Da redação
A taxa de ocupação de UTI (unidade de terapia intensiva) da Santa Casa de Misericórdia disparou neste fim de semana. O número de ocupação de leitos clínicos destinados a pessoas infectadas também subiu, conforme dados divulgados pela prefeitura.
Na segunda-feira, 5, a Santa Casa registrou ocupação de 250% de leitos de UTI para atender pacientes com quadro grave de coronavírus. De acordo com a prefeitura, o setor tem capacidade para dez leitos especializados e dedicados exclusivamente para tratar a doença. Entretanto, para dar conta da demanda, o número de vagas precisou ser ampliado para receber mais 15 pacientes.
Além do setor intensivo, o hospital conta com setor clínico para tratamento da Covid-19, que também está sobrecarregado. Os leitos clínicos são destinados a pacientes que precisam de acompanhamento médico para se recuperar, mas não apresentam quadro evolutivo grave a ponto de serem internados em UTI.
Frente aos números, a Santa Casa precisou ampliar as vagas também nesse setor. De 22, os leitos subiram para 54, elevando com isso a taxa de ocupação para 245%.
Esses são os maiores percentuais de ocupações já registrados pelo hospital desde o registro da primeira confirmação de infecção pelo coronavírus, na cidade, em 20 de março do ano passado. As taxas de ocupação, no entanto, já chegaram a 100% ainda em 2020. Mas a demanda ultrapassou os 100% neste ano, acompanhando o período caracterizado como segunda onda do contágio da Covid-19. A primeira onda teve início no terceiro trimestre do ano passado.
Os dados divulgados pela secretaria e publicados por O Progresso no decorrer do acompanhamento da evolução da doença apontam uma crescente, tanto no contágio quanto na ocupação hospitalar. A UTI da Santa Casa foi o primeiro setor a ficar sobrecarregado, com a alta seguida dos leitos clínicos.
Neste ano, a Secretaria Municipal de Saúde comunicou a ocupação de todos os leitos de unidade de terapia intensiva da Santa Casa já no mês de janeiro. Na época, a UTI tinha capacidade para atender 14 pessoas, entre casos confirmados e suspeitos. Nos leitos clínicos, a ocupação era de 54,4%, ou seja, de 12 pacientes.
No mês seguinte, em fevereiro, os leitos clínicos atingiram 100% de ocupação. O número de pacientes internados no setor atingiu o patamar máximo pela primeira vez no mês no dia 9, com 22 pessoas recebendo cuidados específicos. Na unidade de terapia intensiva, houve queda de 15% na lotação, com 12 pessoas atendidas. A UTI registrou, na data, ocupação de 85% dos leitos.
Para manter o sistema em funcionamento, a prefeitura recebeu no mês passado, crédito adicional especial, no valor de R$ 1.440.000,00, do governo estadual. O recurso, que precisou ser aprovado pela Câmara Municipal, será empregado nas ações de enfrentamento ao coronavírus, o que inclui implantação de leitos de UTI e de clínica médica, mas não somente isso.
De acordo com os vereadores, o recurso é para ser utilizado também na compra de medicamentos, de gases medicinais, exames laboratoriais (tomografia e outros exames de imagem), em equipamentos e até mesmo no custeio de tratamento de hemodiálise. Após o período de internação, pacientes da UTI podem apresentar complicações renais, por conta da medicação. Nesses casos, findo o prazo de transmissibilidade, eles são submetidos a diálise.
O recurso também é empregado para pagar profissionais da saúde, como médicos e fisioterapeutas, e na compra de EPIs (equipamentos de proteção individual).