Da reportagem
Na próxima semana, de segunda-feira a sexta-feira, 26 a 30, a Secretaria Municipal de Educação deverá realizar reuniões para capacitação sanitária de todos os servidores públicos municipais que atuam na pasta. A afirmação é do vice-prefeito e titular da pasta, Miguel Lopes Cardoso Júnior.
A intenção é que todos os funcionários sejam capacitados e orientados sobre os protocolos de biossegurança a serem adotados nas escolas da rede municipal a partir do ensino presencial ainda em meio à pandemia.
Após reunião com a equipe interna da secretaria no dia anterior, sexta-feira da semana passada, 16, Cardoso se encontrou com representantes da Foccus Comércio e Importação de Artigos Educacionais.
A empresa, com sede em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, foi vencedora do pregão presencial e contratada pela prefeitura, pelo valor de R$ 185 mil, para promover o treinamento específico aos servidores da pasta.
O secretário municipal reforçou que a capacitação, com todos os procedimentos e protocolos, será feita para que a pasta possa receber os alunos da forma mais segura possível. “Mais segura, mais carinhosa e mais acolhedora possível”, acrescenta.
Conforme Cardoso, a partir da próxima segunda-feira, 26, serão iniciadas as reuniões com todos os funcionários, divididos em grupos, abordando professores, coordenadores, diretores, monitores, porteiros e auxiliares de serviços gerais.
“Serão todos os segmentos da escola, e cada segmento terá uma reunião específica para tratar sobre esse protocolo de recebimento dos alunos. O treinamento vai englobar todos os funcionários, desde a equipe gestora até os auxiliares de serviços gerais.”, indica.
A capacitação, além dos protocolos sanitários, deverá orientar os servidores sobre como abordar e fazer o diagnóstico dos estudantes em termos psicológicos e emocionais.“É um trabalho muito sério, estamos trabalhando nisso desde o início do ano”, ressalta Cardoso.
No mesmo sentido, ele sustenta haver enorme preocupação com os profissionais. Segundo o secretário, em um primeiro momento, é preciso ter cuidado muito grande com todos os profissionais da secretaria municipal para que, posteriormente, eles possam transferir esse cuidado às crianças.
“Isso mostra o cuidado que temos com a rede de ensino, tanto com os profissionais como com os jovens. Os cuidados são necessários neste momento tão difícil, e precisamos acolhê-los da melhor forma possível”, completa o titular.
Enquanto os estudantes não retornam às escolas para as aulas presenciais, os trabalhos e atividades educacionais da rede municipal são realizados à distância, utilizando-se os recursos tecnológicos disponibilizados pela pasta, nos mesmos moldes já instituídos desde o início da suspensão das aulas.
As atividades presenciais foram suspensas em toda a rede de ensino no dia 23 de março de 2020 e, desde 13 de abril, a secretaria usa o programa “Escolariza”, uma plataforma digital para oferecer conteúdo didático em ambiente virtual, por meio do www.escolariza.com.br.
Este método continuará a ser utilizado na educação infantil, no ensino fundamental e na EJA até o ensino voltar a ser totalmente presencial – ainda sem previsão devido à pandemia do novo coronavírus.
A plataforma faz parte do programa “Escola Interligada”, usada pela pasta, desde 2017, para gestão de nota e frequência dos alunos, reuniões e encaminhamentos, entre outras funções.
O ensino se dá na base de atividades interativas, e inicialmente correspondia a um complemento do material já estudado em sala. Mas, atualmente, são disponibilizados conteúdos novos, dando sequência ao aprendizado.
No período de aulas, o conteúdo pode ser acessado por celular, tablet, notebook ou computador. Já os alunos que não têm acesso à internet solicitam as aulas impressas na unidade em que estão matriculados, em horários e dias combinados entre as escolas e os pais ou responsáveis.
O mesmo ocorreu com a educação infantil. A equipe da secretaria também disponibilizou, nas páginas oficiais do Facebook e do Instagram, atividades para auxiliar as famílias a passarem pelo período de quarentena.
Desta forma, as famílias com crianças matriculadas na rede municipal receberam conteúdo e “puderam continuar a estimular o aprendizado e o desenvolvimento das crianças através das brincadeiras, livros digitais e atividades lúdicas divulgadas”.
As atividades virtuais ainda devem ajudar os estudantes a conseguirem atingir o número de horas exigido pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e, com isso, não terem prejuízo no ano letivo.
A LDB exige o cumprimento de, no mínimo, 200 dias letivos e 800 horas para o ensino fundamental nas etapas I e II, com carga horária de 25 horas semanais. Para a educação infantil, não há obrigatoriedade de 800 horas, e as escolas têm carga semanal de 20 horas.
“Os alunos não estão sem aulas, mas estamos sendo muito cuidadosos com a volta”, reafirma. “Aguardamos, pelo menos, entrarmos na fase laranja do ‘Plano SP’ para pensarmos no retorno”, informou Cardoso.
Pelo decreto municipal 21.243, de 12 de abril de 2021, a prefeita Maria José Vieira de Camargo manteve a suspensão das aulas presenciais na rede pública municipal.
Em contrapartida, o documento permitiu o retorno das escolas estaduais e particulares, seguindo as regras estabelecidas pelo decreto estadual 65.384, de 17 de dezembro de 2020.