Juventus da Mooca





Mooca é um bairro da zona leste da cidade de São Paulo. Ocupa uma área de sete quilômetros quadrados com uma população de 65 mil habitantes. É, atualmente, um bairro completo e autônomo, conservando características residenciais, sem, contudo deixar de ter infraestrutura moderna. Não deixou de ser um lugar alegre, acolhedor e apaixonante.

A primeira vez que se falou do bairro, onde apareceu o nome Mooca, diz a história, ocorreu numa referência em 1605. Acredita-se que a palavra vem da curiosidade dos índios, os primeiros moradores na região, os Guaianazes (daí o nome de outro bairro das imediações). Ao perceberem os habitantes brancos construindo suas casas, ou seja, um tupi-guarani Moo=faz, Oca=casa, outras versões, porém, existem sobre o real significado do nome do bairro.

Símbolo da intensa imigração italiana no bairro, a partir do final do século 19, o Clube Atlético Juventus foi fundado em 20 de abril de 1924, por operários do Cotonifício (fabricação de tecidos e linhas de algodão) Rodolfo Crespi, de família originária de Turim. Daí, Juventus no nome e Torino na cor grená, tradicional da camisa.

A história do Juventus, podemos ver, se confunde com a história de imigração italiana na cidade. E, também, com o crescimento de São Paulo, que se tornou uma das mais importantes do mundo.

Juventus que por suas “travessuras” nos anos 1950 e 1960 tirando pontos preciosos dos clubes grandes recebeu o carinhoso cognome que o acompanha: “Moleque Travesso”.

Uma interessante característica do clube é a de sempre contratar jogadores consagrados e vitoriosos de outros clubes. Alguns exemplos de craques que envergaram a camisa grená da Mooca: Luisinho, Rafael e Baltazar, do Corinthians; Oberdã Catani e Rodrigues, do Palmeiras, entre outros.

A foto de 1962 mostra bem isso. Em pé, estão: Diógenes, Poças, Milton Buzzeto, Claudinei, Clóvis e Sidney. Agachados: Buzone Pinga (ex-Portuguesa e Vasco), Quarentinha (ex-América do Rio de Janeiro), Jair Francisco, (ex-Fluminense) e Gelson (ex-Corinthians).

Outro dia fui rever a querida Mooca em um domingo de futebol no acanhado, porém acolhedor, estádio da rua Javari. O Juventus lutando na série B, venceu sem dificuldades o Grêmio Osasco, num jogo com poucas emoções.

Porém, me surpreendi com a torcida fiel juventina, sempre empurrando o “Moleque” com entusiasmo. História bonita de um bairro charmoso e de um clube de futebol não menos querido e admirado.

NOTA: As fotos são do arquivo pessoal do autor, que data de 50 anos. Ele, como colecionador e historiador do futebol, mantém um acervo não somente de fotos, mas de figurinhas, álbuns, revistas, recortes e dados importantes e registros inéditos e curiosos do futebol, sem nenhuma relação como os sites que proliferam sobre o assunto na rede de computadores da atualidade.