RAUL VALLERINE
O ignorante que procura se instruir é como um sábio; o sábio que fala e discernimento assemelha-se a um ignorante. (Ali ibn Abi Talib)
Discernimento, com certeza, é algo que precisamos saber cultivar, e saber usar. Assim como é importante saber pesar os prós e os contras, para sempre analisar qual será a melhor atitude a ser tomada, quando a alguma decisão formos chamadas.
Quantas vezes, por agirmos precipitadamente muita coisa teremos a lamentar no futuro. Discernimento, ponderação, e assim poderemos parar para pensar antes de tomar certas decisões importantes.
Bem a propósito, queria citar um pensamento de Brahma Kumaris. Vejam: “Discernimento é o poder que ajuda a distinguir a verdade aparente da verdade real. O valor temporário do valor eterno. O superficial do sutil.
Ele nos capacita a reconhecer armadilhas de ilusões, por mais docemente decoradas e sedutoras que sejam. Com ele, conseguimos ver através dos disfarces e agir com segurança e sabedoria.
Discernimento é a bússola interna que aponta sempre para o rumo correto. Muitas vezes nos vemos diante certas situações aparentemente vantajosas, mas que escondem alguns problemas dentro do pacote.
Se resolvermos, de modo apressado poderemos nos arrepender depois, lamentando a falta de uma melhor análise.
Quando vamos escolher uma carreira a seguir. Muitas vezes optamos por seguir uma carreira que não é exatamente nossa vocação, apenas por um impulso de momento, ou por influência dos pais.
Como resultado vemos maus engenheiros que poderiam ser bons músicos. Não usaram o discernimento ao escolher a carreira. Não souberam distinguir a verdade aparente da verdade real.
Afinal, é o futuro que está em jogo. Não é apenas um momento. Há que se ponderar para escolher um caminho que una o útil ao agradável, ou seja, a real vocação com o êxito profissional.
Por vezes mudamos de emprego, iludidos por uma aparente melhoria, mas que no final das contas vai nos causar grandes aborrecimentos, porque deixamos um emprego de boa estabilidade, por um de ganhos imediatos superiores, mas sem a mesma tranquilidade.
Não soubemos distinguir o valor temporário do eterno. Há que saber analisar situações, e ponderar muito bem antes de trocar o chamado “certo pelo duvidoso”, por mais atraente que nos pareça o duvidoso.
Todas as situações têm suas raízes históricas, seus efeitos presentes e suas implicações futuras. Discernir é considerar as inter-relações de todos os ingredientes de uma situação.
Sem essa perspectiva sou impelido a proteger meus interesses, sou consumido pelo calor do momento, deixo de ver as consequências dos meus atos.
Se usarmos o discernimento, poderemos detectar o que se esconde atrás de armadilhas docemente sedutoras, e saber seguir a bússola que aponta o caminho certo.
Afinal, temos que ver se realmente vale a pena deixar um caminho longamente percorrido por mais excitante que pareça ser a nova vida que se apresenta diante de nós.
Concordando com a exatidão do pensamento de nosso amigo Brahma, e eventualmente tomando uma, só nos resta concluir que é sumamente importante saber usar, e muito bem usado esse tal de discernimento, que poderá nos evitar imensas dores de cabeça no futuro.
Durante toda nossa vida iremos encontrar encruzilhadas, e deveremos saber encontrar o caminho mais adequado para nós, e para escolhe-lo com exatidão, nada melhor do saber a hora de avançar ou de recuar.
Muitas vezes, recuar, não é sinal de covardia, mas sim de bom senso. Saber, enfim, usar o discernimento.
É bem desagradável chegar à conclusão de que fizemos uma grande besteira por não termos sabido analisar corretamente a situação, por não termos pensado com exatidão e discernimento. E agora, com todo discernimento, desejo que todos tenhamos um feliz final de semana!