Da reportagem
Em 2020, o projeto social “Bom de Bola, 10 na Escola” permaneceu por quase sete meses sem atividades presenciais, em virtude da pandemia. Após a virada de ano, Diego Barros, ex-jogador profissional de futebol e idealizador do projeto, garante estar com a “expectativa acumulada” para 2021.
“Em 2020, tínhamos a pretensão de trabalharmos bastante e buscar a evolução dos meninos, mas essa expectativa acumulou toda para 2021. Sabemos que ainda dependemos de vacinas para controlar a pandemia, mas a expectativa é a melhor possível”, garante o treinador.
Os treinamentos presenciais no estádio “Professor José Simeão Sobral”, na vila Jurema, e na Arena Society, foram paralisados em meados de março, mas Barros utilizou uma plataforma online para manter os pequenos atletas ativos, apesar de estarem nas respectivas residências.
Utilizando a plataforma “Zoom” e transmissões ao vivo, via redes sociais, Barros possibilitou, por meio de celulares e computadores, que os atletas do Bom de Bola pudessem realizar treinamentos ministrados por diferentes profissionais, em meio à quarentena.
Durante esse período, a agremiação não pode competir em campeonatos municipais, como a 6ª Copa Tatuí de Futsal para Menores, a 8ª Copa Craque do Futuro, e regionais, além da Taça Band de Futebol de Base 2020, considerado o “principal torneio da temporada”.
A retomada dos treinamentos presenciais, tanto na vila Jurema como na Arena Society, ocorreu no início do mês de outubro, após flexibilizações dos decretos estadual e municipal e com adoções de protocolos de segurança.
Barros conta ter sido necessária a disponibilização de álcool em gel, o uso de termômetros para aferição de temperatura e de tapete de sanitização para desinfectar os pés, além de mais opções de horários de treinos para dividir os atletas em números menores. “Todos os cuidados que eram necessários, nós procuramos estar bastante atentos durante o retorno”, destaca.
Contudo, apesar do planejamento elaborado para o retorno, ele revela ter tido dificuldades para a divisão dos garotos, pois o Bom de Bola recebeu grande volume de atletas no último trimestre do ano passado. “Não imaginávamos receber um número tão elevado de garotos nestes últimos três meses”, reconhece.
Conforme Barros, por conta do volume, o planejamento teve de ser readequado, com a criação de uma lista com a temperatura dos atletas a cada atividade e a montagem de uma programação para a semana toda.
Um determinado número de jogadores, de acordo com a idade, treinava às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, enquanto os outros, realizavam as atividades nas terças-feiras e quintas-feiras.
“Nós devemos permanecer com esse organograma de horários, porque sentimos progresso nesse formato”, adianta Barros.
Durante o mês de novembro, o Bom de Bola participou de amistosos “em casa”, no estádio “Menotti de Campos”, do Santa Cruz, e em Sorocaba, Tietê e Boituva, pelas categorias sub-8, sub-9, sub-10, sub-11, sub-12, sub-14, sub-15 e sub-17.
Em quatro partidas disputadas entre 21 e 22 de novembro, a equipe conquistou quatro vitórias, marcando 20 gols e sofrendo apenas um. No final de semana seguinte, em sete amistosos, foram quatro triunfos, dois empates e uma derrota, com 27 tentos anotados e 11 sofridos.
Ainda durante novembro, um dos treinos do Bom de Bola recebeu a visita de observadores do Trieste Futebol Clube, núcleo de captação de atletas do Clube de Regatas do Flamengo.
Na oportunidade, o goleiro Marcus, da sub-11, o zagueiro João, da sub-14, o lateral-direito Kauã, da sub-10, os meio-campistas Rafinha e Miguel, da sub-9, e o atacante Alemão, também da sub-9, foram selecionados para uma nova avaliação em Curitiba (PR).
Nesta segunda-feira, 11, Miguel, Rafinha e Alemão, acompanhados dos respectivos responsáveis, devem embarcar para uma etapa de treinamentos a sede do Trieste. Barros também irá à capital paranaense para passar por período de estágio.
Ele afirma ter tido uma grata surpresa no desempenho dos atletas nas partidas e na avaliação, assim como o volume de novos interessados em integrar o Bom de Bola.
Barros organizou uma pequena confraternização no último treino de 2020, ocorrido dia 15 de dezembro, o qual reuniu, ao longo do dia, cerca de 160 crianças.
“Foi um ano difícil e não podemos dizer que terminamos felizes, porque tivemos muitos prejuízos durante a pandemia, com vidas, com crise, falência de empresas, falta de empregos e outras situações”, reconhece.
“Porém, dentro do nosso trabalho, terminamos até que de certa forma satisfeitos com o número de crianças e com as atividades que realizamos no final de 2020. Isso nos alegrou bastante e nos motivou a nos acostumarmos com este ‘novo normal’”, concluiu Barros.