Da redação
A Cia de Performances ST DNC “reinventou-se” no período de quarentena para continuar a produzir arte. Durante os últimos seis meses, o processo de criação, pesquisas e estudos ocorreram em encontros virtuais por “webcam”.
Mesmo com a preocupação quanto à saúde dos integrantes, o processo de produção de dois novos espetáculos e o adiamento de um festival, o diretor Mat Kaytan afirma que, a partir do isolamento, o teatro e a dança permitiram um processo de “descoberta” para os artistas.
Para o diretor, o período da quarentena “deu novas possibilidades” ao elenco do espetáculo premiado da companhia, o “ENTRE(laços)”. “Eles se reinventaram através da tela, a partir do movimento”.
Em março, antes da pandemia, a companhia estava em processo de montagem do espetáculo de dança performativa “As Masoquistas – Um Espetáculo D’El Cabaret” -, nome escolhido em votação pelas redes sociais do ST DNC.
Segundo Kaytan, as mídias sociais e a tecnologia “contribuem muito com os processos criativos e para a relação entre o artista e público-alvo, e, na quarentena, com o isolamento social, foi possível abordar com dinâmica essa questão”.
Também em março, a companhia iniciava os estudos para o espetáculo teatral “DNA”, que acabou sendo produzido de forma online durante os meses em que os artistas ficaram em casa como medida de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus.
A quinta edição do “Festival Movimentos Urbanos de Tatuí #MOVIMENTA”, que seria realizada em agosto, foi adiada. Contudo, o diretor garante: “Quando tudo retornar ao normal, a ST pretende realizar o festival e tornar possível as apresentações presenciais de dança e o retorno dos artistas de Tatuí e região aos palcos”.
Conforme o diretor, durante a quarentena, a companhia também se inscreveu no Proac (Programa de Ação Cultural), com um espetáculo inédito e, ainda em setembro, seguindo os protocolos de proteção, a direção, o elenco (Kellen Faustinoni e Valdick Junior) e a técnica (Vitória Silva) reiniciam os encontros presenciais.
Kaytan afirma que a intenção é retornar com os processos de jogos teatrais e os ensaios de dança para a finalização dos espetáculos. A previsão é estreia em dezembro, com uma intervenção em espaço público, ao ar livre, respeitando as normas de proteção.
“Mesmo isolados, não podemos permitir que nossa criatividade seja privada. Logo, me encontrei preparado para focar na minha experiência como diretor artístico, e pude desenvolver múltiplos projetos de uma só vez”, disse o diretor.
“Essa capacidade de criação me permitiu, junto à companhia, continuar em casa, saudáveis e fazendo arte para, quando retornarmos, poder surpreender nosso público que, como nós, está ansioso para uma vacina e para que o mundo seja cada dia melhor pós-pandemia”, concluiu o diretor.