Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa - Cremesp 34708 *
O Ministério da Saúde divulgou neste dia 16 de dezembro, oficialmente, o plano nacional de imunização contra Covid-19. No documento, o governo diz que prevê a distribuição das doses em todo o território brasileiro, mas não dá uma data para início da imunização porque ainda não há, no país, nenhuma vacina aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Esta é a situação de quase todos os países da América Latina. Na região, só o México, dia 11, e o Chile, dia 16, aprovaram a vacina da Pfizer/BioNTech. Nenhum dos dois iniciou a vacinação ainda.
O resto dos países latinos segue aguardando uma aprovação — parte deles espera os resultados da CoronaVac, produzida pela chinesa Sinovac com o Instituto Butantan, no Brasil.
O Canadá, Estados Unidos e Reino Unido já começaram a vacinação com a Pfizer/BioNTech. A Arábia Saudita, Bahrein e Singapura também já aprovaram o imunizante e devem iniciar as campanhas de vacinação neste ano ainda.
Além do Brasil, Indonésia e Turquia aguardam os resultados da terceira fase de testes da CoronaVac para iniciar a vacinação em massa. A China também não aprovou ainda a vacina da Sinovac, mas já começou a imunizar seus profissionais de saúde emergencialmente com a estatal Sinopharm.
Devemos lembrar que a pandemia ainda está longe de acabar. É certo que, com o isolamento social desde fevereiro/março até agora, o mês de dezembro, muitas pessoas se cansaram de ficar em casa e fazer os procedimentos necessários (como o uso de álcool gel, distanciamento das pessoas, uso de máscara facial, evitando aglomerações) e já estão mais soltas, muitas não mais fazendo os procedimentos obrigatórios para anular a contaminação, e principalmente os jovens voltaram para as baladas, bares, festas, aglomerações.
Isso tem aumentado novamente a contaminação pela Covid-19. Lembrar que nós até podemos estar “cansados” do vírus, mas uma coisa é certa e cristalina, como a água: “o vírus não se ‘cansou’ de nós e continua contaminando e matando”.
É preciso continuar com todos os procedimentos já amplamente conhecidos por todos e divulgados por toda a mídia, até termos certeza de que, uma vez recebendo a futura vacina, nós estaremos imunizados contra esse terrível vírus.
Na semana passada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que não é possível prever quando, e se, o novo coronavírus (Sars-CoV-2) vai desaparecer, afirmando ainda que ele pode se tornar endêmico – igual a outros vírus, como o HIV.
“É importante colocar isso sobre a mesa. Esse vírus pode se tornar mais um vírus endêmico em nossa comunidade e pode nunca desaparecer. O HIV nunca desapareceu”. “Encontramos as terapias e as pessoas não têm mais o mesmo medo”, disse Mike Ryan, especialista em emergências da OMS, durante entrevista.
Fonte: https://www.uol.com.br/
* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e diretor clínico da Alergoclin Cevac – Clínica de Vacinação Humana em Tatuí.