Da reportagem
A arquiteta e urbanista tatuiana Maíra de Camargo Barros deve lançar ainda no primeiro semestre deste ano um livro – ainda sem título – focado no histórico e no projeto arquitetônico do complexo São Martinho.
Graduada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e especialista em gestão de obras de conservação e restauro do patrimônio cultural pelo Ceci (Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada), atualmente, Maíra é mestranda do programa de pós-graduação em história na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
No município, a arquiteta e urbanista atuou como presidente do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de Tatuí), no biênio 2018/2019, no qual ainda atua como conselheira.
Maíra estuda o conjunto arquitetônico do complexo São Martinho há mais de 13 anos. Tudo começou em 2008, quando ela ainda era aluna da Unicamp, a partir de uma iniciação científica focada no complexo fabril.
Desde então, a arquiteta tem reunido materiais acerca da unidade. Em 2010, as pesquisas serviram para o desenvolvimento de um projeto de restauro da fábrica, como trabalho final da graduação.
O tema ainda rendeu artigos para congressos e outros materiais publicados e disponibilizados virtualmente que, no momento, são fontes de pesquisa para estudantes de arquitetura e para pessoas interessadas no histórico do complexo.
“Percebi que as pessoas tinham muito interesse sobre o assunto. Está disponível na internet, então, as pessoas procuravam sobre a fábrica, encontravam o material já publicado e me procuraram pedindo mais. Daí surgiu a ideia do livro publicado”, contou.
Em 2019, o projeto de publicação foi inscrito e acabou premiado em edital do Proac (Programa de Ação Cultural), mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do governo do estado de São Paulo. Com a premiação, mil exemplares da obra serão financiados pelo programa.
“A ideia é trazer um compilado deste material que eu tenho pesquisado e também coisas novas. Por conta do Condephat e tudo mais, acabei conhecendo pessoas que me trouxeram mais informações, e fui acumulando mais conteúdo”, descreveu.
Segundo Maíra, a abordagem do livro é voltada à área arquitetônica do complexo, com detalhes da planta desde o início das primeiras construções até a configuração atual e metragem quadrada de cada área.
“Acho que é uma curiosidade que as pessoas têm, e que outros materiais sobre a fábrica acabam não trazendo. Foquei em fazer uma coisa nova, mas voltado ao patrimônio arquitetônico mesmo”, afirmou a autora.
O livro ainda está em fase de confecção. Conforme Maíra, a intenção é realizar uma cerimônia presencial para o lançamento, dependendo da situação da pandemia do novo coronavírus e ainda sem data definida.