Da reportagem
O número de pacientes que procuraram a rede de saúde do município teve queda de mais de 50% nos últimos 150 dias, conforme apontado pela secretária da Saúde, Tirza Luzia de Melo Meira Martins.
Ela classifica a baixa procura como reflexo da pandemia do novo coronavírus e afirma que a situação preocupa o setor. Segundo ela, grande parcela dos pacientes são crônicos, hipertensos e diabéticos e não podem ficar sem acompanhamento.
“Essas são consideradas consultas essenciais para a qualidade de vida do paciente, e eles não podem deixar de comparecer às unidades. Seguimos todos os protocolos exigidos para que eles possam manter o acompanhamento”, acentuou a secretária.
Conforme levantamento do Executivo, no ano de 2019, mais de 120 mil atendimentos mensais foram realizados na rede de saúde, incluindo as UBS (unidades básicas de saúde), Pronto-Socorro “Erasmo Peixoto”, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médica) “Dr. Jamil Sallum” e outras unidades.
Neste ano, levantamento informal, feito pela secretária, aponta que mais da metade desse público deixou de procurar as unidades. “Muitos pacientes deixaram de agendar consultas e outros, por medo de contaminação, não compareceram” informou Tirza.
A secretária explica que, entre a última semana de março e a primeira de abril (começo da pandemia), alguns serviços foram pontualmente suspensos para evitar aglomeração. No entanto, nos últimos meses, os atendimentos estão funcionando normalmente em toda a atenção primária.
A recomendação do Ministério da Saúde é de que seja avaliada a situação de cada paciente de forma pontual e, a depender do caso, espaçar as consultas para evitar a exposição ao novo vírus. Contudo, Tirza alerta que os pacientes não devem deixar de procurar o médico.
“As unidades estão funcionando e as agendas estão abertas. Quem precisar passar no ginecologista, pediatra, clínico ou medico de saúde da família, ou outra especialidade, pode e deve procurar os postos de saúde”, reforçou a secretária, apontando que os atendimentos seguem a todos os protocolos sanitários vigentes.
A secretária informa que, desde o início da pandemia, todas as UBSs tiveram o fluxo reorganizado para que os atendimentos fossem feitos de forma “harmoniosa” e sem riscos.
Ela ainda pontuou que os serviços foram ampliados com a implantação de um “gripário”, para um atendimento reservado a pessoas com sintomas de Covid-19 – espaço que centraliza os serviços necessários para detecção e tratamento da doença.
“Com o gripário, a procura por pessoas que estão apresentando os sintomas da Covid-19 está centralizada em um local. Tudo isso foi pensado para reduzir os riscos de contaminação”.
“Gestantes, hipertensos e outros pacientes acompanhados pelas unidades podem continuar comparecendo às consultas, pois não há riscos”, enfatizou a secretária.
O “gripário” funciona na Santa Casa – com entrada pela avenida das Mangueiras – de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, disponibilizando uma equipe exclusiva de profissionais da Saúde.
Segundo Tirza, todas as pessoas que apresentarem tosse, febre, coriza, diarreia, vômito, dor de cabeça ou outros sintomas relacionados à Covid-19 devem, preferencialmente, procurar o “gripário” para serem atendidas.
O paciente com sintoma será acolhido, passará por triagem, consulta médica e, se o profissional julgar necessário, poderá dar andamento em exames laboratoriais e tomografia, além de fazer o teste para detectar a doença.
“Estamos organizados para atender à população desde a atenção básica, com os atendimentos primários, local adequado para pacientes com sintomas da Covid-19, até casos mais graves, com a UPA, PS e retaguarda da Santa Casa com especialistas 24 horas”, concluiu a secretária.
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