um levantamento dos alunos, de acordo com a região onde residem, para ser apresentado na Empresa Rosa e os ônibus possam voltar a ser liberados.
Na segunda sessão ordinária de 2022, os parlamentares apreciaram, discutiram e aprovaram mais de 130 documentos presentes na pauta, composta por 18 indicações, 103 requerimentos e 11 moções.