Da redação
O 7o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) recebeu destaque na semana passada após a prisão de um homem de 36 anos e a advogada dele, acusados de corrupção ativa, na Mooca, em São Paulo. O tatuiano Rafael Cresciulo Camargo, segundo-sargento da Polícia Militar, participou da ocorrência.
De acordo com a PM, na quarta-feira da semana passada, 16, por volta das 12h, equipes do Baep Rocam (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas) faziam patrulhamento quando, na avenida Alcântara Machado, notaram que o motorista de um carro preto, Nissan, modelo Versa, demonstrou “nervosismo”, sendo abordado.
Conforme a PM, em busca pessoal, nada de ilícito foi encontrado com ele, porém, em revista veicular, os agentes encontraram ferramentas de arrombamento. Em pesquisa ao sistema “Detecta”, os policiais souberam que o veículo havia sido usado em um furto qualificado, no dia anterior, no furto de R$ 150 mil e aparelhos eletrônicos de uma casa em Presidente Prudente.
Questionado sobre o crime, segundo a PM, o sujeito confessou e ofereceu R$ 50 mil para que os policiais o liberassem já no local. No entanto, recebeu voz de prisão por corrupção ativa, sendo encaminhado ao 8º Distrito Policial de São Paulo.
Posteriormente, conforme a PM, os agentes se deslocaram a um comércio de familiares do indivíduo, sendo recebidos por uma mulher que se apresentou como advogada dele.
Em troca da liberdade do sujeito, ela ofereceu e entregou R$ 44,9 mil aos policiais, em notas de R$ 100, vindo a também receber voz de prisão pela tentativa de suborno.
Ainda de acordo com a PM, no 8º DP, o acusado, identificado como Alexandre Bernardo Pinheiro, acabou indiciado e permaneceu à disposição da Justiça, enquanto a advogada foi liberada e responderá em liberdade.
Além da veiculação em diversas mídias, a ocorrência repercutiu na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), por meio do deputado estadual Coronel Telhada (PP), e na Câmara Municipal de Tatuí, pelo vereador João Éder Alves Miguel (MDB).
Em reunião na quinta-feira, 17, o deputado estadual parabenizou a atuação dos PMs do 7º Baep. “No Brasil de hoje, onde pessoas se corrompem por R$ 100, R$ 1.000 ou por cargos, esses policiais militares não aceitaram essa corrupção, porque são dignos do fardamento que eles usam”, destacou.
Nesta semana, em sessão ordinária na Câmara Municipal, Alves Miguel protocolou moção de aplausos e congratulações ao segundo-sargento tatuiano.
“Em um país que convive com tanta corrupção, em todos os âmbitos, é gratificante testemunhar uma ação como esta, de uma pessoa que a gente conhece tão bem”, afirmou.
“Um filho da terra, um tatuiano que tem prosperado através do seu esforço e dedicação e que, com certeza, honra e orgulha todos nós”, complementou o vereador.
A O Progresso, Camargo afirmou que a repercussão positiva da ocorrência é “extremamente gratificante” aos policiais. “Sermos reconhecidos por um ato nosso, fazendo o nosso serviço, é extremamente importante e nos motiva cada vez mais”, garantiu.
Filho de militar, Camargo, de 30 anos, possui 11 anos de carreira. Em 2009, aos 18 anos, após concluir o ensino médio no Sesi (Serviço Social da Industria) de Tatuí, ele foi para São Paulo e iniciou os estudos na carreira. Ele trabalhou na região de Carapicuíba, na vila de Cotia, como soldado por quatro anos.
Após ser promovido, Camargo foi transferido ao município. Ele atuou como cabo, em Tatuí e Boituva, por quatro anos. Na sequência, em 2017, prestou concurso interno e frequentou o curso de sargento e, desde que se formou, está trabalhando em São Paulo.