Da reportagem
As crianças tatuianas estão mais desprotegidas neste ano. Até junho, conforme levantamento da Vigilância Epidemiológica, órgão da Secretaria da Saúde, nenhuma das 12 doses obrigatórias para crianças de até um ano de idade atingiu a meta de imunização, que é de 95%. A média de cobertura vacinal ficou em 48%.
Segundo o levantamento, a maior adesão ocorreu nas doses da BCG (popularmente conhecida como a “vacina da marquinha”), com cobertura de 69,89% do público-alvo.
Ela é uma das primeiras imunizações indicadas para o recém-nascido e protege contra formas graves da tuberculose. No ano passado, 117,59% das crianças foram imunizadas.
Outra imunização com mais de 60% de cobertura nessa faixa etária foi a tríplice bacteriana (DTP), que previne contra coqueluche, difteria e tétano. No caso do primeiro reforço da dose, 63,70% do público-alvo receberam a imunização.
Conforme o Ministério da Saúde, a falta de vacinação é um dos principais fatores de risco para a coqueluche em crianças e adultos. Embora tenha tratamento, a infecção pode levar à morte, especialmente bebês menores de seis meses quando não tratados ou com o esquema vacinal incompleto.
A tríplice viral, indicada para prevenção de doenças como sarampo, caxumba e rubéola, atingiu 56,32% até junho deste ano. Em 2019, a primeira dose de imunização contra essas doenças havia atingido 104,55%.
Em seguida, com índices ainda mais baixos de vacinação, aparecem: febre amarela (dose única), com 47,17%; hepatite A (dose única), 47,23%; varicela (primeira dose), 45,45%; pneumo10 (segunda dose), 44,81%; e pentavalente (terceira dose), 44,81%.
A imunização da terceira dose da VIP (vacina inativada poliomielite) chegou a 42,15% e o primeiro reforço da VOP (vacina oral poliomielite) alcançou 37,43% de cobertura. Elas ajudam a proteger contra a poliomielite, doença causada por vírus que pode afetar o sistema nervoso.
Outra vacinação abaixo do índice recomendado é a segunda dose da meningocócica C, imunizante do tipo C da doença meningocócica, que alcançou 37,90% das crianças até um ano, e a segunda dose contra o rotavírus (infecção que causa gastrenterite aguda), que chegou a 37,78%.
A preocupação, por outro lado, não é exclusividade tatuiana. Dados do PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde, mostram que quase metade das crianças brasileiras não recebeu todas as vacinas previstas no Calendário Nacional de Imunização em 2020.
Na quarta-feira da semana passada, 9, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) encaminhou manifesto ao MS, no qual pede que sejam tomadas providências urgentes para estimular a adesão às campanhas de vacinação e facilitar o acesso da população a esse serviço.
Segundo o PNI, a queda da cobertura vacinal pode trazer diversas consequências, como o reaparecimento de doenças já eliminadas, fato que ocorreu com o sarampo e fez com que o Brasil perdesse o certificado de erradicação dessa doença.
A Secretaria Municipal de Saúde enfatiza que, mesmo com a pandemia, a população pode e deve procurar as unidades de saúde para se vacinar, mantendo os cuidados preventivos para evitar o contágio pelo coronavírus.
De acordo com a coordenadora da VE, enfermeira Rosana Oliveira, é fundamental que pais e responsáveis que ainda não levaram os filhos para receber as doses de rotina, ou que tenham dúvidas sobre a aplicação, procurem a sala de vacina da unidade de saúde mais próxima.
O atendimento é realizado de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h, em todas as unidades de saúde, e na Casa do Adolescente. Já nas unidades dos bairros Congonhal e Mirandas, na área rural, o atendimento também é de segunda-feira a sexta-feira, porém, das 8h às 13h.
É obrigatória a apresentação da caderneta de vacinação. Mais informações podem ser obtidas com a Vigilância Epidemiológica, na travessa Monsenhor Magaldi, 296, centro, ou pelo telefone (15) 3259-6358.