Da reportagem
O Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19 divulgou nesta sexta-feira, 29, o decreto municipal 20.2620/2020, com o Plano Municipal de Retomada das Atividades. As novas medidas passam a valer a partir de segunda-feira, 1º de junho.
Conforme o decreto, imobiliárias, comércio em geral, concessionárias, revendedoras de veículos e motos, escritórios e templos religiosos poderão voltar a funcionar, desde que mantenham algumas restrições.
Pelas novas normas, para trabalharem, o comércio e os serviços de concessionárias, revendedoras de veículos e motos deverão coordenar o fluxo de pessoas nas dependências dos estabelecimentos.
Uma das medidas exigidas é o ajuste das entradas e saídas, e, se necessário, isolamento de áreas dos estabelecimentos, com corredores unidirecionais, além de se manter a distância mínima entre os clientes e o balcão de atendimento, que é de 50 centímetros.
Atividades promocionais, campanhas ou desfiles que possam causar aglomerações nas lojas físicas e em outros canais de venda continuarão suspensas por prazo indeterminado. Além disso, os estabelecimentos devem manter as medidas de higiene.
Cada comércio deverá disponibilizar álcool em gel 70% para funcionários e clientes, especialmente na entrada e saída e nos locais de pagamento; convocar os funcionários para a lavagem periódica de mãos – tomando cuidado para que aglomerações não sejam geradas nos lavatórios – e usar máscaras de proteção.
Para as atividades imobiliárias, o protocolo determina que os imóveis (novos, usados ou apartamentos decorados) devem ser visitados por uma família por vez. As visitas devem ser agendadas previamente.
As vistorias e serviços in loco nos imóveis devem ser realizados apenas em casos “imprescindíveis”, sempre respeitando regras de distanciamento e o uso de equipamentos de proteção.
Para o setor, as medidas ainda orientam incentivar as intermediações online, evitando aglomerações, oferecendo a oportunidade aos clientes que não queiram se deslocar até as imobiliárias ou plantões de vendas.
Já os estandes de vendas devem ser ventilados e as recepcionistas deverão se manter afastadas das demais pessoas presentes.
Como medidas de higiene, durante visitas a apartamentos ou imóveis decorados, os corretores deverão portar unidades de álcool em gel 70%, para uso próprio e para uso dos clientes, além de garantir a limpeza do ambiente e manter lavatórios equipados com sabão líquido, toalhas descartáveis e álcool em gel 70% à equipe de vendas.
Com a nova medida, é exigido dos escritórios o atendimento presencial com agendamento prévio. Os estabelecimentos ainda deverão restringir aglomerações em espaços comuns, demarcar áreas que não deverão ser utilizadas, indicar a limitação de pessoas e garantir o distanciamento entre os funcionários e clientes.
O distanciamento deverá ser assegurado por meio da reorganização de mesas e cadeiras, se necessário, demarcando lugares que devem ficar vazios e com a redução da presença de terceiros e priorizar a realização de reuniões virtuais.
Além disso, o uso simultâneo de elevador deverá ser restrito a duas pessoas no máximo. Em outros ambientes compartilhados, também será necessário instalar recipientes com álcool em gel 70% para uso dos funcionários e clientes.
O decreto ainda determina que a higienização completa das estações de trabalho deve ser realizada diariamente e recomenda a utilização de papéis protetores, que devem ser descartados no fim do expediente pelo próprio funcionário.
Os escritórios também devem remover as mobílias e os equipamentos não utilizados, de forma a evitar uso e compartilhamentos desnecessários.
Já os templos religiosos poderão abrir desde que seja com capacidade reduzida a 30%. Segundo o decreto, as celebrações devem ser realizadas em dois dias da semana, uma em cada período (cedo, tarde e à noite), com entrada proibida de pessoas menores de 14 e acima de 60 anos.
Os espaços religiosos também devem manter o distanciamento mínimo de dois metros (lateralmente e frontalmente) entre os participantes e fixarem cartazes na entrada, em local visível ao público, contendo a capacidade máxima permitida.
A medida recomenda que os pais não levem as crianças e prevê a proibição da entrada de pessoas que possuam sintomas de gripe, diarreia, vômitos e dor no estomago (neste caso, informar a Secretaria da Saúde pelo telefone 0800-770-1666). Também será proibida a entrada de fiéis que estejam convivendo com pessoas infectadas pela Covid-19.
As entidades deverão encaminhar ofício ao Departamento de Fiscalização, no fiscalizacao@tatui.sp.gov.br com denominação da entidade, nome do responsável, contato telefônico, endereço, dia e horário das celebrações, metragem do templo (área de acesso ao público) e capacidade máxima permitida.
O decreto determina que templos mantenham ambientes limpos, arejados e ventilados. A higienização deve ser feita após cada as celebrações, em especial os bancos, assentos e superfícies de contato.
Assim como os outros estabelecimentos, as igrejas devem disponibilizar álcool em gel 70% na entrada e na saída das celebrações e exigir o uso de máscaras de proteção, orientando os fies sobre as medidas de prevenção à Covid-19.
A medida ainda recomenda, aos templos, aferir a temperatura dos visitantes com uso de termômetro digital na entrada de cada celebração e que proíbam a entrada de pessoas em estado febril.
O Plano Municipal de Retomada das Atividades faz parte da “Retomada Consciente”, do estado de São Paulo, anunciada pelo governador João Dória na quinta-feira, 28.
O estado prorrogou o período de quarentena por mais 15 dias a partir do dia 1° de junho, no entanto, com o plano de retomada, o isolamento será flexibilizado.
O estado foi dividido em 18 regiões, e estas, identificadas por cores. A primeira etapa, determinada como fase vermelha, é de máximo alerta, permitindo apenas que os serviços essenciais funcionem. Já a fase laranja (2) – na qual Tatuí está inclusa – ainda é de controle e impõe medidas restritivas, mas já permite a abertura de setores como imobiliárias, concessionárias, comércios, shoppings e escritórios.
A fase amarela (3) prevê a abertura de restaurantes, salões de beleza e bares, com restrições de fluxo de clientes e horários, enquanto a fase verde (4) permite um nível maior de abertura, mas ainda com restrições. Já a última fase prevê a liberação total com medidas de higiene, chamada de “o novo normal controlado”.
Cada uma das regiões será avaliada periodicamente de acordo com alguns indicadores, como a taxa de ocupação das UTIs, número de óbitos e internações por coronavírus, número de casos e total de leitos a cada 100 mil habitantes.
Os critérios foram estabelecidos pelo Comitê de Contingência para Coronavírus e pela Secretaria Estadual da Saúde, e utilizados para classificar cada uma das regiões do estado nas fases de flexibilização da quarentena.
ACE de Tatuí
O presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) de Tatuí, Eric Proost, classificou as novas medidas estabelecidas pelos governos (estadual e municipal) como “um passo” para a retomada da economia no município.
Para a definição das medidas municipais, Proost informou ter participado de diversas reuniões com a prefeita Maria José Vieira de Camargo e com representantes de outros setores que entram nesta fase do plano.
“Junto com a prefeitura, a ACE reorganizou uma abertura gradual no comércio e se dispôs a ajudar o município nas ações de conscientização, além de distribuir aos associados um material padronizado, para a divulgação das novas medidas”, contou o presidente.
Ele ainda ponderou ser necessário que haja conscientização da população para o município conseguir avançar às fases seguintes do plano e possibilitar a abertura de outros setores, como bares, restaurantes e lanchonetes. Até então, esses locais funcionam somente com sistemas de entregas.
“A cidade quer que chegue logo na melhor fase, mas, para isso, temos que contar com a colaboração de todos. Nesta hora, só o bom senso não vai ser suficiente, temos que ser fiscais e ajudar a cidade a passar para a fase amarela e, depois, para o verde, para estender cada vez mais a abertura de toda a cadeia econômica da cidade”, concluiu o presidente.
Para contribuir com a reabertura segura do comércio, a ACE, a partir de parceria com o jornal O Progresso, publica toda uma página com orientações sobre as condutas a serem respeitadas nesta primeira etapa da flexibilização.
Em razão disto, O Progresso tem a capa, assim como as páginas 2, 7 e 8 impressas em papel branco, de maior qualidade. Isto para que a última dessas páginas, onde estão as orientações da ACE, possa ser destacada e afixada nos estabelecimentos comerciais.