Da reportagem
Tatuí fechou o quarto mês seguido com saldo de empregos positivo desde a chegada da pandemia do novo coronavírus. Segundo dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) na quinta-feira, 29 de outubro, 358 novos postos de trabalho formal foram abertos em setembro.
Conforme o órgão da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, o resultado, decorrente de 978 admissões e 620 demissões, é o melhor para o mês de setembro desde 2010 – naquele ano, o município criou 400 vagas.
O volume representa acréscimo de 3,71% nas contratações com carteira assinada e aumento de 28,09% nos desligamentos em relação a agosto. No oitavo mês, o município gerou 459 postos de trabalho, com 943 contratações e 484 desligamentos.
Em julho, o saldo líquido foi positivo em cem vagas, resultado de 549 contratações e 449 desligamentos. Em junho, 91 vagas foram criadas, com 528 admissões para 437 demissões. Os piores meses para o Caged na pandemia foram abril, com perda de 590 vagas, e maio, com a demissão líquida de 692 trabalhadores.
Para Gustavo Grando, diretor do Cate (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) e coordenador do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), o resultado já era esperado devido à procura por mão de obra ocorrida no órgão em setembro.
Nesse mês, quatro dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais. A estatística foi liderada pelo comércio, com a abertura de 189 vagas, advindas de 413 admissões e 224 desligamentos.
A atividade comercial é a terceira maior empregadora do município, com o estoque de 6.371 funcionários, 24,87% do total. O Caged aponta ter 25.613 trabalhadores no mercado formal, com carteira assinada.
Entre os subsetores, o comércio por atacado (exceto recuperação de veículos automotores e motocicletas) aparece no topo, com mais 166 vagas, advindas de 184 contratações para 18 demissões.
Em seguida, vem o comércio varejista, com a geração de 16 novos postos – resultado de 207 admissões para 191 desligamentos – e, por último, o comércio de recuperação de veículos automotores e motocicletas, com mais sete vagas, advindas de 22 contratações para 15 demissões.
“Já esperávamos essa melhora no setor do comércio pela procura que tivemos no PAT e, principalmente, pelas contratações da rede atacadista Spani, já que uma parte delas foi contabilizada no nono mês”, opinou.
Com 93 novos postos, o setor industrial aparece em segundo lugar – o resultado advém de 241 admissões e 148 demissões. A atividade é a segunda maior do município, contando com 8.336 funcionários formalizados na categoria. O número representa 32,54% do total de 2020.
A indústria de transformação foi responsável por 232 contratações e 136 desligamentos, resultando em 96 novas vagas, enquanto nove admissões e sete demissões ocorreram na indústria de extrativas.
Em terceiro lugar, está o setor de serviços, com 63 postos de trabalho gerados em setembro – resultado de 273 admissões para 208 demissões. A atividade econômica é a maior empregadora da cidade e concentra 33,67% do estoque de empregos, com 8.626 trabalhadores.
Na análise entre os subsetores, o relatório mostra os serviços de transporte, armazenagem e correios em primeiro lugar. Foram 62 vagas geradas, advindas de 125 contratações e 63 desligamentos.
Em seguida, aparecem os serviços de informação, comunicação e atividades financeiras (imobiliárias e administrativas), com mais 27 postos; outros tipos de serviços (mais cinco); e serviços domésticos (mais um).
Fecharam o mês com saldo negativo os serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (menos 20); e alojamento e alimentação (menos dez).
Na quarta posição dos que mais empregaram em setembro, está a construção civil. O setor abriu 14 vagas de emprego formal – resultado de 37 contratações e 23 desligamentos. A atividade concentra 3,08% da mão de obra contratada no município, com um total de 789 trabalhadores formalizados.
O setor de construção de obras e infraestrutura gerou 11 novas vagas, com 15 contratações e quatro desligamentos. Na área de serviços especializados, foram quatro novas vagas. Já a atividade de construção de edifícios fechou oito postos.
Completa a lista a agropecuária. O grupo, que abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, foi o único a obter saldo negativo em setembro, com 14 admissões e 17 desligamentos (menos três postos).
A atividade é a quarta maior contratadora e concentra 5,82% do estoque de empregos deste ano, com 1.491 funcionários formalizados.
Saldo em 2020
No acumulado do ano, no entanto, o mercado de trabalho continua sentindo o impacto da pandemia. De janeiro a setembro, foram fechadas 29 vagas – resultado de 6.506 admissões e 6.535 desligamentos.
Em janeiro, 18 postos de trabalho acabaram fechados na cidade, com 937 contratações e 955 desligamentos. Em fevereiro, os números subiram, e 242 novas vagas foram geradas, advindas de 1.045 admissões e 803 demissões.
A tendência de saldo positivo foi mantida em março, com mais cinco postos de trabalho. Contudo, a queda no número de contratações e a alta das demissões em abril e maio contribuíram para que o saldo permanecesse negativo no acumulado dos nove meses do ano.
Na soma dos de janeiro a setembro, três setores fecharam com saldo positivo: serviços, com a geração de 172 novas vagas, agropecuária, com mais 61 postos, e indústria, com mais 21. Os outros dois setores analisados tiveram baixa: comércio (menos 203) e construção (80).
Ainda segundo o levantamento, comparadas aos primeiros nove meses de 2019, as admissões caíram 6,13% e as demissões subiram 0,58%. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
O resultado positivo da retomada econômica refletiu-se em todas as regiões brasileiras.O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 128.094 novos postos, seguido pelo Nordeste, com 85.336 postos criados, e pelo Sul, com mais 60.319 postos. O Norte abriu 20.640 postos de trabalho, e o Centro-Oeste criou 19.194 postos formais em setembro.
Na divisão por unidades da Federação, a criação de empregos disseminou-se pelo país. Todos os estados e o Distrito Federal abriram postos com carteira assinada em setembro.
As maiores variações positivas ocorreram em São Paulo, com a abertura de 75.706 postos; Minas Gerais, 36.505 postos; e Santa Catarina, 24.827 postos. Os três estados que menos criam postos de trabalho foram Amapá, 450 vagas; Acre, 577; e Roraima, 1.101.
Para os próximos meses, Grando disse ter expectativa de continuidade do saldo positivo. Segundo ele, a procura por mão de obra, por meio do PAT, aumentou.
“Nosso objetivo é terminar o ano de 2020 com saldo positivo. Com o resultado de setembro, conseguimos reduzir o saldo negativo do acumulado do ano e estamos em busca de um bom saldo nos meses de outubro, novembro e dezembro”, concluiu Grando.