Da redação
A prefeitura de Tatuí divulgou na tarde de segunda-feira, 18, o Plano Municipal de Imunização contra a Covid-19. Conforme anunciado, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda apenas a chegada das doses, que serão encaminhadas ao município pelo Instituto Butantan, para iniciar a vacinação.
Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, a previsão é de que a primeira fase de vacinação ocorra entre 25 de janeiro e 28 de março, mas a data pode ser antecipada caso as vacinas sejam entregues antes do previsto.
A Anvisa aprovou no domingo, 17, o uso emergencial da vacina Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech, e da vacina produzida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca.
A aprovação em caráter emergencial foi garantida por unanimidade. Os cinco diretores que compõem a diretoria colegiada da agência votaram a favor do uso emergencial. É a primeira vez que a agência concede a autorização para uso emergencial de imunizantes.
Nos votos, os diretores ressaltaram que a aprovação “se faz necessária diante de um cenário grave da pandemia do novo coronavírus, em que não há alternativa terapêutica para prevenir ou tratar a Covid-19”.
Com a aprovação, o Ministério da Saúde fez na segunda-feira, 18, a entrega simbólica de mais de 4,6 milhões de doses da Coronavac aos estados para a vacinação contra o novo coronavírus.
O estudo clínico para a produção do imunizante, com 12,4 profissionais, apontou proteção total da Coronavac aos sintomas severos da Covid-19 e de 78% de eficiência contra casos leves da doença.
Já no estudo global da vacina, que indica qual a parcela dos que não devem desenvolver a doença a partir do imunizante, a porcentagem chegou a 50,38%.
Além da Coronavac, a pasta aguarda a chegada de 2 milhões de doses da vacina de Oxford, que estão sendo produzidas na Índia, também já aprovadas para uso emergencial pela Anvisa, para ser incorporada à primeira fase de vacinação.
No estado de São Paulo, a imunização começou ainda no domingo, com a aplicação da Coronavac, minutos após a aprovação pela Anvisa. Somente no primeiro dia, foram vacinadas 112 pessoas.
Na segunda-feira, 18, seis hospitais de referência do estado receberam as doses: o Hospitais das Clínicas (da USP da capital e de Ribeirão Preto), o de Campinas (Unicamp), o de Botucatu (Unesp), o de Marília (Famema) e o Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).
Segundo anunciado pelo governo, a partir desta terça-feira, 19, grades de vacinas e insumos seriam enviados a outros polos regionais para redistribuição às prefeituras do interior paulista. O cronograma da campanha estabelece cinco etapas de vacinação.
De acordo com a secretária municipal da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, nesta primeira fase,a previsão é de que 22.114 pessoas sejam imunizadas em Tatuí, com a aplicação de 44.228 doses.
A prioridade é vacinar profissionais da Saúde (4.644), os quais devem receber a primeira dose já no dia 25 e a segunda, no dia 15 de fevereiro (caso as doses sejam entregues no dia 25 de janeiro).
A partir do dia 8 de fevereiro, receberão a primeira dose do imunizante os idosos com 75 anos ou mais (4.309). Eles receberão a segunda dose no dia 1º de março. Idosos entre 70 e 74 anos recebem a primeira dose no dia 15 de fevereiro, com reforço no dia 8 de março (3.330).
Em seguida, no dia 22 de fevereiro, serão imunizadas as pessoas entre 65 e 69 anos, com reforço em 15 de março (4.298).
Já os idosos entre 60 e 64 anos serão atendidos no dia 1º de março, com reforço no dia 22 de março (5.533). Além desse público inicial, pode haver eventuais quilombolas ou indígenas (não há registros deste público no município).
A cidade disponibilizará doses em cinco pontos de vacinação, sendo quatro com atendimento de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h: ESF “Othoniel Cerqueira Luz”, na CDHU; ESF “Roseli de Oliveira Camargo”, no Jardim Santa Rita de Cássia; ESF “Mesquita Tibellio Mota”, Jardins de Tatuí; e UBS “Dr. Almiro dos Reis”, vila Dr. Laurindo.
Ainda acontecerá vacinação naunidade básica de saúde “Dr. Aniz Boneder”, na área central, com atendimento em horário estendido, das 8h às 21h, de segunda-feira a sexta-feira, e aos sábados e domingos, das 8h às 16h.
Todas as unidades atenderão também no sistema “drivethru”, mas apenas para os cidadãos com dificuldades de locomoção.
Conforme Tirza,para receber as doses, o munícipe deve pertencer aos grupos prioritários. A aplicação da vacina seguirá as normativas estabelecidas no Plano São Paulo de Imunização.
Como a vacina terá registro nominal no cadastro próprio do Ministério da Saúde, haverá necessidade de apresentação do Cartão SUS (Sistema Único de Saúde), um documento com foto e a carteira de vacinação, para o registro no prontuário eletrônico do paciente.
“Caso o cidadão não possua a carteira de vacinação, receberá um comprovante da primeira dose, que obrigatoriamente deve ser apresentado para a aplicação da segunda dose”, informa a secretária.
No caso dos profissionais de saúde, ainda será necessária a apresentação de um comprovante da atividade laboral (do registro no conselho de classe, crachá, carteira de trabalho, holerite ou contrato de trabalho).
Os trabalhadores que não possuem registro na carteira de trabalho, como cuidadores de idosos, devem apresentar uma declaração de trabalho redigida pelo responsável direto do paciente, contendo: nome, documento (RG e CPF), endereço e contato telefônico do paciente e do funcionário.
O profissional e o empregador são responsáveis pela veracidade da declaração, ficando sujeitos à visita da assistente social e a penalizações.
Para a vacinação, serão considerados os profissionais que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância em saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios ou outros locais.
Desta maneira, serão contemplados médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos, veterinários e respectivos técnicos e auxiliares.
Também estão incluídos os trabalhadores de apoio, como recepcionistas, segurança, auxiliar de limpeza, cozinheiro e auxiliares, motorista de ambulância e outros que trabalham nos serviços de saúde.
Incluem-se, ainda, os profissionais que atuam em cuidados domiciliares, como cuidadores de idosos e doulas/parteiras, bem como os do sistema funerário e demais que conduzem o processo de enterro e que tenham contato com cadáveres/covas potencialmente contaminados.
Os imunodeprimidos ativos na área de saúde, seguidos de autorização médica, também fazem parte da primeira fase de vacinação.
Para os estudantes da área de saúde, somente os que estão em fase de estágio irão receber a vacina na primeira fase. Para tanto, deverão apresentar um comprovante emitido pela instituição de ensino.
Aposentados pela Saúde, fora das atribuições, deverão aguardar a fase de acordo com a idade, seguindo o protocolo de vacinação.
Sobre as contraindicações, a secretária explica não ser possível estabelecer uma lista completa, por não existir registro para uso da vacina do país.
No entanto, salienta que, considerando os ensaios clínicos em andamento e os critérios de exclusão utilizados nos estudos, há algumas contraindicações prováveis.
Entre estas, as que envolvem pessoas menores de 18 anos (o limite de faixa etária pode variar para cada vacina, de acordo com a bula), gestantes e os que já apresentaram reação anafilática confirmada a uma dose anterior de alguma vacina contra Covid-19 ou a qualquer componente da dela.
Segundo a secretária, pessoas no período ativo da doença devem adiar a vacinação até o fim do isolamento, para evitar confusão com outros diagnósticos.
Para as pessoas que apresentem sintomas,a orientação é, antes de tomar a vacina, procurar o serviço de saúde para atendimento, avaliação e conduta médica, e, posteriormente, realizar a vacinação, em caso de resultado negativo.
Nos casos de resultado positivo, deve-se seguir as orientações comuns a todos. Se o paciente não realizar exame, após dez dias dos primeiros sintomas ese não mais apresentá-los, poderá receber a vacina.
Caso o paciente apresente algum sintoma pós-vacina, deverá ir ao “gripário”, acompanhado obrigatoriamente do comprovante de vacinação e seguir o protocolo (triagem, avaliação, atendimento médico, conduta). Então, será encaminhado à Vigilância Epidemiológica, através de receituário ou outros meios viáveis.
O serviço de atendimento ficará encarregado, também, de fazer uma notificação à parte e encaminhar à Vigilância Epidemiológica, para que em casos de “desvio do fluxo”, a VE possa entrar em contato com o indivíduo, para as devidas providências.
Conforme o plano de ação tatuiano para a imunização, com o intuito de evitar aglomerações, bem como filas nos postos de vacinação, invasão de outros grupos populacionais e de outras localidades, será designado um profissional para a triagem das pessoas e entrega de senhas de atendimento.
Também está previsto apoio de profissionais da segurança pública, no local e em rondas, em todos os locais de aplicação, além de equipe de vacinação para acamados e em sistema “drivethru”.
O SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar) terá um roteiro específico para atender os pacientes cadastrados, que receberão as doses seguindo os critérios de faixa etária e cronograma do plano de São Paulo. Para tanto, a família receberá as orientações e será avisada previamente.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica ficará responsável pelo controle e entrega dos insumos específicos para atender essa população.
Para a distribuição das doses e dos insumos, serão utilizados dois carros, diariamente, que seguirão para os postos de vacinação indicados, sempre acompanhados por uma viatura da Guarda Civil Municipal.
A segunda fase de vacinação ainda está em definição pelo Ministério da Saúde. Conforme anunciado pelo governo do estado, a campanha de imunização será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal. À medida que o MS viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e os públicos-alvo da campanha serão divulgados.
A secretária ainda aponta que a vacina utilizada possui eficácia de 50,38% após 15 dias de aplicação da segunda dose. Portanto, os cuidados sanitários ainda devem ser seguidos após a aplicação da vacina.
“Para qualquer dúvida a ser sanada, tanto para munícipes quanto para os profissionais, a equipe da Vigilância Epidemiológica de Tatuí estará à disposição, pelo 3259-6358, ou na travessa Monsenhor Magaldi, 296, centro”, conclui a secretária.